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ARTE

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CLAMOR DO PROFETA




O vento sopra no deserto das mil e uma grutas Varre com as mãos desarraigadas o ontem Monstro apócrifo com cabeça de leão corpo de cabra e cauda de dragão a rugir ignavo
Carregai-o para os confins da Terra onde o precipício se abre
Depositai-o no espaço coacto do olvido onde a memória em descrédito já não penetra o espírito
O ontem morto sepultado o sem-vida
Sem a inocência da criança subtil leve aérea e miraculosa
Ceifemos suas raízes inodoras pastosas os tentáculos corrompidos pela culpa que deslustra a alma ferreamente acorrentada aos ódios às iras à violência e à brutalidade antipática do embuste
O Profeta clama no deserto –
Que o passado morra
Hoje é um novo dia
Dia Santo no amor
Do instante
Na graça de vosso Deus
Seja Ele qual for
O da eternidade do movimento brilhante e dócil
O que nunca cessa
As pedras espalhadas falam-nos do que já passou e que fica estratificado na mente repleta de fantasmas e vermes O vento e a areia do que acontece e que ora aquece ora arrefece sentimentos e afeições no pranto da asfixia no riso e na alegria dentro ou à flor da pele na delícia do Agora-Sem-Tempo
O vento tem o seu tempo
A areia revolta também
O vento cessa
Lentamente
Mas o tempo do vento fica
Mesmo quando o vento já mais não existe
E a areia repousa
Sem pensar no amanhã
Oh a eterna inocência da natureza inumana a clarear as horas da essência sofrida dos vivos sem resgate


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