EQM - A VIDA DEPOIS DA MORTE - PROVAS?!
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Jeffrey Long, na sequência do livro Vida Depois da Morte*, de Raymond Moody, escreveu Provas da Vida Depois da Morte*, onde intenta demonstrar “cientificamente” a existência de outra vida depois da morte física.
- * Existem traduções em português dos dois livros, que podem ser adquiridos por quem queira aprofundar a matéria.
As EQM são acontecimentos que ocorrem quando uma pessoa está a morrer ou quando já está de facto clinicamente morta. A Quase Morte pode considerar-se um estado clínico tão grave, que as probabilidades de eventual melhoria são praticamente nulas. Está CLINICAMENTE MORTA quando existe uma paragem cardíaca e respiratória, que ainda pode ser revertida, mas com recurso à reanimação.
A esperança e a crença na existência da vida depois da morte é um dos efeitos mais comuns da EQM. Alguns dos que vivenciaram esta experiência, consideram a vida nesta terra, estreita, suja e hedionda e muitos pretendem voltar para o estado da experiência, ou seja, querem “ingressar” na morte.
Long, depois de ter estudado múltiplos casos de EQM, definiu aquilo que considera serem as nove provas que estribam a sua teoria:
1. – O nível de consciência durante as experiências é geralmente maior do que o que se tem na vida quotidiana, embora ocorram enquanto a pessoa está inconsciente.
2. – Aquilo que os indivíduos vêem e ouvem no estado de fora do corpo (EFC) é, em geral real e, em muitos casos, a própria pessoa ou outras comprovam a sua realidade.
3. – As pessoas que vêem mal, ou mesmo com cegueira total, têm uma visão normal ou superior à normal nas suas experiências de quase morte.
4. – As experiências acontecem sob anestesia geral, quando seria impossível uma experiência inconsciente.
5. – As revisões de vida nas EQM incluem factos reais, mesmo que os acontecimentos tenham sido esquecidos.
6. – Quando as pessoas encontram conhecidos da sua vida terrena, são quase sempre falecidos e, em geral, parentes.
7. – As experiências das crianças, incluindo das muito pequenas, são surpreendentemente semelhantes às dos jovens e às dos adultos.
8. – Acontecem em todo o mundo.
9. – É comum que as pessoas passem por mudanças poderosas na vida, como consequência posterior da sua experiência.
Os vários investigadores das EQM chegaram à conclusão de que podem ocorrer vários dos doze elementos seguintes, ou todos eles:
1. – Experiência fora do corpo (EFC); a consciência separa-se do corpo físico.
2. – Agudização dos sentidos.
3. – Emoções, sentimentos intensos, geralmente positivos.
4. – Entrar ou passar num túnel.
5. – Encontro com uma luz mística ou muito brilhante.
6. – Encontro com outros seres, que podem ser seres espirituais, ou parentes ou amigos falecidos.
7. – Sensação de alteração do tempo ou do espaço.
8. – Revisão da vida.
9. – Encontro com planos ultraterrenos – celestiais.
10. – Aprendizagem de conhecimentos especiais.
11. – Encontro com um limite ou barreira, o qual não consegue ultrapassar.
12. – Regresso voluntário ou involuntário ao corpo.
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Jeffrey Long, no seu livro, narra um caso de EQM, que pelas suas particularidades merece ser mencionado.
Trata-se de Hafur, na Colômbia. Eis um resumo do seu depoimento:
1. – Viu projectada toda a sua vida várias vezes.
2. – Reparou que entendia tudo com grande clareza e hiperlucidez.
3. – Descobriu que tinha sido ela, pessoalmente, que tinha escolhido assumir um corpo físico e passar pelas experiências de vida que estava a ter*.
- * Esta é uma afirmação interessante.
Ver: “Para Além da Vida e da Morte”.
Revelações de Hafur:
1. – Nós vivemos numa “unidade plural” ou “unicidade”. Por outras palavras, a nossa realidade é “unidade na pluralidade e pluralidade na unidade”.
2. – Que ela era tudo e tudo era ela, sem diferenças, senão nas aparências terrenas.
3. – Que não há Deus fora de nós mesmos, mas Deus está em tudo, e tudo, a própria vida faz parte de Deus.
4. – Vivemos pelo amor verdadeiro – incondicional e universal.
5. – Que tudo é experiência e que esta vida e a próxima são essencialmente uma só, porque tudo é Deus.
6. – A morte é uma metamorfose do tempo – mais uma ilusão, fruto dos nossos conceitos mentais.
7. – Que “eu” inclui “nós”.
8. – Que o criador cria eternamente e uma das criações é a prática do amor consciente. Aprende-se a pintar, pintando.
9. – Viver conscientemente pelo amor é a essência da própria vida.
Hafur disse ainda ter aprendido milhares de coisas, coisas sem fim…
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John Eccles foi um neurocientista laureado com o prémio Nobel que estudou a consciência. Aventou que a consciência pode existir separadamente do cérebro.
Terá declarado:
“Eu sustento que o mistério humano está incrivelmente degradado pelo reducionismo científico, com a sua crença de que o materialismo explicará, mais tarde ou mais cedo, todo o mundo espiritual em termos de actividade neuronal.”
Para Eccles, somos tanto seres espirituais com alma, quanto materiais com corpo e cérebro e com existências nos dois planos. Acreditava-se que a alma liberta pudesse encontrar um outro futuro.
Na EQM, estado de quase morte ou de morte eminente, surgem-nos relatos de experiências vivenciadas, que apresentam características “sobrenaturais”.
Contactos com seres celestiais, ouvir o anúncio da própria morte, sair fora do corpo e visualizar o próprio corpo e o que se passa ao redor, ausência súbita de dor acompanhada por uma paz indescritível, ver e percorrer um túnel com uma luz resplandecente no seu final, entrar em jardins celestiais, encontros com amigos e familiares já falecidos, visualização de seres de luz, retornar à vida por lhe terem sido colocados obstáculos na continuação do caminho na direcção do “paraíso”, adquirir conhecimentos e aptidões que não poderiam ser adquiridos por intermédio da percepção normal.
Alguns cientistas têm-se debruçado sobre esta questão. Não podemos enunciar as múltiplas teses apresentadas, mas todas tendem a explicar o fenómeno com recurso aos fenómenos fisiológicos inerentes à própria morte.
A isquemia cerebral e a inactividade eléctrica ou a actividade eléctrica desorganizada do cérebro, que podem conduzir a múltiplas alucinações. A existência de neurotransmissores no cérebro, em especial as endorfinas ou outros opióides endógenos que são libertados numa situação de stress, tal como a de morte iminente, podem conduzir ao alívio da dor e a uma sensação de bem-estar.
Num modelo mais abrangente, sugere-se que um agente endógeno do tipo neuroprotector idêntico à quetamina pode ser libertado, provocando a sensação de se estar fora do corpo e estar a atravessar um túnel escuro em direcção a uma luz radiosa ou fazer com que o indivíduo se acredite que está a comunicar com pessoas falecidas e até com o seu Deus.
Existem outras explicações sobre as EQMs.
Mas existe um fenómeno que confunde os cientistas:
A experiência fora do corpo (EFC); a consciência separa-se do corpo físico.
Aquilo que os indivíduos vêem e ouvem no estado de fora do corpo (EFC) é, em geral real e, em muitos casos, a própria pessoa ou outras comprovam a sua realidade.
O que sabemos é que muitos mecanismos de redes cerebrais complexas, que podem ter uma eventual relação com as Experiências de Quase Morte, ainda não foram cientificamente elucidados e não sabemos quando e se o virão a ser.
Depois de analisar os questionários de pessoas do mundo inteiro, Long fez um grande esforço para demonstrar cientificamente nas suas proposições a evidência da Vida Depois Da Morte. No entanto, no seu livro, há algo que falta. As menções às várias divindades e às várias religiões dos inquiridos. Certamente, muitos deles, terão referido visões dos seus deuses e santos. Em toda a obra, julgo que apenas se refere por uma única vez à visão de Jesus por um dos inquiridos.
Existem trabalhos que se dedicaram a comparar relatos de EQM de pessoas de diferentes culturas e religiões, sugerindo que as crenças individuais têm inegável influência no tipo de experiência que uma pessoa relatará, o que não é totalmente confirmado pelo trabalho de Long.
Este tema, no meu entender e segundo a minha intuição, manter-se-á quando muito no domínio da mística e da parapsicologia, acabando por escapar à investigação científica, pelo menos num ou dois dos seus aspectos essenciais.
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José Maria Alves
https://homeoesp.blogspot.com/
1 comentário:
Ola dr jose Maria
Interessa-me muito estes fenômenos descritos por diversas pessoas em diferentes países e culturas. Alias, parece haver uma semelhança entre os relatos o que nos faz pensar em algo que esteja alem dos aspectos culturais.
Concordo que deveríamos avaliar estes fenômenos pela ótica da ciência, mas como o senhor ponderou , receio que acaba ficando restrito ao nicho do paranormal e do misterioso
. Mas penso que esta situação nos remete a uma questão que, além de metafisica, também tem seu sentido pratico do cotidiano e que traduz algo de fundamental : Porque existe alguma coisa em vez de nada? Entendo que esta interrogação possa colocar em questão o sentido de uma realidade marcada por tantas dores e sofrimentos. Acho que a pandemia tarz uma questão sobre o sentido na nossa existencia
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