Por teu amor,
destruía a razão
e, com ela, todos os pensamentos,
e das doces imagens região;
alma soltava aos ventos,
por teu amor.
Por teu amor,
árvore era no cume
de rocha, verde folhagem vestia,
sofrendo raio, temporal em fúria,
e no Inverno morreria,
por teu amor.
Por teu amor,
pedra de rocha era,
ali no fundo em chama ardente,
numa dor insuportável deveras,
sofrendo mudamente,
por teu amor.
Por teu amor,
alma solta um dia
a Deus pediria que devolvesse,
ornando-me com virtude maior,
e, alegre, eu ta daria,
por teu amor.
Tradução de Ernesto Rodrigues
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