Hoje no sono vi-te no mar de trevas do frágil arco do desamparo
O corpo desmembrado pelas límpidas águas da purificação
No movimento incessante dos que para sempre partem
Para sempre retornam nos corações floridos
E no Oceano em chamas se dissolvem imperturbáveis
Vi-te no campo arado a ferros
De desejos semeado
Na colina ausente da batalha
Onde estão plantados os desconhecidos soldados de guerras intermináveis
Sepultados na carne fresca de abutres e corvos
Vi-te morta a ti que ainda vives
Tu que de pé estás liberta de todos os sacrifícios divinos da vida na pedra morta dos altares
Dos ritos frios de deuses inventados
pela dualidade entorpecida
Acordei novo com um novo sabor a quotidiano na boca amarga
Disposto a representar novo papel trágico-cómico
Não te vejo
Já não bebo do teu vinho unindo a terra ao céu
É na minha taça que viajo pelas galáxias longínquas
Espirais de ovas lacustres
Esquecendo o meu o teu corpo
Dispensando tudo o que não vive livre liberto da própria liberdade
Sem comentários:
Enviar um comentário