Ondados fios de ouro reluzente,
que agora da mão bela recolhidos,
agora sobre as rosas estendidos,
fazeis que sua beleza se acrescente;
olhos, que vos moveis tão docemente,
em mil divinos raios encendidos,
se de cá me levais alma e sentidos,
que fora, se de vós não fora ausente?
Honesto riso, que entre a mor fineza
de pérolas e corais nasce e parece,
se na alma em doces ecos não o ouvisse!
Se imaginando só tanta beleza
de si, em nova glória, a alma se esquece,
que fará quando a vir? Ah! quem a visse!
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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