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ARTE

segunda-feira, 9 de maio de 2011

QUANDO TUDO CESSOU



O homem caminhava na margem
Fria do rio colorido pelas penas
Das aves selvagens

Carregava consigo o fardo de séculos
De ossos perfumados pela fútil agitação
De conversações anacrónicas

Ao Norte as montanhas
Eram tensão e luta
Com pensamentos a resvalar nos rochedos

Os campos brilhavam
O Sol espreitava por toda a parte
As sombras desapareciam

Havia vida nas gotas de orvalho
Em todos os movimentos da brisa
Até na mais pequena das plantas

O homem parou
Um tronco de figueira estéril
Uma corda antiga
Entrançada à mão
Na angústia pérfida dos dias

Tudo findou
O próprio dia morreu
Na asfixia do ar paralisado
Ninguém o chorou
Tudo cessou


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