Noite escura
Não li por escuridão
Por dormência
Do espírito vagabundo
Em que pensas tu irmão
Nos olhos dela Nos seus olhos azuis
E no mar
No mar profundo
Nunca mais saí aos temporais
Às vagas crispadas de rugas
Não mais capeei em capa ardente
Olhando o mar de frente
Temente
Mas não como outra
Gente
Cobarde e doente
Se o mar me matasse eu
Eu morreria
Contente
Há um Mar que corre em nós
Amar
Há veias
Veios d’água e sal
De lágrimas
Por não se saber Amar
Ou o que é o Amor
Há um Mar escondido
Nos confins da alma
Muro erguido
Em redor
Da Lua
Muro de Dor
Salpicou-me o lanceiro
Salpicou-me o flanco
De lírios
Azuis
E teu olhar
Tua feição
É uma mentira
Que mente ao Mar
Que te mente a ti
Mas a mim não ludibria
Que o Amar comigo morra
No Mar
JOSÉ MARIA ALVES
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