Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo por cima dos olhos que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O Livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas pessoas
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E vê que está a reparar nas flores que há pelos campos...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem não anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/
E sabendo por cima dos olhos que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O Livro de Cesário Verde.
Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas pessoas
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E vê que está a reparar nas flores que há pelos campos...
Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem não anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...
JOSÉ MARIA ALVES
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