Um místico deslocava-se para uma montanha onde se iria encontrar com Deus.
No caminho encontrou um meditante, um santo homem, que recitava o Ram mantra. Interrompendo-o, disse-lhe:
“Vou visitar o meu Deus. Tens algo que lhe queiras dizer ou perguntar?”
“Pergunta-lhe, por favor, o número de vezes que terei de reencarnar até atingir a libertação. Já vivi três vidas.”
Adiante, no caminho, encontrou um iogue, que em êxtase dançava. Disse-lhe:
“Vou visitar o meu Deus. Tens algo que lhe queiras dizer ou perguntar?”
O iogue continuou a dançar extasiado e nada respondeu. Então, o místico, propôs-lhe a mesma pergunta que o primeiro homem santo havia formulado. O iogue, sem responder, sorriu, o que lhe deu indicações claras quanto ao seu assentimento.
Quando regressou do encontro com a divindade, encontrou o iogue que dançava. Disse-lhe:
“O Senhor meu Deus disse-me que te restam tantas vidas, quantas as folhas da árvore que tens do teu lado direito.”
“Maravilhoso, fantástico. Basta pensar em todas as árvores que existem neste bosque, nas que existem em todo o planeta, para verificar quão grande é a minha sorte, a benção que me está destinada.”
Dias após, o místico encontrou o meditante, que ansioso se aproximou.
O místico, disse:
“O Senhor meu Deus fez-me constar que te restam três vidas antes que possas alcançar a libertação.”
O meditante do Ram mantra, disse desanimado, exprimindo profunda frustração:
“Será que este sufoco nunca mais vai terminar?”
JOSÉ MARIA ALVES
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