Tivemos um sonho
Um homem rasgado ao meio passeava-se em calçada labiríntica Havia veneno no tecto ao entardecer
A Estrela da Manhã impedia qualquer pensamento feliz ou contente o que lhe agradava a ela estrela porque o silêncio do Cosmos não se compraz com ideias cimentadas no chilreio do cérebro Que fechasse os seus botões de algas para que alegre fosse o homem largo de ombros corpo de boi em bardo de fibras ardentes de teares polidos
A manhã estava serena e tinha os cornos afiados ao sol obsceno no rosto coroado de desgostos e pecados do dia nascente O cárcere era redondo e alguns dos presos semelhantes a ventoinhas andavam em círculo Não lhes víamos a cabeça apenas o tronco e seus ramos apodrecidos Estavam todos vestidos de azul como quem se veste para a primeira comunhão de grupo e eram anjos de interior supusemos Havia um coral no meio deles que discursava acerca da verdadeira fé
As ondas deslizavam no horizonte vendo-se o topo de um mastro incendiado a bordo de um veleiro fantasma cercado por montanhas de água paralisadas em quadro neo-realista dum pintor cego
Só havia vinho velho e nenhuma mulher
Assim não vale a pena sonhar
Acordemos então
Um homem rasgado ao meio passeava-se em calçada labiríntica Havia veneno no tecto ao entardecer
A Estrela da Manhã impedia qualquer pensamento feliz ou contente o que lhe agradava a ela estrela porque o silêncio do Cosmos não se compraz com ideias cimentadas no chilreio do cérebro Que fechasse os seus botões de algas para que alegre fosse o homem largo de ombros corpo de boi em bardo de fibras ardentes de teares polidos
A manhã estava serena e tinha os cornos afiados ao sol obsceno no rosto coroado de desgostos e pecados do dia nascente O cárcere era redondo e alguns dos presos semelhantes a ventoinhas andavam em círculo Não lhes víamos a cabeça apenas o tronco e seus ramos apodrecidos Estavam todos vestidos de azul como quem se veste para a primeira comunhão de grupo e eram anjos de interior supusemos Havia um coral no meio deles que discursava acerca da verdadeira fé
As ondas deslizavam no horizonte vendo-se o topo de um mastro incendiado a bordo de um veleiro fantasma cercado por montanhas de água paralisadas em quadro neo-realista dum pintor cego
Só havia vinho velho e nenhuma mulher
Assim não vale a pena sonhar
Acordemos então
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