“Um pobre e esplêndido poeta, o mais atroz dos desesperados, escreveu esta profecia:«Ao amanhecer, armados de uma ardente paciência, entraremos nas esplêndidas cidades.” Eu creio nessa profecia de Rimbaud... Sempre tive confiança no homem. Não perdi jamais a esperança. Por isso talvez tenha chegado até aqui com a minha poesia, e também com a minha bandeira. Em conclusão, devo dizer aos homens de boa vontade, aos trabalhadores, aos poetas, que todo o porvir foi expresso nessa frase de Rimbaud: só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens.
Assim a poesia não terá cantado em vão.” – Pablo Neruda, Discurso do Prémio Nobel.
Assim a poesia não terá cantado em vão.” – Pablo Neruda, Discurso do Prémio Nobel.
Só dois poetas com o excelente carácter de Rimbaub e Neruda poderiam ter assentido em tal premonição, não obstante tenham olvidado a natureza impermanente da humanidade. Só uma paciência eterna nos permitiria entrar nas esplêndidas cidades de luz. Numa atitude que não é pessimista, antes realista, diremos: Entremos já armados de uma mente inocente na nossa esplêndida morada de Paz.
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