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ARTE

sábado, 9 de abril de 2022

O NAVIO DOS LOUCOS (PLATÃO) E O NAVIO DOS TOLOS (TED KACZNSKY)

 


O NAVIO DOS LOUCOS E O NAVIO DOS TOLOS


        Navio dos loucos, Hieronymus Bosch, 1495


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                                                             PLATÃO


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INTRODUÇÃO


O Navio dos Loucos é uma alegoria, originária do livro VI da República, de Platão, o maior de todos filósofos, sobre um navio com uma tripulação enlouquecida. Com esta alegoria, Platão dirige-se de forma figurada aos sistemas políticos e aos governantes inábeis, defendendo a importância dos filósofos como potenciais governantes.

No nosso entender, pode aplicar-se a praticamente todas as situações humanas em que existe um regime hierárquico, em regra corrupto, imoral e incompetente.






Em finais do século XX, Ted Kaczynski, que ficou conhecido como “Unabomber”, provavelmente influenciado pelo filósofo, escreveu uma história que se aplica com toda a pertinácia aos tempos actuais, em que os poucos governantes deste mundo, exercendo o seu poder com incompetência, ignorância e proveito próprio e dos seus bajuladores, fazem rumar a humanidade para “morte”.

Uma “rota” sem retorno. 



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O NAVIO DOS LOUCOS


Sócrates –  Percebo que te divertes muitíssimo por me ver às voltas com uma questão tão árdua; mas ouve a parábola e ainda te divertirás mais com a pobreza da minha imaginação. É tão mau o tratamento que os homens mais sensatos recebem das suas cidades que nenhuma outra criatura sofre coisa semelhante; por isso, com a finalidade de os defender necessito de recorrer à ficção, compondo uma figura com muitos elementos diversos, como os pintores ao pintar os fabulosos cervos-bodes e outros seres da mesma espécie. 

Imagina, pois, que num navio ou numa frota existe um capitão mais corpulento e robusto do que os que estão sob o seu comandado, mas um tanto surdo e curto de vistas, e que também não é muito instruído no que toca aos conhecimentos náuticos. Os marinheiros começam a discutir acerca do governo do navio, cada um deles convencido que tem o direito de assumir o leme, sem jamais ter aprendido a arte de timoneiro nem poder indicar quem foi o seu mestre ou em que ocasião estudou; contrariamente, asseguram que isso não é matéria de estudo e para além do mais, estão dispostos a fazer em pedaços seja quem for que os contradiga. Esses marujos rodeiam o comandante, instando-o e empenhando-se por todos os meios para que lhes entregue a roda do leme; e sucede que, não logrando persuadi-lo e vendo que outros lhes são preferidos, assassinam-nos e lançam-nos pela borda, embotam os sentidos do honrado capitão com mandrágora, vinho ou qualquer outra coisa e põem-se a governar o navio apoderando-se de tudo o que nele existe. E assim, bebendo e banqueteando-se, prosseguem a viagem do modo que se poderia esperar de tais indivíduos. Àquele que toma o seu partido e coopera na amotinação, apelidam-no de homem do mar, bom piloto e versado em náutica, ao mesmo tempo que qualificam de inútil o que assim não procede; e tão-pouco entendem que o bom piloto tem de se preocupar com o ano, a estação, o céu, os astros, os ventos e tudo o mais que se relaciona com a arte de navegar se pretende realmente estar qualificado para o comando e governo de um navio – e, estando verdadeiramente qualificado, é ele quem tem de o dirigir, queiram os outros ou não. Nunca encaram a sério, como parte da sua profissão, essa possibilidade de unir na mesma pessoa a autoridade com a arte de marear. Sucedendo tais coisas num navio, não crês que o verdadeiro piloto deverá ser apelidado de fantasista, charlatão e um verdadeiro inútil pelos marinheiros assim amotinados?

Adimanto –  Ah! Sem dúvida.

Sócrates –  E por certo não necessitas de ouvir a interpretação da alegoria, que descreve o verdadeiro filósofo na sua relação com a cidade; pois já a entendeste muito bem.

Adimanto –  Sim, claro.

Sócrates –  E se expusesses agora esta parábola àquele nobre homem que tanto se admirava de constatar que os filósofos não recebiam qualquer honra nas suas cidades? Explica-lha convenientemente e trata de o convencer de que seria muito mais natural se a recebessem.

Adimanto –  Assim farei.

Sócrates –  Diz-lhe que tem toda a razão ao considerar inúteis para o resto da humanidade os melhores de todos os filósofos; mas não te esqueças de acrescentar que a culpa dessa inutilidade cabe aos que deles se não querem socorrer, e não a eles próprios. Os pilotos não devem suplicar aos marinheiros que se deixem comandar por eles, pois essa não é a ordem natural das coisas; nem tão-pouco devem “os sábios pedir à porta dos ricos”…, o engenhoso autor deste conceito não fez mais do que mentir…, mas a verdade é que quando um homem está doente, seja rico ou pobre, tem de ir bater à porta do médico, e quem carece de ser governado deverá bater à porta de quem o possa governar; nem o governante que para alguma coisa sirva pedirá aos governados que se deixem governar. Não errarás, por outro lado, se comparares os que actualmente governam com os marinheiros de que falávamos há pouco, e aos que estes chamavam inúteis e pacóvios, com os verdadeiros pilotos.


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                  Albrecht Durer - Xilogravura alemã de 1549


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NAVIO DE TOLOS


Era uma vez, um capitão, um imediato e pilotos de um navio que ficaram tão presunçosos da sua arte de marear, tão cheios de impertinência e tão afectados com eles mesmos, que enlouqueceram. Rumaram para Norte e velejaram até encontrarem icebergues e campos de gelo, e continuaram a velejar para Norte, para águas mais e mais arriscadas, somente com o intuito de lhes dar mais oportunidades para poderem realizar proezas cada-vez-mais-brilhantes de marinharia. 

À medida que o navio alcançava latitudes cada vez mais elevadas, os passageiros e a tripulação ficaram cada vez mais desconfortáveis. Começaram a ter disputas entre eles, queixando-se das condições em que viviam. 

"Os meus ossos tremem", disse um hábil marinheiro. "Se esta não é a pior viagem em que eu já estive… O convés está escorregadio com tanto gelo; quando estou de vigia o meu casaco é cortado pelo vento como por uma faca afiada; sempre que eu enrolo as velas os meus dedos ficam quase congelados e tudo o que eu ganho com isto são uns miseráveis cinco xelins por mês!" 

"Acha que está mal?!" – disse uma passageira. "Eu não consigo dormir à noite por causa do frio. As senhoras neste navio não têm a mesma quantidade de cobertores do que os homens. Não é justo!" 

Um marinheiro mexicano juntou-se aos queixosos: “Eu só estou a ganhar metade do salário dos marinheiros ingleses. Nós precisamos de bastante comida para nos mantermos quentes neste clima, e eu não estou a ganhar a minha parte; os ingleses ganham mais. E o pior de tudo é que o contramestre dá-me sempre ordens em inglês e nunca em espanhol.” 

"Eu tenho mais razão para reclamar do que todos", disse um marinheiro índio americano. "Se os brancos não me tivessem roubado as minhas terras ancestrais, eu não estaria neste navio, entre icebergues e ventos árcticos. Eu estaria a remar numa canoa num lago encantador e plácido. Eu mereço ser compensado. No mínimo, o capitão deveria permitir que eu organizasse um jogo de dados para que pudesse ganhar algum dinheiro." 

Então o contramestre disse: "Ontem o imediato chamou-me ‘larilas’ só porque eu chupo paus. Eu tenho o direito de chupar paus sem que me chamem nomes por causa disso!" 

"Não são apenas os humanos que são maltratados neste navio", vociferou um amante de animais entre os passageiros, com a sua voz a tremer de indignação. "Na semana passada vi o imediato pontapear o cão que vive no navio duas vezes!" 

Um dos passageiros era um professor universitário. Apertando as mãos, exclamou: "Tudo isso é terrível! É imoral! É racismo, sexismo, maus tratos, homofobia, e exploração da classe trabalhadora! É discriminação! Nós temos que ter justiça social: Salário igual para o marinheiro mexicano, melhor remuneração para todos os marinheiros, uma compensação para o índio, cobertores iguais para as senhoras e para os homens, um direito assegurado para chupar paus, e que o cão nunca mais seja pontapeado!" 

"Sim, sim!", gritaram os passageiros. "Ai-ai!", gritou a tripulação. "É discriminação! Nós temos que exigir os nossos direitos!" 

O encarregado dos camarotes limpou a garganta e disse: "Ha-ham. Todos vocês têm boas razões para as queixas que apresentam. Mas parece-me que o que nós realmente precisamos fazer é virar este navio e rumar de volta para Sul, porque se continuarmos rumando para Norte, mais cedo ou mais tarde iremos naufragar, e então os vossos salários, os vossos cobertores, e o seu direito de chupar paus, de nada vos irão adiantar, porque todos nós morreremos neste mar afogados."

Mas ninguém lhe prestou atenção, porque ele era apenas o membro da tripulação encarregue dos camarotes. 

O capitão, o imediato e o piloto de quarto, nos seus postos à popa, observavam e ouviam. Sorriam entre eles, piscando os olhos uns aos outros, e com um simples gesto do capitão o oficial piloto desceu da popa dirigindo-se para onde os passageiros e a tripulação estavam reunidos, abrindo caminho pelo meio deles. Com uma expressão muito séria do seu rosto, disse: "Nós, os oficiais, temos que admitir que algumas coisas realmente indesculpáveis têm acontecido neste navio. Nós não tínhamos percebido o quão má estava a situação até ouvirmos as vossas queixas. Nós somos homens de boa vontade e queremos fazer o melhor para todos vós. Mas, bem, o capitão é um tanto conservador e tem o seu estilo próprio. Talvez tenha que ser convenientemente informado antes de fazer quaisquer transformações substanciais. A minha opinião pessoal é a de que se vocês protestarem vigorosamente, mas sempre de modo pacífico e sem violar quaisquer das regras do navio, conseguirão retirar o capitão da inércia forçando-o a dar atenção aos problemas dos quais se queixam tão justamente."

Tendo dito isto, o oficial piloto dirigiu-se de volta para a popa. Enquanto retornava ao posto de comando na popa, os passageiros e a tripulação gritaram-lhe: "Moderado! Reformista! Bom-liberal! Bobo do capitão!". Contudo fizeram como o oficial lhes disse. 

Reuniram-se num grupo ante a popa, gritaram insultos aos oficiais, e exigiram os seus direitos: "Eu quero um salário maior e quero melhores condições de trabalho", bradou o marinheiro hábil. "Cobertores iguais para as mulheres", vociferou a passageira. "Eu quero receber as ordens em espanhol", exclamou o marinheiro mexicano. "Eu quero ter o direito de organizar um jogo de dados", gritou o marinheiro índio. “Eu não quero que me chamem larilas”, vozeou o contramestre. "Que o cão não volte a ser pontapeado" apregoou o amante de animais. "Revolução agora", disse o professor.

O capitão, o imediato e os pilotos juntaram-se e deliberaram por vários minutos, piscando, concordando com a cabeça e sorrindo uns para os outros. 

Então o capitão deu um passo à frente da popa e com uma grande demonstração de benevolência, anunciou que o salário do marinheiro hábil seria aumentado para seis xelins por mês; o salário do marinheiro mexicano seria aumentado para dois-terços dos salários dos marinheiros ingleses, e a ordem para manobrar as velas seria dada em espanhol; as senhoras passageiras iriam receber um cobertor a mais; ao marinheiro índio seria permitido organizar um jogo de dados aos sábados à noite; o contramestre não seria mais apelidado de larilas desde que chupasse paus em privado; e o cão não seria pontapeado a menos que ele fizesse algo realmente mau, como roubar comida da cozinha do navio. 

Os passageiros e a tripulação celebraram estas cedências como uma grande vitória, mas na manhã seguinte, estavam de novo insatisfeitos. 

"Seis xelins por mês é uma ninharia, e eu ainda congelo os meus dedos quando manobro as velas", rezingou o marinheiro hábil. "Eu ainda não estou a ganhar o mesmo salário dos ingleses, ou comida suficiente para este clima", disse o marinheiro mexicano. "Nós mulheres ainda não temos cobertores suficientes para nos mantermos quentes", afirmou a senhora passageira. Os outros tripulantes e passageiros exprimiram protestos semelhantes, sendo todos encorajados pelo professor. 

Quando concluíram as suas queixas, o encarregado dos camarotes falou mais alto desta vez para que os outros o não pudessem ignorar facilmente: "É realmente terrível que o cão seja pontapeado por furtar um pedaço de pão da cozinha do navio, e que as mulheres não tenham cobertores iguais, e que o marinheiro hábil tenha os seus dedos congelados; e eu não vejo porque o contramestre não deva chupar paus se ele assim o quiser. Mas olhem como estão densos os icebergues, e como o vento sopra cada vez mais forte. Temos que inverter a marcha do navio de volta para Sul, porque se continuarmos para Norte acabaremos por naufragar, morrendo afogados." 

"Oh, sim", disse o contramestre, "é verdadeiramente terrível que continuemos a rumar para Norte. Mas porque é que eu tenho de continuar a chupar paus no armário? Porque é que tenho de ser chamado larilas se não chupar os paus dentro do armário? Não serei eu tão bom como todos os outros?" 

"Velejar para Norte é terrível", disse a senhora passageira. "Vocês não vêm? É exactamente por isso que as mulheres precisam de mais cobertores para que se possam manter quentes. Eu exijo cobertores iguais para as mulheres agora!". "É realmente verdade", disse o professor, "que velejar para Norte pode pôr-nos a todos em risco. Mas mudar o rumo em direcção ao Sul não seria nada realista. Não se pode alterar o relógio. Nós vamos encontrar um processo responsável de lidar com esta situação." 

"Olhem", disse o encarregado dos camarotes, "se nós deixarmos esses quatro loucos na popa a fazer o que lhes apetece, todos nós iremos afogar-nos. Se conseguirmos desviar este navio do perigo, então poderemos preocupar-nos com as condições de trabalho, com os cobertores para as mulheres, e com o direito de chupar paus onde se quiser. Mas primeiro temos que inverter o rumo deste navio. Se alguns de nós nos juntarmos, concebermos um plano, e demonstrarmos alguma coragem, poderemos salvar-nos. Não precisaríamos de muitos de nós; seis ou oito seriam suficientes. Poderíamos atacar a popa, arremessar aqueles lunáticos ao mar, e governar o navio para Sul." 

O professor ergueu o nariz e disse com ar doutoral: "Eu não me acredito na violência. É imoral". "Não é ético usar a violência", disse o contramestre. "Eu tenho pavor de violência", disse a senhora passageira.

O capitão, o imediato e os pilotos observavam tudo o que se estava a passar. 

A um sinal do capitão, o segundo piloto desceu para o convés. Passou pelos passageiros e pela tripulação, dizendo que ainda existiam muitos problemas no navio. "Fizemos muitos progressos," disse, "mas ainda há muito para fazer. As condições de trabalho para o marinheiro hábil ainda são duras, o mexicano ainda não está a auferir os mesmos salários dos ingleses, as mulheres ainda não têm os mesmos cobertores que os homens, o jogo de dados aos sábados à noite, o índio tem uma compensação insignificante pelas suas terras perdidas, é de todo injusto para o contramestre que tenha de continuar a chupar o pau no armário, e de vez em quando o cão ainda é pontapeado. Julgo que o capitão carece de ser novamente informado. Ajudaria muito se todos vós protestásseis de novo – contanto que o protesto se mantenha não-violento." 

Enquanto o segundo piloto caminhava de volta à popa, os passageiros e a tripulação gritaram-lhe insultos, mas mesmo assim fizeram o que ele disse e reuniram-se à frente do convés da popa para um novo protesto. Discursaram enfurecidos e brandindo os punhos, tendo até arremessado um ovo podre ao capitão, tendo-se dele esquivado com destreza. 

Após ouvir as queixas, o capitão, o imediato e os oficiais pilotos juntaram-se para uma conferência, durante a qual piscavam os olhos entre eles ficando visivelmente sorridentes. Então o capitão deu um passo à frente do convés da popa e anunciou que seriam dadas luvas ao marinheiro hábil para manter os seus dedos aquecidos, o marinheiro mexicano iria receber três-quartos do salário de um marinheiro inglês, as mulheres iriam receber mais um cobertor, o marinheiro índio iria poder organizar um jogo de dados nas noites de sábado e de domingo, ao contramestre seria permitido chupar paus após escurecer, e ninguém poderia pontapear o cão sem que obtivesse antes uma autorização especial do capitão. 

Os passageiros e a tripulação estavam em êxtase com esta grande vitória revolucionária, mas pela manhã seguinte começaram a sentir-se novamente insatisfeitos e começaram a murmurar e a remoer sobre os mesmos padecimentos. O encarregado dos camarotes desta vez estava furioso. 

“Tolos malditos!", gritou. "Não vêem o que o capitão, o imediato e os outros oficiais estão a fazer? Estão a manter-vos ocupados com as vossas queixas triviais sobre cobertores e salários e do cão ser pontapeado para que não pensem sobre o que realmente está errado com este navio, que está indo cada vez mais longe para o Norte e nós afogando-nos vamos na direcção certa da morte. Se somente alguns de vós, mesmo que sejam poucos, recuperarem a razão, juntando-se, e atacarem o convés da popa, nós poderemos retornar com o navio, salvando-nos. Mas tudo o que vós fazeis é choramingar sobre questões banais e insignificantes, como condições de trabalho, jogos de dados e o direito de chupar paus.” 

Os passageiros e a tripulação estavam exasperados. 

"Insignificantes!", gritou o mexicano, "acha que é razoável que eu ganhe somente três-quartos do salário de um marinheiro inglês? Isso é de alguma forma banal?" 

"Como pode apelidar a minha queixa de banal?", gritou o contramestre. "Não sabe como é humilhante ser chamado de ‘larilas’?"

"Pontapear o cão não é uma "questão insignificante e banal!", bradou o amante de animais. "É insensível, cruel e brutal!" 

"Tudo bem então", respondeu o encarregado dos camarotes. "Essas questões não são insignificantes e triviais. Pontapear o cão é cruel e brutal, e é uma grande humilhação ser chamado de larilas. Mas em comparação com o nosso problema real, em comparação com o facto de que o navio ainda está com rumo Norte, as vossas queixas são insignificantes e triviais, porque se nós não volvermos este navio acabaremos todos por nos afogar." 

"Fascista!", disse o professor.  "Contra-revolucionário!", disse a dama passageira. Todos os passageiros e a tripulação ecoaram uns após os outros, chamando fascista e contra-revolucionário ao simples encarregado pela manutenção dos camarotes. Afastaram-no para longe e voltaram a rabujar sobre salários, cobertores para mulheres, sobre o direito de chupar paus, e como o cão era tratado. 

O navio continuou a navegar para Norte, e decorrido um curto espaço de tempo foi esmagado por dois icebergues e todos morreram.



***


Não aceiteis o Beijo da Morte em troca dos vossos votos ou de quaisquer outros benefícios, que mais não são do que presentes envenenados. Beijos e abraços hipócritas que vos são dados nos mercados, nas feiras, nas praças, nas ruas, em período de campanha eleitoral. 




Os líderes e os governantes deste mundo não o merecem. Qualquer sistema político existente é intrinsecamente corrupto.


Os sábios nunca governarão as nações e os governantes estão a arrastar a humanidade para a extinção em massa de um grande número de espécies no planeta, entre as quais a nossa.

Estamos a um passo do FIM DA HUMANIDADE.

A decisão é vossa, só pode ser vossa.


***



José Maria Alves


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