A Lua viaja no céu vazio Há pirilampos suspensos nas sombras Uma lareira com paus de pinho crepita no abrigo da montanha Há mantas desfeitas enroladas nos corpos sofridos de dois mendigos esfarrapados pela neve e pelo temporal Uma côdea de pão verde de mão em mão O lume arrefece Um dos pobres velhos adormece Não sonha O outro mais novo de longas barbas proféticas espreita pelo janelo a morte da luz a arrojar-se pelas pedras fúnebres do cemitério
Se morresse não teria frio
A morte é sempre quente
Se morresse não teria frio
A morte é sempre quente
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