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ARTE

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FIM DA HUMANIDADE







Sentia-se que a humanidade acabava
Na estrada aérea da galáxia entristecida pela solidão cósmica
Um estrela outra e uma outra
Labaredas cortantes no superficialmente profundo
Folhas vermelhas escorriam sémen
O dos condenados pela exaustão
Impróprio para consumo vespertino

A residir nas nuvens amarelas espalhadas no solo degradado
Um corpo deitado numa rede de ferro
A apodrecer ao som de um violino longínquo
Ah Paganini para que mordeste tu todas as cordas até que restasse apenas uma

Um desesperado abria os portões pútridos da prisão racionada
(o racionamento é um mal inerente ao tempo em abundância)
Aos delinquentes do sexo pálido e fatigado
Agora castrados e de salto alto
Voz fina
De menina

Era tarde
O Sol descia sobre o poço seco
Da lezíria animalesca
Um homem doente gemia
Paria blasfémias
Na sombra azul da amendoeira
Enquanto o mundo adormecia
E se preparava para morrer


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