Um discípulo estava a ficar deveras aborrecido com o Sage, porquanto este se recusava a indicar-lhe um caminho seguro para a iluminação.
Tinha-o questionado inúmeras vezes, questionava-o e continuaria a questioná-lo até ao dia em que obtivesse a “receita milagrosa”.
Um certo dia, sentaram-se junto de uma cascata a uns escassos quinhentos metros da aldeia.
A Primavera despontava e as águas do degelo deslizavam pelas rochas numa sinfonia melódica natural.
O espírito do discípulo não cessava de se atormentar e retornou à já tão desgastada questão:
- Quando é que me ensinas o caminho para a iluminação?
- Qual caminho? Não há caminho! – respondeu o Sage.
- Então como é que a posso atingir? – volveu o discípulo.
O Sage olhou alguns segundos para a água em movimento, voltou-se com lentidão para o jovem inquieto e perguntou-lhe:
- Ouves o som da água em queda na cascata? Vês como contorna as pedras e se desfaz momentaneamente em espuma?
O discípulo olhou e ouviu. Após alguns minutos entendeu.
JOSÉ MARIA ALVES
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