Em Bacharach havia uma feiticeira loira tão bela
Que os homens ficavam loucos só de olhar para ela
O bispo perante o tribunal a fez comparecer
Embora já a tivesse decidido absolver
Os teus olhos são como safiras oh bela Loreley
A que mágico roubaste essa magia ou a que rei
Os meus olhos são malditos Estou cansada de viver
Quem por mim se apaixona acaba por morrer
Não são safiras os meus olhos Se me amas
Lançai-me lançai-me com o meu feitiço às chamas
Oh bela Loreley como é que te posso condenar
Se pelos teus olhos me deixei enfeitiçar
Mandai matar mandai matar a bela Loreley
Que Deus vos perdoe que eu já vos perdoei
O meu amante partiu para além do oceano
Mandai-me matar porque só a ele eu amo
Desde que o meu amante partiu que me dói o coração
Os meus olhos tornaram-se uma maldição
Chegaram três cavaleiros cavalgando ao vento
O bispo ordenou-lhes que a levassem para o convento
Vai Loreley vai loira feiticeira
A partir de agora serás uma freira
E lá foram os quatro pela estrada fora
Os olhos de Loreley brilhavam mais que a aurora
Cavaleiros deixai-me subir àquele rochedo
Quero ver uma vez mais o meu belo castelo
Quero contemplar o meu rosto no rio uma vez mais
Pouco me importa depois para onde me levais
Lá no cimo o vento enrolava os seus cabelos
Loreley Loreley gritavam os cavaleiros
No Reno via-se um escaler ainda distante
Eu sei que lá dentro vem o meu amante
É o meu amante que chama Acabou-se a mágoa
Ela debruça-se então e cai na água
Por ter visto no Reno a bela feiticeira
Os olhos como safiras a sua loira cabeleira
Tradução de Jorge de Sousa Braga
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