uma mesa
giratória no canto da sala água-marinha
um pássaro de
plumas marfim escuta estático a voz de falso tenor do piso inferior
açaimada aos anos
percorridos no breu pela velha estatueta de bronze
está a boneca de
trapos com o sorriso aberto à brisa que vem do rio
a senhora idosa
tão inclinada e absorta
fareja a tiritar
o local do crime original
sem a remissão de
bula expiatória por discordância com a divindade irada
a grandeza
melancólica dos espíritos peregrinos
eternos
descobridores da maresia silenciosa e retráctil
assola as horas
tão vastas como lendas conspícuas
os vales
verdejantes enegreceram
e sobre as cem
mil colinas nem uma águia real ousou voar
1 comentário:
Agradeço o seu comentário.
Um abraço.
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