A luz sobre os calmos mares
lentamente difundiu-se;
Dormiam como cerradas folhas
os continentes solitários.
E adiantaram-se as duas criaturas
Amedrontadas, dando-se a mão,
por dentro do silêncio e da frescura
Aos seus passos, como uma pomba
desaninhada o eco elevou-se, depois emudeceu.
Timidamente abriram a ramagem...
espiaram a cava sombra das águas...
e naquela sombra avistaram dois rostos
que subiam fremendo
por entre os céus revoltos
Então, com grande pasmo e medo,
olharam-se, tocaram-se,
Nus estavam, entre o céu e as rochas
e arrepiavam-se, como ao vento,
Dentro dos torsos de argila
Inchava-se uma ignota
tristeza, com o mugir da onda...
Depois caíram. E gravaram a lama
com indelével cunho.
Tradução de Hermínia Ferreira
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