cala-te, meu coração! o espaço é surdo.
cala-te, meu coração! carregado de soluços
o mais alto do céu não transportará
nem as tuas canções nem os teus cânticos.
cala-te, porque os espectros da noite
não sabem que fazer do murmúrio dos teus segredos
e diante dos teus sonhos passam,
sem um olhar, as trevas em procissão.
cala-te! o espaço está pesado com um odor de morte.
ele não beberá o teu alento
meu coração, cala-te até ao amanhecer,
porque àquele que a manhã espreita paciente
a manhã lhe dará o beijo da paixão.
Tradução de Adalberto Alves
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