Aqueles claros olhos que chorando
ficavam, quando deles me partia,
agora que farão? Quem mo diria?
Se porventura estão em mim cuidando?
Se terão na memória, como ou quando
deles me vim tão longe de alegria?
Ou se estarão aquele alegre dia
que torne a vê-los, na alma figurando?
Se contarão as horas e os momentos?
Se acharão num momento muitos anos?
Se falarão com as aves e com os ventos?
Oh, bem-aventurados fingimentos,
que nesta ausência tão doces enganos
sabeis fazer aos tristes pensamentos!
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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