O Mar da Dor não tem vento o vento do mar azul a dobrar cabos e alcantis verdes
Nas noites intermináveis das escadas em derribamento
Dos pântanos que escorrem para as valetas das marés
Fazíamos um barco de papel com velas de era-uma-vez
Havia carros de bombeiros com os rostos encobertos por momentos de silêncio
Havia bocas a rolar na água encostada aos mortos
Cegos pela memória
Meia-noite
O relógio toca no mármore nu
Limpo
Na poeira iluminada por fios de luz da cidade prisioneira das badaladas comprimidas
E o resto da existência
A medo
De joelhos
Em penitência
Atormentada por flechas de luz insuportável
Dói
Na insónia do teu ombro ausente
http://www.homeoesp.org/livros_online.html
Nas noites intermináveis das escadas em derribamento
Dos pântanos que escorrem para as valetas das marés
Fazíamos um barco de papel com velas de era-uma-vez
Havia carros de bombeiros com os rostos encobertos por momentos de silêncio
Havia bocas a rolar na água encostada aos mortos
Cegos pela memória
Meia-noite
O relógio toca no mármore nu
Limpo
Na poeira iluminada por fios de luz da cidade prisioneira das badaladas comprimidas
E o resto da existência
A medo
De joelhos
Em penitência
Atormentada por flechas de luz insuportável
Dói
Na insónia do teu ombro ausente
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