O mito platónico da caverna, adapta-se com perfeição à ignorância generalizada dos nossos tempos.
Os homens são escravos que se encontram agrilhoados numa caverna, apenas podendo olhar o seu fundo e as sombras que do exterior aí são projectadas. Para eles, sem qualquer outra compreensão, essas sombras são a única realidade que conhecem, nada mais conseguindo intuir, quer por ignorância quer por inépcia. Se um dos escravos se conseguir libertar, atingindo assim a almejada alforria, ir-se-á progressivamente habituando à luz, até que consiga contemplar a verdadeira realidade na sua integridade, inclusivamente o Sol. Se voltar à caverna, ofuscado pela luz exterior, não saberá discernir convenientemente as sombras e será escarnecido por todos os outros. No entanto, sentirá uma imensa compaixão com os que se satisfazem e comprazem no entendimento das sombras e da ilusão, ignorando a REALIDADE.
JOSÉ MARIA ALVES
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