II
PARÁBOLAS DE JESUS NAZARENO
O Semeador - Bruegel |
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DITOS DE JESUS, O NAZARENO - PARÁBOLAS EVANGÉLICAS - DITOS DOS PADRES DO DESERTO
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RAZÕES PARA FALAR EM PARÁBOLAS
Aproximando-se de Jesus, os discípulos disseram-lhe:
-Porque lhes falas em parábolas?
Respondendo, disse-lhes:
- A vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado. Pois àquele que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas àquele que não tem, ser-lhe-á tirado mesmo o que tem.
É por isso que lhes falo em parábolas; pois vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem compreender. Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz:
Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e, vendo, vereis, mas não percebereis.
Porque o coração deste povo tornou-se duro, e duro também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para eu os curar.
Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram.
Mt. 13, 10-16
COMENTÁRIO –
Ressalta do Evangelho, que Jesus ensinou algumas doutrinas em privado aos Apóstolos. No entanto, nunca pretendeu que mantivessem segredo. Pelo contrário, ordenou-lhes que o pregassem publicamente.
O mesmo se passava com as parábolas. Nem os Apóstolos nem os que o ouviam estavam preparados para entender o seu significado. Aí, Jesus, começava por explicar o seu sentido aos Apóstolos e aguardava que os restantes discípulos amadurecessem espiritualmente para que pudessem obter a sua compreensão, quer por si quer pela acção dos Apóstolos já confirmados nos mistérios do ensinamento.
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NÃO VOS PREOCUPEIS COM O DIA DE AMANHÃ
Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é o corpo mais do que o vestido e a vida mais que o alimento? Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida?
Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos preocupeis, dizendo: Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos? Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. Procurai primeiro o Seu reino e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. Não vos inquieteis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Bem basta a cada dia o seu trabalho.
Mt. 6, 25-34
COMENTÁRIO -
O consumismo e o apego aos bens materiais são doenças da alma. As preocupações sobre o dia de amanhã geram ansiedade e a ansiedade impede-nos de progredir espiritualmente.
O ter é uma constante na vida do Homem. Ser, apenas ser, é algo secundário e que não tem visibilidade na sociedade que alimenta a ambição pelo egoísmo, pela competição e pela inveja.
Precisamos de aprender a viver no presente; a viver o instante, concentrando-nos activamente no reino de Deus e entregando-nos à sua vontade; não aos bens materiais e aos desassossegos gerados pela incerteza.
A cada dia o seu afã.
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OS DOIS ALICERCES
Todo aquele que ouve as minhas palavras e as observa será semelhante ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa, mas ela não caiu, porque estava fundada sobre rocha. Todo aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica será semelhante a um homem insensato que edificou a sua casa sobre areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram e investiram os ventos contra aquela casa; e ela caiu e foi grande a sua ruína.
Mt. 7, 24-27
COMENTÁRIO –
Não basta ouvir a Boa nova. É necessário seguir os passos de Jesus; pôr em prática os seus ensinamentos. Os Evangelhos não são letra morta, mas Caminho de Vida.
Ser cristão é imitar Jesus. Não negligenciar os seus ensinamentos.
O construtor precavido alicerça a sua existência num assento firme, que é a Palavra; e esta é o próprio Jesus.
O construtor leviano não ouve ou ouve e não põe em prática os ensinamentos de Jesus.
Um dia, vem um temporal, e o imprudente vê a sua casa desmoronar-se; seja nesta vida seja no juízo final, e grande será a sua ruína.
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OS MENINOS NA PRAÇA
A quem hei de eu comparar esta geração? É semelhante às crianças que estão sentadas na praça e que gritam aos seus companheiros, dizendo:
- Tocámos flauta e não bailastes; entoámos lamentações e não chorastes.
Veio João, que não comia nem bebia, e dizem:
- Ele tem um demónio.
Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem:
- Eis um glutão e um bebedor de vinho, um amigo dos publicanos e pecadores.
Mas a sabedoria divina foi justificada por suas obras.
Mt. 11, 16-19
COMENTÁRIO -
A parábola conta-nos que um grupo de crianças brincava numa praça e pretendia brincar aos casamentos, dizendo, tocámos flauta e não bailastes. Mas a maioria não estava interessada em brincar aos casamentos. Alteraram a sua intenção e quiseram brincar aos funerais e entoaram lamentações, mas parte das crianças também não chorou.
As crianças não sabiam ao que brincar. Nada lhes servia; nada as contentava.
Inconstantes e pouco determinadas como muitos dos adultos. Inicialmente entusiasmadas, logo o entusiasmo se dissipou, instalando-se a insatisfação.
Assim, também, primeiro veio João Baptista, cuja forma de vida os apaixonou, mas logo o denegaram por via da sua palavra e exemplo de vida, dizendo que estava possuído pelo demónio. Depois veio Jesus, que não rejeitava a companhia de publicanos e pecadores e disseram que era um glutão e beberrão.
Ao julgar deste modo, agiram como as crianças da praça, irreflectida e infantilmente.
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QUEM É O MAIOR NO REINO
Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe:
- Quem é o maior no reino dos céus?
Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles e disse:
- Em verdade vos digo: se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no reino dos céus. Quem, pois, se fizer humilde como este menino, será o maior no reino dos céus.
Mt. 18, 1-4
COMENTÁRIO –
Esta parábola diz-nos com clareza que quem aspira aos lugares cimeiros, será o que ocupa os lugares de menor importância e será o servo de todos.
A humildade será exaltada e a altivez menosprezada.
Quem tiver a inocência de uma criança ou a sua pobreza em espírito, será o maior no reino dos céus.
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A PEDRA ANGULAR
Jesus disse-lhes:
- Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular; pelo Senhor foi feito isto e é coisa maravilhosa aos nossos olhos?
Por isso vos digo que vos será tirado o reino de Deus e será dado a um povo que produza os seus frutos. Quem cair sobre esta pedra far-se-á em pedaços e aquele sobre quem ela cair ficará esmagado.
Mt. 21, 42-44
COMENTÁRIO -
As construções das casas em pedra assentavam no que se chamava de pedra angular. Dela dependia a solidez da edificação.
Jesus não foi julgado digno de ser uma pedra angular. Foi rejeitado pelo seu próprio povo.
Mas a sua doutrina, pregada por si, pelos Apóstolos e pelos seus discípulos converteu-se na pedra angular da Igreja e moldou ética e religiosamente uma grande parte do mundo.
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A Mulher Adúltera - Bruegel |
A MULHER ADÚLTERA
Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, apareceu outra vez no templo, e todo o povo ia ter com ele. Sentou-se, então e pôs-se a instruí-los.
Entretanto, os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher, apanhada em adultério e, depois de a colocarem no meio, disseram-lhe:
- Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora Moisés, na Lei, mandou-nos apedrejar tais mulheres. E tu que dizes?
Jesus, inclinando-se, pôs-se a escrever no chão com o dedo. Como persistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes:
- Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra! E inclinando-se novamente, recomeçou a escrever no chão.
Eles, porém, quando isto ouviram, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus com a mulher, que continuava ali no meio. Jesus ergueu-se e disse-lhe:
- Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?
Ela respondeu:
- Ninguém, Senhor.
- Nem eu te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar.
Jo. 8, 1-11
COMENTÁRIO -
Pela primeira e única vez, constatamos que Jesus escreveu algo; e escreveu-o no chão com o dedo, como se estivesse a redigir uma nova lei antes de responder aos escribas e fariseus.
Na lei de Moisés a mulher acusada comprovadamente de adultério era condenada à pena de morte, executada por lapidação.
Jesus teria de escolher. O cumprimento da lei ou a sua violação. Uma opção difícil de tomar.
Ele não veio para julgar o mundo, mas para o salvar. Não veio curar os que necessitam de médico, mas os enfermos; ou seja, veio conceder a salvação aos pecadores. É o próprio Jesus que nos adverte para que não julguemos os outros, pois com a medida com que o fizermos assim seremos também nós julgados.
Não há quem não tenha pecado no seu coração. Quando alguém peca devemos dizer para nós mesmos: hoje ele, amanhã eu.
Aí, instou os presentes que estivessem sem pecado a atirar a primeira pedra. Ninguém o fez.
Nem Jesus, na sua compassividade, a condenou. O perdão fez-se lei.
Como ensinou o Pai Isaac, a misericórdia contrapõe-se à justiça.
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PARÁBOLA DO SEMEADOR
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-se à beira-mar. Reuniu-se a ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco e sentar-se, enquanto toda a multidão se conservava na praia.
Falou-lhes de muitas coisas em parábolas, dizendo:
- O semeador saiu para semear.
Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-nas.
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda; mas, assim que o sol se ergueu, foram queimadas e desprovidas de raízes, secaram.
Outras caíram entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-nas.
Outras caíram em terra boa e deram fruto: Umas cem; outras, sessenta; e outras trinta.
Aquele que tiver ouvidos oiça.
Mt. 13, 1-9
EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA
Escutai, pois, a parábola do semeador.
Quando um homem ouve a palavra do reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira do caminho.
Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos, é o que ouve a palavra, e a acolhe, de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, é inconstante: Se vier a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo.
Aquele que recebeu a semente entre espinhos, é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim, não produz fruto.
E aquele que recebeu a semente em boa terra, é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta.
Mt. 13, 18-23
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PARÁBOLA DO JOIO
O reino dos céus é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo. Ora, enquanto dormiam os homens, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo, e afastou-se. Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe:
- Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?
Ele respondeu:
- Foi algum inimigo meu que fez isto.
Disseram-lhe os servos:
- Queres que vamos arrancá-lo?
Ele disse:
- Não, não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo, ao mesmo tempo. Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.
Mt. 13, 24-30
EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA
Afastando-se, então, das multidões, foi para casa; e os seus discípulos, aproximando-se dele, disseram-lhe:
- Explica-nos a parábola do joio no campo.
Ele, respondendo, disse-lhes:
- Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem; o campo é o mundo, a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do maligno, e o inimigo que a semeou, é o diabo. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os anjos. Assim, pois, como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no fim do mundo. O Filho do Homem enviará os seus anjos, que hão-de tirar do seu reino todos os escandalosos e todos quantos praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha ardente; ali haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o Sol, no reino do seu Pai.
Aquele que tem ouvidos, que oiça.
Mt. 13, 36-43
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PARÁBOLA DA SEMENTE
O reino de Deus é como o homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante de noite e de dia, a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro o caule, depois a espiga e, finalmente, o trigo perfeito na espiga.
E, quando o fruto amadurece, logo ele lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.
Mc. 4, 26-29
COMENTÁRIO -
É uma parábola enigmática. A sua essência centra-se no reino presente, não deixando de ser uma parábola do reino de Deus.
Todo o processo do reino já foi iniciado. O agricultor espalha as sementes sobre a terra. E essas sementes germinam misteriosamente e dão fruto.
Também o Evangelho que germina no coração do Homem, cresce e frutifica.
E, não se sabendo quando, porque todo o processo de frutificação pertence ao Senhor, com o fruto amadurecido, chegará o tempo da ceifa de Deus.
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PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA
O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. É a mais pequena de todas as sementes, mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto, e transforma-se numa árvore, ao ponto de virem as aves do céu abrigar-se nos seus ramos.
Mt. 13, 31-32
COMENTÁRIO –
Esta parábola conjuntamente com a do fermento constitui uma unidade.
Esta refere-se ao crescimento exterior do reino dos céus. Já a do fermento se refere ao seu crescimento interior.
O grão de mostarda é uma semente insignificante. No entanto, depois de semeada, germina e cresce transformando-se numa árvore que abriga as aves do céu.
O reino dos céus começou por ser anunciado e a Palavra era no início como a pequena semente. Mas acabou por produzir a robustez de uma árvore, contrariamente ao que qualquer incauto pudesse imaginar, onde se abrigaram milhões de crentes, por força do ministério de Jesus e dos seus Apóstolos e Discípulos.
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PARÁBOLA DO FERMENTO
O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até que tudo esteja fermentado.
Mt. 13, 33
COMENTÁRIO –
Como já dissemos, esta parábola conjuntamente com a do grão de mostarda constitui uma unidade.
Esta refere-se ao crescimento interior do reino dos céus. Já a do grão de mostarda se refere ao seu crescimento exterior.
A mensagem da presença do reino é um dos aspectos que domina os ensinamentos de Jesus. E é esse reino que deve crescer por intermédio da evangelização do mundo, no interior de cada homem.
Segundo o comentador do Novo Testamento, William Hendriksen, é por via do princípio invisível da vida eterna, que o Espírito Santo é plantado no coração dos homens do reino, exercendo neles uma influência crescente – Parábola do Fermento –, e que este reino também se amplia de modo perceptível exteriormente, submetendo região após região da terra - Parábola da Semente de Mostarda.
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PARÁBOLA DO TESOURO ESCONDIDO
O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem encontra, mas torna a esconder. Cheio de alegria, vai, vende tudo o que possui, e compra o campo.
Mt. 13, 44
COMENTÁRIO –
O tesouro escondido é o Cristo e a sua Palavra, o Reino. Quem quer atingir o reino deve despojar-se de todo o acessório, do dispensável, para que com a maior alegria possua a única coisa que vale a pena possuir, vivendo sem qualquer preocupação na presença de Deus.
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PARÁBOLA DA PÉROLA
O reino dos céus é também semelhante a um negociante que busca boas pérolas. Tendo encontrado uma pérola de grande valor, vende tudo quanto possui e compra a pérola.
Mt. 13, 45-46
COMENTÁRIO -
Esta parábola tem uma interpretação similar à do Tesouro Escondido.
O crente dispõe-se a abandonar tudo para poder entrar no reino e usufruir da beatitude eterna.
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PARÁBOLA DA REDE
O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que ela se enche, os pescadores puxam-na para a praia, sentam-se e escolhem os bons para as canastras e os ruins, deitam-nos fora. Assim será no fim do mundo: Sairão os anjos e separarão os maus do meio dos justos e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali haverá choro e ranger de dentes.
Mt. 13, 47-50
COMENTÁRIO –
Os pescadores escolhem da rede os peixes bons e rejeitam os que não servem.
Também no dia do juízo final haverá uma escolha. Serão rejeitados mesmo os que fazendo parte do reino agem contrariamente ao Evangelho. Os ímpios terão todos o mesmo tratamento: serão afastados da presença de Deus, enquanto que os justos usufruirão da sua presença e amor.
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O REMENDO COM PANO NOVO
Os fariseus e os seus escribas disseram-lhe:
- Os discípulos de João e os dos fariseus jejuam muitas vezes e fazem orações, e os teus comem e bebem.
Jesus respondeu-lhes:
- Porventura podeis fazer jejuar os amigos do esposo enquanto o esposo está com eles? Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo; então, nesses dias, jejuarão.
Também lhes disse esta comparação:
- Ninguém deita um retalho de pano novo em vestido velho; doutro modo, o novo rompe o velho e o retalho do novo não condiz com o velho. Também ninguém deita vinho novo em odres velhos; doutro modo, o vinho novo fará rebentar os odres e derramar-se-á o vinho e perder-se-ão os odres. Mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos. Ninguém, depois de ter bebido vinho velho, quer do novo, porque diz: O velho é melhor.
Lc. 5, 33-39
COMENTÁRIO –
Jesus teve sempre um comportamento compassivo para com os publicanos e os pecadores e nesta parábola os fariseus questionam-no quanto ao cumprimento da lei. Misericórdia e lei não conjugam.
Os fariseus invocam mesmo o nome de João Baptista para confrontarem Jesus com o facto dos discípulos de João jejuarem muitas vezes, enquanto os de Jesus comiam e bebiam, menosprezando os jejuns rituais.
Nesta parábola Jesus compara-se ao noivo que transborda de alegria e vontade de viver, que transmite aos que o seguem e ouvem a sua palavra. Jesus está com os seus discípulos e esta companhia não é motivo de tristeza ou de jejum, mas antes de júbilo.
E que pecados teriam cometido os seus discípulos para jejuarem? Para quê jejuar quando a reunião de Jesus com os discípulos era causa de felicidade e pureza de coração?
O pano velho são os judeus, as suas leis e tradições rígidas. Por outro lado, fermentar vinho novo em odres velhos não resulta; os odres acabarão por rebentar e o vinho por se perder.
O remendo de pano novo refere-se a Jesus e à inovação que o seu ensinamento trazia aos homens. Por um lado a lei de Moisés, por outro a Evangélica ou Nova Aliança.
A rigidez da lei, com os seus complexos cerimoniais não tem equivalente na Palavra de Jesus expressa no Evangelho.
Para Jesus, remendar pano velho com pano novo, é como remendar as antigas práticas cerimoniais judaicas com as doutrinas evangélicas. Colocar vinho novo em odres velhos, é como adequar os cerimoniais moisaicos à nova doutrina; algo de impensável.
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PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
Qual é o homem dentre vós, que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se havia perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes:
- Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos eu:
- Haverá mais alegria no céu por um só pecador, que se arrepende, do que por noventa e nove justos, que não necessitam de arrependimento.
Lc. 15, 4-7
COMENTÁRIO –
Esta parábola foi dirigida a escribas e fariseus que comentavam o facto de Jesus acolher os pecadores e comer com eles.
Centra-se no arrependimento e no facto da Boa nova ter como principal objectivo a conversão dos pecadores.
Jesus é o Bom Pastor, aquele que dá a vida pelas suas ovelhas e que se alegra mais com o arrependimento de um só pecador, do que com noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
Cristo, como Bom Pastor, procura o pecador, não se limita a aguardar que este se converta. É o pastor que vai em busca da ovelha, e não a ovelha que vai em busca do pastor. Jesus não veio chamar os justos, mas os pecadores.
Aqui, numa imagem que me diz muito, é Deus quem vai em busca do homem, numa missão salvífica, não é o homem quem vai em busca de Deus. Assim devemos nós, também, nas nossas vidas, socorrer em primeiro lugar os pecadores, os perdidos e os desprezados.
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PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA
Qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perde uma, não acende a candeia, não varre a casa e não procura cuidadosamente até a encontrar? E, ao encontrá-la, convoca as amigas e vizinhas e diz:
- Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida.
Assim, digo-vos, há alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se arrepende.
Lc. 15, 8-10
COMENTÁRIO –
Esta parábola é similar à da Ovelha Perdida.
Jesus nunca negligenciou, nunca repudiou os pecadores e os publicanos. Jesus em vez de os evitar estava muitas vezes com eles, procurando-os, comendo na mesma mesa, e afirma-nos que Deus com todos os seus anjos se alegra quando um pecador se arrepende; nem que seja um só.
Esse tipo de comportamento escandalizava os fariseus e os doutores da lei. Os publicanos eram os cobradores de impostos ao serviço do Império Romano, tal como Mateus, judeus ostracizados por cobrarem dinheiro aos seus próprios irmãos. Os pecadores eram pessoas estigmatizadas por terem comportamentos moralmente reprováveis e contrárias à lei religiosa. Os judeus evitavam a companhia quer de publicanos quer de pecadores.
Os rabinos da época aceitavam que Deus admitia no seu seio o pecador arrependido. Mas nunca alcançaram, que é Deus no seu Amor e misericórdia que procura os pecadores, tal como o pastor buscou a ovelha perdida.
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O Filho Pródigo - Rembrandt |
PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO E DO FILHO FIEL
Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai:
- Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.
E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Tendo gasto tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi servir um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si disse:
- Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu, aqui, morro de fome! Levantar-me-ei e vou ter com meu pai, e digo-lhe:
Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros.
E levantando-se, foi ter com o pai. Ainda estava longe, quando o pai o viu, e enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos.
O filho disse-lhe:
- Pai, pequei contra o céu e contra ti, já não mereço ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos:
- Trazei depressa a mais bela túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e apareceu.
E a festa principiou.
Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele:
- O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.
Ressentido, não queria entrar; mas o pai saiu e instou-o a entrar. Respondendo ao pai, disse-lhe:
- Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para me alegrar com os meus amigos; e, agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.
O pai respondeu-lhe:
- Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e apareceu.
Lc. 15, 11-32
COMENTÁRIO –
Com a parábola do Bom Samaritano é esta uma das mais citadas e apreciadas parábolas.
Esta é mais uma das que reflectem o amor de Deus pelos seus filhos.
Tal como o pastor encontra a ovelha perdida e a mulher encontra a dracma, o pai exulta de alegria com o retorno a casa do filho perdido. Deus abre continuamente os seus braços para receber e abraçar todos os que viveram transviados e que pela conversão ou reconversão voltam para a morada do Pai.
Como já se disse, a grande esperança é que não só a ovelha procura o pastor, o filho o pai, mas é o próprio Deus no seu Amor e misericórdia que procura os pecadores, tal como o pastor buscou a ovelha perdida; e para Deus a condição do homem é apenas a de pecador.
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PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse-lhe:
- Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
Mas ele respondeu:
- Não quero.
Mais tarde, porém, arrependeu-se e foi. Dirigindo-se ao segundo, falou-lhe do mesmo modo, e ele respondeu:
- Vou sim, senhor.
Mas não foi.
Qual dos dois fez a vontade ao pai, perguntou Jesus?
Responderam-lhe:
- O primeiro.
Jesus disse-lhes:
- Em verdade vos digo: Os publicanos e as meretrizes preceder-vos-ão no reino de Deus. João veio até vós ensinando-vos o caminho da justiça e não acreditastes nele; mas os publicanos e as meretrizes creram nele. E vós, vendo isto, não vos arrependestes, crendo nele.
Mt. 21, 28-32
COMENTÁRIO -
O significado desta parábola não nos deixa margens para dúvidas.
Deus não nos pede palavras, mas actos e obediência aos Seus preceitos. As palavras não são os actos, são apenas palavras e para Deus nada valem se forem levianamente proferidas.
Provavelmente Jesus terá conseguido atingir os fariseus e os escribas que alardeavam seguir as determinações da lei, mas acabavam por o não fazer ou por fazer o contrário em benefício dos seus interesses e desejos pessoais. Eles são como o segundo filho, que sem hesitar respondeu afirmativamente às ordens do seu pai.
O primeiro filho, começou por dizer que não queria trabalhar na vinha, mas arrependendo-se, foi e trabalhou. Ele é como os publicanos e as meretrizes, excluídos da sociedade judaica, que começaram por não ouvir a Palavra como consequência do seu modo de vida, mas que acabaram por se arrepender e cumpriram a palavra de Deus.
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PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO
Jesus disse a seguinte parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por justos e desprezando os demais:
- Dois homens subiram ao Templo para orar: Um fariseu e o outro publicano.
O fariseu de pé, orava assim:
- Ó Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo quanto possuo.
O publicano, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo:
- Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.
Digo-vos:
- Este voltou justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.
Lc. 18, 9-14
COMENTÁRIO –
Nesta parábola temos frente a frente duas classes: a dos fariseus e a dos publicanos.
Os fariseus pertenciam a um grupo conservador religioso dos judeus. Procuravam cumprir escrupulosamente a lei de Moisés, respeitavam literalmente a tradição, iam com frequência ao templo para orar e tinham orgulho em demonstrar em público a sua religiosidade.
Dos publicanos já falámos na parábola da Dracma Perdida. Não frequentavam, em regra, o interior das sinagogas e oravam nos pátios das mesmas.
Perante Deus, ninguém é superior a ninguém. Os nossos julgamentos acerca dos outros, bastas vezes sentenciados como imorais ou desprezíveis, são um dos maiores males que alimentam a sociedade. Deus não faz distinções de classe.
O fariseu é a vanglória e o publicano a humildade. A vanglória foi condenada e a humildade justificada.
***
PARÁBOLA DO CREDOR
Então, Pedro, aproximando-se, disse-lhe:
- Senhor, se o meu irmão me ofender quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?”
Jesus respondeu:
- Não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete.
Por isso, o reino dos céus é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, para, assim, pagar a dívida.
O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo:
- Concede-me um prazo e pagar-te-ei tudo.
Levado pela sua compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo:
- Paga o que me deves!
O outro caiu a seus pés suplicando:
- Concede-me um prazo e pagar-te-ei.
Mas ele não concordou e mandou-o prender até que lhe pagasse tudo quanto lhe devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros contristados, foram contar ao seu senhor, o que havia acontecido.
O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe:
- Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste: não devias igualmente ter piedade do teu companheiro como eu tive de ti? E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que devia.
Assim procederá convosco meu Pai celestial, se cada um de vós não perdoar, do fundo do coração a seu irmão.
Mt. 18, 21-35
Comentário –
Nesta parábola, declara-se o perdão que Deus concede aos homens. Por outro lado, a obrigação dos homens perdoarem aos seus semelhantes as ofensas de que foram alvo.
No Evangelho este imperativo de conduta está sempre presente. Perdoar mais do que uma vez, mais do que sete, perdoar setenta vezes sete, ou seja perdoar sempre para que sejamos perdoados.
Deus perdoa compassivamente aos homens mediante o seu arrependimento, mas exige que os homens também se perdoem. Quem foi perdoado também deve perdoar; se o não fizer também não lhe será feito.
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O Bom Samaritano - Cortbemde |
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
Levantou-se, então, um doutor da Lei e perguntou-lhe, para o experimentar:
- Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?
Disse-lhe Jesus:
- Que está escrito na Lei? Como é que lês?
O outro respondeu:
- Amarás ao Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.
Jesus disse:
- Respondeste bem, faz isso e viverás.
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus:
- E quem é o meu próximo?
Tomando a palavra, Jesus respondeu:
- Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores, que, depois de o despojarem e encherem de pancada, o abandonaram, deixando-o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote, que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de piedade. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo:
- Trata bem dele e o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem, que caiu nas mãos dos salteadores?
Respondeu:
- O que usou de misericórdia para com ele.
Jesus retorquiu:
- Vai e faz tu também o mesmo.
Lc. 10, 25-37
COMENTÁRIO –
Não são necessárias muitas palavras para descrever ou interpretar esta parábola.
Aplica-se a praticamente tudo na nossa vida e na nossa relação com o mundo. Todos são o nosso próximo. Não há castas, raças, religiões, classes sociais, amigos, inimigos. O nosso próximo é aquele que precisa e que não precisa de nós, mas principalmente o que necessita de auxílio, o desvalido.
***
PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR INFIEL
Disse também Jesus aos discípulos:
- Havia um homem rico, que tinha um administrador; e este foi acusado perante ele de lhe dissipar os bens.
Chamou-o e disse-lhe:
- Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar.
Disse de si para si o administrador:
- Que farei, pois o meu senhor vai tirar-me a administração? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha... Já sei o que hei-de fazer, para que haja quem me receba em sua casa, quando for desapossado da minha administração.
E, chamando cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro:
- Quanto deves ao meu senhor?
Ele respondeu:
- Cem talhas de azeite.
Retorquiu-lhe:
- Toma o teu recibo, senta-te depressa e escreve cinquenta.
Disse depois ao outro:
- E tu quanto deves?
Este respondeu:
- Cem medidas de trigo.
Retorquiu-lhe:
- Toma o teu recibo e escreve oitenta.
O senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. E eu digo-vos:
- Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é infiel no pouco também é infiel no muito. Se, pois, não fostes fiéis no que toca ao vil dinheiro, quem vos há-de confiar o verdadeiro bem? E, se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso? Servo algum pode servir a dois senhores; ou há-de aborrecer a um e amar o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Lc. 16, 1-13
COMENTÁRIO -
Esta parábola é notavelmente complexa, talvez a mais complexa de todas elas.
O administrador infiel ao aperceber-se de que seria dispensado pensou no seu futuro. Sem emprego e sem quaisquer perspectivas, engendrou um plano sagaz para que algum dos devedores do seu patrão o recebesse quando no desemprego. O seu senhor apercebeu-se de que o administrador tinha agido com uma astúcia incomum e acabou por o elogiar.
Afinal, os filhos da luz não são tão astutos como os filhos do mundo, precavendo o seu futuro. Os cristãos, sem usar da malícia e da desonestidade do administrador deveriam agir diligentemente para a sua salvação, não esquecendo que apesar dos seus corações deverem ser como o das pombas, o seu espírito deverá munir-se da prudência da serpente.
***
PARÁBOLA DO RICO AVARENTO
Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino, e vivia os dias regalado e com luxo. Um pobre, chamado Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele saciar-se com o que caía da mesa do rico; e até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora, o pobre morreu e foi levado pelos anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. No inferno, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e viu, de longe, Abraão e Lázaro no seu seio. Então, ergueu a voz e disse:
- Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro para que molhe em água a ponta de um dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas.
Abraão respondeu-lhe:
- Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, e Lázaro somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, entre nós e vós, há um grande abismo, de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.
O rico insistiu:
- Peço-te, pai, que envies Lázaro à casa de meus pais, pois tenho cinco irmãos; que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento.
Disse-lhe Abraão:
- Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!
Replicou-lhe ele:
- Não, pai Abraão, mas se algum dos mortos, for ter com eles, arrepender-se-ão.
Abraão respondeu-lhe:
- Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas, tão pouco se deixaram convencer, se alguém ressuscitar dentre os mortos.
Lc. 16, 19-31
COMENTÁRIO –
O rico nunca se preocupou com a miséria de Lázaro. Preocupava-se consigo e com os seus, ignorando os que padeciam; desconhecia ou não queria conhecer o seu próximo.
Morreu Lázaro e foi levado para o céu. Lázaro chorou na sua extrema pobreza e doença, e foi consolado. Morreu também o rico e do inferno avistou Lázaro com Abraão. Pediu ao Pai Abraão que permitisse que Lázaro diminuísse o seu sofrimento. Mas já tinha recebido a paga dos seus actos em vivo. Lázaro era agora gratificado. Mesmo assim, pediu que Lázaro fosse a casa de seus pais avisar os seus cinco irmãos para que não caíssem nos mesmos erros, acabando também naquele lugar de tormento. Ao que Abraão lhe respondeu que tinham Moisés e os Profetas. O rico argumentou que apenas se arrependeriam se vissem alguém ressuscitado dos mortos. Abraão disse ao rico que se não deram ouvidos a Moisés e aos Profetas, também não se deixariam convencer se alguém ressuscitasse dos mortos.
A pobreza exterior, como a de Jesus, contrapôs-se à riqueza e a todos os seus inconvenientes. Daí a dificuldade dos ricos entrarem no reino dos céus. A riqueza cega, gera desejos insaciáveis, determina o egoísmo, e pior de tudo, cega o rico para as necessidades do pobre e do desvalido.
Só o rico que souber amar o seu próximo poderá entrar no reino – essa a excepção; o rico que vir Deus no seu irmão carenciado.
Quanto à ressurreição de Lázaro, a parábola profetiza os acontecimentos posteriores à crucificação de Jesus. Serão muitos os que não acreditarão.
***
PARÁBOLA DO RICO INSENSATO
Dentre a multidão, disse-lhe alguém:
- Mestre, diz a meu irmão que reparta comigo a herança.
Ele respondeu-lhe:
- Homem, quem me nomeou juiz ou repartidor entre vós? Olhai, guardai-vos de toda a cobiça, porque mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens.
Disse-lhes, então, esta parábola:
- Havia um homem rico, cujas terras lhe deram uma grande colheita. E, pôs-se a discorrer, dizendo consigo: Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita?
Depois continuou: Já sei o que vou fazer: Deito abaixo os meus celeiros, construo uns maiores e guardarei lá o meu trigo e todos os meus bens. Depois, direi à minha alma: Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.
Deus, porém, disse-lhe:
- Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma; e o que acumulaste para quem será?
Assim acontecerá ao que entesoira para si, e não é rico em relação a Deus.
Lc. 12, 13-21
COMENTÁRIO –
Os cemitérios estão cheios de corpos apodrecidos de homens ricos e poderosos, acantonados lado a lado com pobres e miseráveis.
Esta parábola dirige-se àqueles que se comportam neste mundo como se aqui pudessem viver para sempre. Colocam todos os seus esforços e preocupações na acumulação de bens para assim poderem satisfazer os seus caprichos, julgando-se em segurança.
Mas o senhor da Morte chega quando menos se espera e os bens de nada hão-de servir à alma do rico insensato.
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PARÁBOLA DOS TALENTOS
Um homem ao partir para fora, chamou os servos e confiou-lhes os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual conforme a sua capacidade; e depois partiu.
Aquele que recebeu cinco talentos negociou com eles, e ganhou outros cinco. Da mesma forma, aquele que recebeu dois, ganhou outros dois. Mas aquele que apenas recebeu um, foi fazer um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e pediu-lhes contas. Aquele que tinha recebido cinco talentos, aproximou-se e entregou-lhe cinco, dizendo:
- Senhor, confiaste-me cinco talentos, aqui estão outros cinco que ganhei.
O senhor disse-lhe:
- Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu Senhor.
Veio em seguida, o que tinha recebido dois talentos:
- Senhor, confiaste-me dois talentos, aqui estão outros dois que ganhei.
O senhor disse-lhe:
- Muito bem, servo bom e fiel, foste fiel em coisas de pouca monta, muito te confiarei. Entra no gozo do teu Senhor.
Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento:
- Senhor, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não espalhastes. Por isso, com medo, fui esconder o teu talento na terra. Aqui está o que te pertence.
O senhor respondeu-lhe:
- Servo mau e preguiçoso! Sabias que eu ceifo onde não semeei e recolho onde não espalhei. Pois bem, devias ter levado o meu dinheiro aos banqueiros e, no meu regresso, teria levantado o meu dinheiro com juros. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos. Porque ao que tem dar-se-á e terá em abundância; mas ao que não tem, ser-lhe-á tirado até mesmo o que tem. A esse servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.
Mt. 25, 14-30
COMENTÁRIO –
A Parábola dos Talentos, na sua essência, tem sido interpretada de duas formas: Há quem diga que se refere aos judeus e quem expresse a opinião de que se dirige a todos os cristãos.
Dirija-se aos Apóstolos ou discípulos do Senhor, aos judeus ou aos cristãos, a parábola manifesta o facto de que todos nós temos virtudes e são-nos concedidas oportunidades. Uns aproveitam o que lhes é concedido, enquanto que outros ou o desprezam ou ignoram. O servo fiel é o que age diligentemente, independentemente dos talentos que recebeu.
O servo fiel aprecia a Palavra do seu Senhor e a eternidade que por ele lhe é prometida, mais do que todos os bens do mundo.
***
PARÁBOLA DO EDIFICADOR DA TORRE
Quem, dentre vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que a acabar? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, não a podendo acabar, todos os que viram, comecem a troçar dele, dizendo:
- Este homem principiou a construção e não a pôde acabar.
Lc. 14, 28-30
COMENTÁRIO –
O verdadeiro cristão busca viver segundo o caminho do Senhor. Ser cristão é imitar Cristo. A imitação de Cristo tem um preço gigantesco.
Este preço deve ser previsto com prudência e racionalidade. Estamos dispostos a pagar esse preço?
Não vale a pena clamar pelo Senhor sem que se faça o que ele diz.
Quem quiser abraçar a palavra do Senhor deve avaliar a sua intenção e capacidade de acção. De nada nos serve apelidarmo-nos de cristãos, invocando um baptismo e outros rituais impostos pela tradição, se não estivermos dispostos a seguir com diligência os ensinamentos de Cristo.
***
PARÁBOLA DO REI QUE PARTE PARA A GUERRA
Qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei, e não se senta primeiro, examinando se lhe é possível com dez mil homens opor-se àquele que vem contra ele com vinte mil? Se não pode, estando o outro ainda longe, manda-lhe embaixadores a pedir a paz.
Lc. 14, 31-33
COMENTÁRIO –
Esta parábola e a anterior alertam os cristãos para as dificuldades que os verdadeiros religiosos enfrentam, quando se dispõem a seguir Cristo.
Na anterior, tal como dissemos, quem quiser abraçar a palavra do Senhor é exortado a avaliar a sua intenção e capacidade de acção.
Nesta o rei avalia a sua capacidade de acção e de negação. A capacidade de ceder é a renúncia do cristão a si mesmo, tarefa que não é propriamente nada fácil.
Como disse o Senhor:
- Se alguém me quiser seguir, negue-se a si mesmo.
***
PARÁBOLA SOBRE A ORAÇÃO
Disse-lhes Jesus:
- Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou agora de viajem e não tenho nada para lhe oferecer, e se ele lhe responder lá de dentro:
- Não me incomodes, a porta está fechada e os meus filhos estão comigo na cama, não posso levantar-me para tos dar.
Eu vos digo:
- Embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo quanto precisar.
Lc. 11, 5-8
COMENTÁRIO –
Esta parábola é um convite à oração. No nosso entender à oração constante.
O amigo importuno pediu três pães ao seu vizinho. Pela sua insistência conseguiu demovê-lo, fazendo-o sair da cama, não por ser seu amigo, mas pela sua impertinência e acabou por lhe dar tudo o que precisava, para além dos ditos pães.
Uma questão que deve ser apreciada, prende-se com a misericórdia de Deus. Se não for um cristão que se lhe dirija orando, Deus ouvi-lo-á? Julgamos que sim.
Por outro lado, dir-se-á que não devemos usar nas nossas orações muitas palavras, porque Deus sabe do que necessitamos ainda antes de Lho pedirmos.
É necessário orar sempre e não cessar de o fazer, tal como o publicano que dizia e repetia sem cessar:
- Meu Deus, tem piedade de mim, pecador.
***
PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO
Depois disse-lhes Jesus uma parábola sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer:
- Em certa cidade, disse ele, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens.
Vivia também, naquela cidade, uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia:
- Faz-me justiça contra o meu adversário.
Durante muito tempo, recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.
E o Senhor continuou:
- Reparai no que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos Seus eleitos que a Ele clamam dia e noite, e fá-los-á esperar? Far-lhes-á justiça prontamente, digo-vo-lo eu. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?
Lc. 18, 1-8
COMENTÁRIO –
Voltamos a encontrar nesta parábola uma referência à necessidade de orar sempre, sem desfalecer.
É um apelo à oração contínua. Lembremos aqui, os Padres do Deserto. Orar continuadamente, entregando-nos nas mãos de Deus, que poderá não nos atender de imediato ou no que lhe pedimos, certos de que Ele sabe o que nos convém.
Não é despiciendo mencionar uma das orações muito utilizadas em Taizé; uma oração de confiança ilimitada no Senhor e nas Suas obras, alicerçada na paciência e na perseverança:
Senhor, estou aqui à espera de nada.
Quem espera o nada
sabe que a passagem
se dá.
***
PARÁBOLA DOS VINHATEIROS
Jesus pôs-se a falar-lhes em parábolas:
- Um homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe, cavou nela um lagar e construiu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Na altura própria, enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles parte dos frutos da vinha. Eles, porém, prenderam-no, bateram-lhe e mandaram-no com as mãos vazias. Enviou-lhes, novamente, outro servo. Também a este partiram a cabeça e cobriram de vexames. Enviou outro, e a este mataram-no; mandou ainda muitos outros, e eles bateram nuns e mataram outros.
Restando-lhe ainda alguém, o filho muito amado, enviou-o por último, pensando:
- Hão-de respeitar o meu filho.
Mas os vinhateiros disseram uns para os outros:
- Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa.
E apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará o dono da vinha? Regressará e exterminará os vinhateiros e, depois, entregará a vinha a outros. Não lestes esta passagem da Escritura:
- A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular.
Tudo isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Os fariseus procuravam prendê-lo, mas temiam a multidão; tinham percebido perfeitamente que a parábola fora dita para os atingir. Deixando-o, retiraram-se.
Mc. 12, 1-12
COMENTÁRIO –
Esta parábola deve referir-se aos enviados de Deus e à sua rejeição pelos homens. Primeiro os profetas e depois o próprio Jesus.
***
PARÁBOLA DA FIGUEIRA ESTÉRIL
Disse-lhes Jesus, a seguinte parábola:
- Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha, e foi procurar a fruta que nela houvesse, mas não a encontrou. Pelo que disse ao encarregado da vinha:
Há três anos que venho procurar fruta nesta figueira e não a encontro. Corta-a; para que está ela a ocupar a terra?
Mas ele respondeu:
- Senhor, deixa-a ainda este ano, para que eu possa escavar a terra em volta e deitar-lhe estrume. Se der frutos na próxima estação, ficará: senão, cortá-la-ás.
Lc. 13, 6-9
COMENTÁRIO –
Se não há árvore boa que dê mau fruto, também não há árvore má que dê bom fruto. Mas a figueira da parábola era estéril.
O dono permitiu que o empregado cuidasse da figueira por mais um ano, cavando-a ao toro e enterrando estrume, para que pudesse frutificar. Se não frutificasse, então deitaria o machado ao tronco, cortando-a.
Nós somos como a figueira. Se não produzirmos fruto, mesmo depois de instruídos, grande será a nossa perdição.
***
PARÁBOLA DO GRANDE BANQUETE
Certo homem ia dar um grande banquete e fez muitos convites. À hora do banquete, mandou o seu criado dizer aos convidados:
- Vinde, já está tudo pronto.
Mas todos, unanimemente, começaram a esquivar-se.
O primeiro disse:
- Comprei um terreno e preciso de ir vê-lo; peço-te que me dispenses.
Outro disse:
- Comprei cinco juntas de bois e tenho de as ir experimentar; peço-te que me dispenses.
E outro disse:
- Casei-me e, por isso, não posso ir.
O criado regressou e comunicou isto ao seu senhor. Então, o dono da casa, irritado, disse ao criado:
- Sai imediatamente às praças e às ruas da cidade e traz para aqui os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos.
O criado voltou e disse-lhe:
- Senhor, está feito o que determinaste, e ainda há lugar.
O senhor disse ao criado:
- Sai pelos caminhos e cercados e obriga-os a entrar, para que a minha casa fique cheia. Pois digo-vos que nenhum daqueles que foram convidados, provará da minha ceia.
Lc. 14, 16-24
COMENTÁRIO –
O Reino é semelhante a um banquete.
A mesa está posta, a comida pronta a servir. Os primeiros convidados escusaram-se a comparecer. Todos eles estavam demasiadamente ocupados com as coisas do mundo.
Na sua falta, o senhor da casa ordenou que os servos fossem pelos caminhos e trouxessem os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos. Todos os desvalidos que encontrassem até que a sua casa ficasse cheia. Estes, contrariamente aos primeiros, responderam com alegria ao convite.
Sempre que o Senhor nos chama, não devemos repudiar o seu convite, porque muitos são os chamados mas poucos os escolhidos.
***
PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA
Com efeito o reino dos céus é semelhante a um proprietário que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para a sua vinha.
Saiu depois, pela terceira hora, viu outros que estavam na praça, ociosos, e disse-lhes:
- Ide vós também para a minha vinha e tereis o salário que for justo.
Saiu de novo pela hora sexta, e pela hora nona, e fez o mesmo. Saindo pela hora undécima, encontrou ainda outros que ali estavam e disse-lhes:
Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?
Responderam:
- É que ninguém nos contratou.
Ele disse-lhes:
- Ide vós também para a minha vinha.
Ao entardecer, o dono da vinha disse ao capataz:
- Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros.
Vieram os da hora undécima e receberam um denário cada um. Vieram, por seu turno, os primeiros e julgaram que iam receber mais, mas receberam, também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
- Estes últimos só trabalharam uma hora, e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o cansaço do dia e o seu calor.
Respondeu a um deles:
- Em nada te prejudico, meu amigo. Não foi um denário que nós ajustámos? Leva, pois, o que te cabe e segue o teu caminho. Apraz-me dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido dispor dos meus bens como me aprouver? Ou tu hás-de ter maus olhos por eu ser bom?
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são chamados e poucos escolhidos.
Mt. 20, 1-16
COMENTÁRIO –
Esta parábola tem como objectivo ensinar os homens a não criar hierarquias e juízos de valor relativamente a outros, quer por pertencerem a classes reputadas inferiores quer pelo tipo de trabalho que executam, quer ainda pelo seu convencimento devocional.
A justiça de Deus não é igual à justiça dos homens. A Sua justiça é perfeita enquanto que a do mundo está eivada de contradições e erros.
Os trabalhadores que fizeram todas as horas do dia de trabalho, sentiram-se injustiçados por arrecadarem o mesmo como salário do que aqueles que apenas haviam trabalhado parte. Sentiram-se indignados com a bondade do dono da vinha. Em vez de se sentirem injustiçados, deveriam sentir alegria e não inveja pelo facto dos outros trabalhadores terem sido recompensados pela justiça e generosidade do dono da vinha. Quantas vezes não nos indignamos por haver irmãos que julgamos menos dignos do que nós e que são abençoados nas suas vidas, enquanto nós sofremos os mais profundos padecimentos?
Podemos pensar que somos sempre os primeiros, que o nosso lugar é no topo da mesa do banquete, mas por vontade da verdadeira justiça o lugar que nos está destinado é o último; e sendo o último devemos aceitá-lo com alegria. Porque muitas vezes os últimos serão os primeiros e os primeiros os últimos, numa recompensa que nos é totalmente alheia e que não depende de nós.
Deus recompensa os homens em função da Sua vontade, exercendo a Sua justiça, que nem sempre é perceptível à mente humana, limitada pelo tempo-espaço, que bastas vezes a considera ilógica. Não os recompensa apenas pelas suas obras, para que não gere neles um sentimento pernicioso de vanglória. Não os gratifica pelo tempo dedicado à Igreja e aos ensinamentos. Pensemos no episódio do ladrão arrependido que foi crucificado com Jesus e que com ele nesse mesmo dia subiu ao paraíso. No fim dos tempos, iremos encontrar o ladrão arrependido com Tiago, o Justo, o irmão de Jesus, usufruindo da mesma beatitude.
Podemos também lembrar-nos que a Boa-nova foi primeiramente anunciada aos judeus. Só algum tempo depois começou a ser disseminada pelos gentios.
No entanto, há algo que nunca devemos esquecer. Alguns são chamados ao alvorecer, outros no princípio da tarde, outros, ainda, ao crepúsculo e por fim os que são chamados durante a noite. Não há homem que não seja chamado a participar do Reino.
As nossas expectativas nada são aos olhos do Senhor.
Deus não faz acordos nem negoceia com os homens. Daí a importância da oração do homem que nada quer, nada sabe e nada tem:
- Senhor, estou aqui à espera de nada.
***
PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
O reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. Ora, cinco delas eram levianas e cinco sensatas. As levianas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as sensatas, com as suas lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorasse, começaram a dormitar e adormeceram. À meia-noite ouviu-se um brado:
- Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!
Despertaram, então, todas aquelas virgens e aprontaram as lâmpadas.
As levianas disseram às sensatas:
- Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão a apagar-se.
Mas as sensatas responderam:
- Não, talvez não chegue para nós e para vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós.
Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo e as que estavam prontas, entraram com ele para a sala das núpcias, e fechou-se a porta.
Mais tarde, chegaram as outras virgens e disseram:
- Senhor, senhor, abre-nos a porta.
Mas ele respondeu:
- Em verdade vos digo: Não vos conheço.
Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.
Mt. 25, 1-13
COMENTÁRIO –
Sejamos previdentes e estejamos alerta. Estejamos prontos para o reino do Senhor.
Vigiemos fielmente, pois não sabemos o dia nem a hora em que o Senhor chegará.
Esta parábola não faz distinção entre povos, raças ou religiões. Aplica-se a todos os homens que devem pautar as suas vidas pela justiça e pela misericórdia sem desvanecer.
***
PARÁBOLA DOS SERVOS AGUARDANDO O SENHOR
Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Ficai sabendo isto:
- Se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a casa. Por isso, estai vós também preparados, porque o Filho do Homem virá na hora em que menos pensardes.
Mt. 24, 42-44
COMENTÁRIO -
Esta parábola, tal como a das Dez Virgens é uma advertência à vigilância.
Como o dono da casa não sabe a que horas da noite o ladrão vem, também nós não sabemos na nossa espera, quando será a vinda do Senhor.
Esperemos, pois, e preparemo-nos vigiando diligentemente.
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PARÁBOLA DO PAI QUE GUARDA COISAS NOVAS E VELHAS
Todo o escriba instruído acerca do reino dos céus é semelhante a um pai de família que tira coisas novas e velhas do seu tesouro.
Mt. 13, 52
COMENTÁRIO –
Esta parábola diz-nos que todo o estudioso instruído acerca do reino dos céus não deve menosprezar nenhum ensinamento, nem mesmo a lei antiga.
Pelo contrário, deve interpretá-los como se fossem apenas uma doutrina, aproveitando o aproveitável, corrigindo o que há para corrigir e agregando os conhecimentos obtidos.
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PARÁBOLA DO ADMINISTRADOR
Quem julgas que é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente dos seus criados, para lhes dar de comer a seu tempo? Feliz o servo a quem o senhor ao voltar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo, confiar-lhe-á todos os seus bens. Mas, se for um mau servo e disser consigo mesmo: O meu senhor demorar-se-á, e começar a bater nos seus companheiros, a comer e a beber com os ébrios, o senhor desse servo virá no dia em que ele não o espera e à hora que ele não sabe; castigá-lo-á severamente e destinar-lhe-á lugar entre os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.
Mt. 24, 45-51
COMENTÁRIO –
O servo fiel e prudente é o que faz a vontade do Senhor e cumpre a Sua Palavra escrupulosamente sem esmorecer em momento algum.
Servir com sinceridade, verdade e rectidão do coração. O servo que o não fizer, cairá na perdição.
Se o não fizer arruinar-se-á.
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PARÁBOLA DO BOM PASTOR
Em, verdade, em verdade vos digo que aquele que não entra pela porta, no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele que entra pela porta, é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre e as ovelhas ouvem a sua voz; e chama pelo nome as suas ovelhas, e leva-as para fora. E depois de fazer sair todas as ovelhas, vai diante delas e as ovelhas seguem-no, porque conhecem a sua voz. Mas não seguirão um estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
João 10, 1-5
COMENTÁRIO –
Jesus entra pela porta das ovelhas. Não é ladrão e salteador. Ele é a própria porta do curral.
Jesus ama as suas ovelhas e as suas ovelhas amam-no. Por isso, não seguirão estranhos.
As ovelhas ouvem gratificadas a Palavra de Jesus e abominam as doutrinas dos salteadores, que vêm para lhes causar mal e não para as conduzir no caminho do Bem.
O Bom Pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas. Quer que tenham vida, e a tenham em abundância, porque as ama.
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PARÁBOLA DA VIDEIRA
Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Toda a vara que em mim não dá fruto, Ele corta-a, e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, devido à palavra que vos tenho dirigido. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como a vara não pode dar fruto por si mesma, se não estiver na videira, assim acontecerá convosco, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; lançá-lo-ão ao fogo e arderá. Se vós estiverdes em mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Dando vós muito fruto, meu Pai, é glorificado; e assim sereis meus discípulos.
Jo. 15, 1-8
COMENTÁRIO –
Jesus disse ser a videira e os seus Apóstolos e Discípulos as varas. Ora quem estiver em Jesus e ele nele, esse dará seguramente muito fruto. Mas se alguém não estiver nele, será lançado fora, como a vara, e secará para depois ser lançado ao fogo. Aqueles que estiverem em Jesus tendo as suas palavras no coração, poderão pedir tudo o que quiserem e ser-lhes-á concedido.
Jesus é todas as coisas e nós somos parte dele. Ele é tudo em todos e todos são tudo nele. Se estivermos separados dele, não somos nada, não frutificamos tal como as varas que foram podadas e estão destinadas ao fogo.
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OS DOIS DEVEDORES
Um dos fariseus pediu-lhe que fosse comer com ele. Tendo entrado em casa do fariseu, pôs-se à mesa. Uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um frasco de alabastro cheio de perfume. Colocando-se a seus pés, por detrás dele, começou a banhar-lhe os pés com as lágrimas e enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e ungia-os com perfume.
Vendo isto, o fariseu que o tinha convidado disse consigo:
- Se este fosse profeta, com certeza saberia de que espécie é a mulher que o toca: uma pecadora.
Jesus, então tomou a palavra e disse-lhe:
- Simão tenho uma coisa a dizer-te.
Mestre, fala:
- Um credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles, pois, o amará mais?
Simão respondeu:
- Creio que aquele a quem perdoou mais.
Jesus disse-lhe:
- Julgaste bem.
Em seguida, voltando-Se para a mulher, disse a Simão:
- Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; ela com as suas lágrimas, banhou os meus pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o ósculo; porém, ela, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Não ungiste a minha cabeça com óleo, porém esta ungiu com perfume os meus pés. Pelo que te digo: são-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou. Mas aquele a quem menos se perdoou, menos ama.
Depois disse à mulher:
- São-te perdoados os pecados.
Lc 7, 41-42
COMENTÁRIO –
Quanto maior for a dívida perdoada a um devedor que não poderia pagá-la, maior deverá ser sua gratidão para com quem a perdoou.
O reino trouxe consigo o perdão.
A mulher, humildemente, amou mais do que Simão. Daí lhe terem sido perdoados todos os pecados.
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AS OVELHAS E OS CABRITOS
Quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os anjos com ele, assentar-se-á no trono da sua glória. E na sua presença serão reunidas todas as nações. Ele separará os homens uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos, e porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita:
- Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde a fundação do mundo. Pois tive fome e destes-me de comer. Tive sede e destes-me de beber. Era forasteiro e recolhestes-me. Estive nu e vestistes-me, doente e visitastes-me, preso e viestes ver-me.
Então os justos dirão:
- Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos forasteiro e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso e te fomos ver?
Ao que lhes responderá o rei:
- Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes.
Em seguida, dirá aos que estiverem à sua esquerda:
- Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer. Tive sede e não me destes de beber. Fui forasteiro e não me recolhestes. Estive nu e não me vestistes, doente e preso, e não me visitastes.
Então, também eles dirão:
- Senhor, quando é que te vimos com fome ou com sede, forasteiro ou nu, doente ou preso e não te servimos?
E ele responderá com estas palavras:
- Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.
E a estes está destinado o eterno castigo, enquanto para os justos está destinada a vida eterna.
Mt 25, 31-46
COMENTÁRIO –
Esta parábola não necessita de interpretações. Bastar-nos-á uma leitura atenta.
É a parábola da compaixão, do amor ao próximo, da obediência à Palavra.
Também, e fundamentalmente, a do Juízo Final. Os justos ficarão à sua direita e os ímpios à sua esquerda.
Os justos viverão eternamente na presença de Deus, enquanto que os ímpios serão apartados dessa presença para todo o sempre.
Repetimos o que já escrevemos supra: Viste o teu irmão, viste Deus. Viste um pobre, um necessitado, viste Jesus, que bate à tua porta.
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Juízo Final - Marten |
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José Maria Alves
https://josemariaalves.blogspot.com/
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