No inverno, à chuva,
e nem sequer um chapéu –
pois é! Ora, ora!
Acendes o fogo;
vou mostrar-te esta beleza:
uma bola de neve!
Tudo o que me cerca
e encontra o meu olhar
é fresco e é novo.
Eis o velho tanque;
uma rã salta e mergulha –
o baque na água.
Uma rã mergulha
no velho tanque...
O ruído da água.
(outra tradução do mesmo haiku)
Reclusão de inverno:
uma vez mais encostado
a esta coluna.
No meio da planície
uma cotovia canta,
liberta de tudo.
Sob o mesmo tecto,
dormem com as prostitutas
o trevo e a lua.
A primeira neve:
tal basta para dobrar
as folhas dos lírios.
Outono já frio;
eu penso no meu vizinho –
como viverá?
Não esqueças nunca
o gosto solitário
do orvalho.
De que árvore em flor
não sei –
Mas que perfume.
Depressa se vai a primavera
Choram os pássaros e há lágrimas
nos olhos dos peixes.
As cigarras cantam
sem saberem que é a morte
que as escuta.
Admirável aquele
cuja vida é um contínuo
relâmpago.
Outono –
empoleirado num ramo seco
um corvo.
Primeiro aguaceiro de Inverno
Meu nome será:
vagabundo.
O GOSTO SOLITÁRIO DO ORVALHO
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