Fim de dia O Sol brilha menos nas coisas mortas à beira-mar que brilham mais Incandescentes debruçam-se nas margens do rio azul Um pássaro descansa no paredão Um veleiro volteia insignificante Há comunicações no canal portuário Silêncio no jardim de azáleas As flores comunicam pelo aroma nascido nas subtis cristas brancas das ondas que se desfazem em lamentação nos limos das amarrações Os homens comunicam pelo canal da mentira Uma mulher vestida de lilás com pétalas nas pálpebras aguarda no som líquido da lira agonizante Virá pergunta-se nos lábios cerrados No horizonte uma vela acesa de vento bonançoso Será ele Não não o é
A traição nunca vem do mar
http://www.homeoesp.org/livros_online.html
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