Hera pelo muro
rastejando palmo a palmo –
o verde e o viço.
Na outra colina,
do lado de lá do ver,
é que os sonhos pastam.
Vem a solidão
comigo pelo caminho.
Já seremos dois.
À porta do doce,
a mosca já esfrega os pés
antes de comer.
Só encontra a paz
quem a tem dentro de si.
É vã a procura.
Apressam-se as gentes
perseguindo a sua vida,
que sempre lhes foge.
Escrita poética:
para vestir as palavras
despir a própria roupa!
Nasce, vive e morre
cada flor, só para si;
Que grande lição!
Pensar o real
é não ver a realidade.
O saber não sabe!
Ao fiel relógio
perguntamos o presente:
«Passou quando olhaste!»
Presa em sua cor,
linda ave engaiolada!
Quem voa por ela?
Passa a multidão:
ninguém olhando ninguém –
um mundo de cegos...
Este velho lago –
Haverá uma rã que salte?
Silêncio no parque.
Acidentalmente,
encontramos um poema;
é só apanhá-lo.
(Imagens Acidentais)
domingo, 30 de agosto de 2009
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