Tantas estrelas no céu profundo, tantas montanhas recortadas pela luminosidade resplandecente da aurora, águas cintilantes, vales verdes ondulantes, e tanta baixeza, pequenez, farsa, impostura e falsidade.
Há uma alienação generalizada. Falamos de paz, caridade, humildade e multiplicamos as guerras, a ambição, o desejo de poder e a necessidade de prestígio. Dizemo-nos solidários e vamos aperfeiçoando o armamento enquanto milhões morrem por carência dos bens mais elementares. Dizemo-nos desapegados e reacendemos a luta pelos bens materiais minuto a minuto.
Os políticos com as suas gravatas brilhantes, bolsos repletos de influências e patrimónios usurpados, prometem uma sociedade mais justa sem fome e miséria. As suas coniventes damas envergando roupagens de valor avultado, com exuberantes colares e pulseiras angariam fundos para os desfavorecidos. Tantas lágrimas vertidas, tantas palavras derramadas e gestos pseudocaridosos ensaiados em benefício da autocompaixão.
Todos criticam a guerra que mata e estropia inocentes, mas poucos se inclinam para beijar a face das crianças, dos homens e mulheres que nos campos de refugiados aguardam lentamente a morte em segredo para não doer, excepcionando-se obviamente os períodos de propaganda eleitoral.
JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org
Sem comentários:
Enviar um comentário