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ARTE

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

MARTIN OPITZ (1597-1639) - SINTO QUASE UM ARREPIO



I
Sinto quase um arrepio,
Meu Platão, só de pensar
Que andei anos a estudar.
É tempo de ir ver o rio,
No verde matar a sede
Lá nas fontes cristalinas
Onde há flores belas, tão finas,
E o pescador arma a rede.

II
Que ganha quem assim estudou?
Só desventura e tormento.
E o ribeiro, entretanto,
Ao seu fim, e eu receio
Nem me ter apercebido.
Tudo volta (sem sentido)
À terra de onde proveio.

III
Vai, rapaz, pergunta ao vento
Onde é que o vinho é de lei
E enche o pichel como um rei.
Toda a tristeza e lamento
Que temos de viver cá
Antes de Cloto cortar
O fio eu quero enterrar
Na seiva que a uva dá.

IV
Não te esqueças de comprar
Melões, e açúcar também.
Que nada falte, vê bem!
Poupe, se quiser poupar,
Quem, com seu ouro e riqueza,
Passa a vida a remoer
E vai dormir sem comer.
Eu quero viver em grandeza.

V
Por favor, vizinho, irmão,
Venha música e bebida!
Nada há melhor nesta vida
Que um bom vinho e uma canção.
Minha herança mete dó?
Mas bom vinho não me falta!
Quero estar alegre coa malta,
Já que morrer, morro só.

Tradução de João Barrento

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