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ARTE

segunda-feira, 9 de maio de 2011

PELA MÃO DAS RIMAS



Seguíamos cansados
Exaustos
Pela mão das rimas
No passo das estrofes

Mas
Aquela coisa incerta
Era nova
E o silêncio novo
A cada instante

As nuvens aproximavam-se
Existíamos sem que nunca tivéssemos existido
Éramos sem que nunca tivéssemos sido

Estranho
Aquele azul sem nuvens
A terra imóvel
As montanhas incendiadas
O infinito da mente

Falámos do medo
Daquele medo que é fruto do passado
Do que nascerá no futuro
Do medo que já vive no porvir
Falámos da benção
E da pesada barcaça mal calafetada
E do barqueiro sem proa
E do Sol
E do medo do medo


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