roça a seda nas franjas da rapariga adornada recolhida nas nuvens de seus olhos a virgindade
vento e chuva pelejam onde brilha o riso do vil pecado leões de guarda ao diadema de prata os campos cobriram-se de carne mortal no regato banhado por veias de cristal
para quê invocar os santos e anjos quando o senhor guiou moisés nas águas?
roupagens de poeira que se encarde de sangue
rostos de fogo no amor fazer ali onde repousam os cem mil corpos barro e cinzas ventura que cresce nas ondas que dançam irreverentes ao cantar do galo
os vermes
o fedor das faixas neonatais
a sórdida propaganda de corvos ancestrais
nasce um sussurro sobre os meus umbrais ali se sentaram as dores da vida e as misérias do mundo inteiro
legiões de espectros famintos quem vos irá ouvir
faces trémulas aos beijos atrozes dos traidores
pobres manjares
pensamentos-cascas-de-noz
lenda poética trazida pela brisa do mar
noite sem luzeiros nem leito
chuva de estrelas no meu peito
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