Um mover de olhos, brando e piedoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto,
quase forçado; um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;
Um despejo quieto e vergonhoso;
um repouso gravíssimo e modesto;
uma pura bondade, manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;
Um encolhido ousar; uma brandura;
um medo sem ter culpa; um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento;
esta foi a celeste formosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
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