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ARTE

quarta-feira, 28 de julho de 2010

SILVA PALMA (1870-1917) - NEM TUDO PASSA


Passa a água do rio, clara e cantante,
Passa no céu profundo a tempestade,
Passa a folha caída e, num instante,
Passa o tempo que leva a mocidade...

Passa a onda no mar, seguindo avante,
Passa a águia veloz, na imensidade,
Passa da rosa o cheiro inebriante
Passa dum lindo olhar a claridade.

Passa o vento, a gemer, nos salgueirais,
Passa a luz boiando... e na amplidão
Passam ecos d’acordes musicais.

Só tu mulher que amei, desfeita esperança,
Só tu que me abrasaste o coração,
Me não passas um dia de lembrança.

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