Passei quase uma vida a julgar homens, pela sua lei.
E a cada julgamento, em cada punição, lembrava o texto evangélico da “mulher adúltera”, angustiando-me.
“Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, apareceu outra vez no templo, e todo o povo ia ter com Ele. Sentou-Se, então e pôs-se a instruí-los.
Entretanto, os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher, apanhada em adultério e, depois de a colocarem no meio, disseram-Lhe:
«Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora Moisés, na Lei, mandou-nos apedrejar tais mulheres. E tu que dizes?»
Jesus, inclinando-Se, pôs-Se a escrever no chão com o dedo. Como persistissem em interrogá-lo, ergueu-Se e disse-lhes:
«Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra!». E inclinando-Se novamente, recomeçou a escrever no chão.
Eles, porém, quando isto ouviram, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus com a mulher, que continuava ali no meio. Jesus ergue-Se e disse-Lhe:
«Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?»
Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor».
«Nem Eu te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar».
Jo 8, 1-11
Somos todos potenciais “perversos polimorfos”.
Freud
A diferença entre nós e os criminosos está mais no que fazemos do que no que somos. Sob algumas circunstâncias, todos os comportamentos são possíveis.
Anthony de Mello
JOSÉ MARIA ALVES