Num dia em que mais nada me ocorre no Reino-do-Faz-de-Conta
Era a história simples de uma princesa-abóbora real e duradoura como a constelação de Órion Na noite escura de nuvens ociosas levantava os braços-punhais ao céu chorando solenemente dias como todas as princesas que o são de nascimento e não de compra Elegante vestia cetins debruados a chita para agradar ao povo doente dos olhos mais doente da mente O pai ministro primeiro mentia naturalmente com a naturalidade das ondas que se desfazem em lixo no areal A mãe era meretriz aposentada sem eira nem beira que ainda esboçava por aqui e por ali um jeito da sua extinta graça
Deste modo cresceu
O pai mais mentiroso a mãe mais puta do que nunca
Um dia em que os trovões se divertiam a fazer estalar os vidros do céu surgiu do reino Do-Não-Sei-Quê um príncipe encantado de desencantos tantos que mais vale calar e de quem se enamorou Anunciada a boda casou
Com o casamento ficou a família destroçada
Pai mentiroso
Mãe puta
Noivo bobo
Filha para sempre desgraçada
Deste modo cresceu
O pai mais mentiroso a mãe mais puta do que nunca
Um dia em que os trovões se divertiam a fazer estalar os vidros do céu surgiu do reino Do-Não-Sei-Quê um príncipe encantado de desencantos tantos que mais vale calar e de quem se enamorou Anunciada a boda casou
Com o casamento ficou a família destroçada
Pai mentiroso
Mãe puta
Noivo bobo
Filha para sempre desgraçada
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