No alto de um minarete, um sacerdote muçulmano chamava o povo para a oração.
Tal era o vigor e entusiasmo com que o fazia, deslumbrado com as suas próprias palavras, que se desequilibra caindo bem em cima de um sufi que por mero acaso ali passava.
O sufi teve de ser submetido a rigoroso tratamento no hospital da cidade, prevendo os médicos uma convalescença prolongada.
Os seus discípulos foram visitá-lo, e um deles, com carinho e reverência, questionou-o:
“Mestre, habituámo-nos a ver-te tirar benefício de tudo o que na vida te tem acontecido. Diz-nos então, a que conclusão chegais?”
“Bom”, respondeu o sufi com a calma e paciência que lhe eram peculiares, “por via deste facto podeis ter a certeza de que a lei do karma é de todo errónea e enganadora. Segundo essa lei, a causa produz o efeito, quem semeia colhe o que semeou. Não obstante, foi o sacerdote quem semeou e fui eu quem o colheu.”
JOSÉ MARIA ALVES
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