É um facto de que somos ambiciosos, ciumentos, vaidosos, invejosos, hipócritas e orgulhosos.
Será que se assim não fosse, nada de grandioso teria sido feito no que chamamos “civilização”, vivendo ainda os homens como pastores ou agricultores pré-históricos?
Talvez Kant tenha razão. Mas, antes pastor num mundo sem vícios, sem criminosos da humanidade e de delito comum, corruptos, ladrões e oportunistas, do que “homem civilizado”, num mundo miserável a cujos males todos fechamos os olhos, cúmplices de um número incomensurável de atrocidades, e que de grandioso nada tem.
Se é o mal o ventre gestante do progresso, então, deste, fica explicada a sua dúbia natureza.
Se nada de grande foi realizado no mundo sem paixão (Hegel), não deveremos questionar-nos em primeiro lugar quanto à natureza do que é grandioso? Podemos estar a constatar grandiosas deformidades morais ou verdadeiras monstruosidades. Somos nós que construímos a história. Mas que história é essa? A do mal que se converte em bem, do mal, puro e simples ou de um mal hipoteticamente sem validade própria?
Deixo-vos com os factos, apenas com os factos, e esses são indesmentíveis.
JOSÉ MARIA ALVES
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