No último dia da duodécima lua
o deus do Lar volta para o Céu
para contar o que viu cá na Terra.
Antes de o queimarem e em fumo o tornarem
toda a família lhe dá de comer
para que fique com o ventre farto.
Leitão bem assado, peixe mui gostoso,
bolos aloirados, frutos bem maduros,
o vinho um regalo, não se olha a despesas
O deus do lar esquece as querelas,
as palavras insolentes, as faltas de todos.
Sobe ao Céu bêbado e satisfeito.
O que é preciso depois é arranjar outro deus.
Tradução de António Ramos Rosa
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