Doces lembranças da passada glória,
que me tirou Fortuna roubadora,
deixai-me repousar em paz uma hora,
que comigo ganhais pouca vitória.
Impressa tenho na alma larga história
deste passado bem que nunca fora;
ou fora, e não passara; mas já agora
em mim não pode haver mais que a memória.
Vivo em lembranças, morro de esquecido,
de quem sempre devera ser lembrado,
se lhe lembrara estado tão contente.
Oh, quem tornar pudera a ser nascido!
Soubera-me lograr do bem passado,
se conhecer soubera o mal presente.
JOSÉ MARIA ALVES
www.homeoesp.org
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