Sem pensamento
A noite paira na cabana
Sem sentimento desabrocha um lírio do meu peito
Pelas margens do cérebro
Em cascata corre veloz
O rio de prata
Como quem quer chegar
Chegar depressa
Ao mar
E ser um
Um com o oceano imenso
Dos navegadores solitários
Nascidos para amar
E para o mar imenso
Tanto mar
Tão pouco é o amar
Tão triste o sofrimento do pescador de almas
De cesto vazio sente-se
O pote de argila que se quebra
Nos rochedos da vida
Minha cabana é pobre de palavras
E por isso fala-se
Com os olhos a olhar até que o dia
Se espreguice
Por não querer dormir mais
Ou por tanto faz
Aguardo por ti Paz
JOSÉ MARIA ALVES
Sem comentários:
Enviar um comentário