Um imperador era profundamente religioso, mas não professava nenhuma religião, não se atinha a qualquer método contemplativo em especial e não se subjugava a qualquer filosofia.
Para transmitir aos seus súbditos o facto de que a Verdade é inexprimível, pediu a um dos mais afamados escultores do império, que esculpisse uma estátua de rara beleza, que exprimisse a espiritualidade sem reservas, ou seja, sem quaisquer conotações limitativas da sua natural liberdade.
O escultor, durante meses talhou uma estátua de beleza inigualável e colocou-a num santuário construído para o efeito.
Logo que se abriram os seus portais, começaram as disputas, de que um dos ministros o informou detalhadamente:
“Majestade, no santuário há acesas disputas, insultos e agressões. Os hindus dizem que a estátua é de Krishna, os sikhs dizem que é do Guru Nanak, os muçulmanos asseveram que é de Maomé, os budistas garantem que é de Buda e os cristãos de Jesus. É grande e despropositada a agitação.”
Depois de profunda, mas breve meditação, disse o imperador místico:
“Manda um esquadrão da minha guarda pessoal ao santuário. Ordena-lhes que dispersem os fieis e que destruam a estátua. Encerrem também o templo, para que os operários o possam demolir. Este povo, apenas vê o resultado dos seus condicionamentos.”
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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