Este diário complementa o nosso site pessoal

( VER ETIQUETAS NO FIM DA PÁGINA )

USE O PESQUISADOR DO BLOGUE -

-

OS TRATAMENTOS SUGERIDOS NÃO DISPENSAM A INTERVENÇÃO DE TERAPEUTA OU MÉDICO ASSISTENTE.

ARTE

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

FRANCISCO DE ASSIS (1181-1226) - CÂNTICO DO IRMÃO SOL OU DAS CRIATURAS




Louvado seja Deus na natureza,
Mãe gloriosa e bela da Beleza,
E com todas as suas criaturas:
Pelo irmão senhor Sol, o mais bondoso
E glorioso irmão pelas alturas,
O verdadeiro, o belo, que alumia
Criando a pura glória – a luz do dia!

Louvado seja pelas irmãs Estrelas,
Pela irmã Lua que derrama o luar,
Belas, claras irmãs silenciosas
E luminosas, e suspensas no ar.

Louvado seja pela irmã Nuvem que há-de
Dar-nos a fina chuva que consola;
Pelo Céu azul e pela Tempestade;
Pelo irmão Vento, que rebrame e rola.

Louvado seja pela preciosa,
Bondosa água, irmã útil e bela,
Que brota humilde, é casta e se oferece
A todo o que apetece o gosto dela.

Louvado seja pela maravilha
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,
Tão forte, que amanhece a noite escura,
E tão amável que alumia a gente.

Louvado seja pelos que passaram
Os tormentos do mundo dolorosos,
E, contentes, sorrindo, perdoaram;
Pela alegria dos que trabalharam,
Pela morte serena dos bondosos.

Louvado seja Deus na mãe querida,
A natureza, que fez bela e forte:
Louvado seja pela irmã Vida,
Louvado seja pela irmã Morte.

CHENG TZU-ANG (656-698) - O SÁBIO ESQUECE-SE DE SI



O sábio esquece-se de si,
só pensa na humanidade,
ignora os Paraísos,
as recompensas do outro mundo.

Ouvi dizer que o Buda
ensinava uma doutrina pura.
Mas se assim é, para quê
tantos ídolos de madeira dourados?

Os céus que formam o tecto do mundo
dissipar-se-ão como uma nuvem.
Como é que os ídolos hão-de sobreviver
se são apenas obra dos homens?

Tradução de António Ramos Rosa

LAO ZI (séc. VI a.C.) - QUANDO AS PESSOAS ASSUMEM A BELEZA



Quando as pessoas assumem a beleza
como emanação do belo
É porque a fealdade existe
E quando assumem a bondade
como ideia subjacente ao bom
É porque existe a maldade
Portanto como conceitos entre si recorrentes
Prevalecem a Existência e a Não-Existência
Conjugam-se o fácil e o difícil
O longo e o curto rivalizam-se
O alto e o baixo contrapõem-se
A voz e o eco harmonizam-se
A traseira e a dianteira não se distanciam
O sábio rege-se pela inacção
Ensinando sem falar
Deixando as dez mil coisas nascerem e crescerem
Sem reivindicar nisso a sua participação
Promove a sua evolução gradual
Sem nisso mencionar a sua contribuição
Nem reclamar por isso qualquer mérito
E como não se expõe
Permanece na mais absoluta solidão.

Tradução de João Reis e Maria Helena Reis

MILAREPA (séc. XII) - SOU O REPA DO DESERTO...


Sou o Repa do deserto, cercado de prodígios.
Durante os meses de Verão, medito nas neves dos cumes desertos.
Onde o ar é vivificante e estimula a saúde.
Durante os meses de Outono, mendigo:
é a época dos cereais que alimentam o corpo.
Durante os meses de Inverno, medito nas florestas profundas,
espesso véu contra a rudeza dos irados ventos.
Durante os meses de Primavera vivo nos pastos:
lugar onde o corpo se purifica dos seus humores.
Meditar sem distracção, Verão e Inverno,
previne as misérias que destroem o corpo de carne.
A atenção por muito tempo sustida sem interrupção
é a arma para combater os cinco venenos da alma.
Tomar por alimento o que se encontra
é a melhor prova de temperança.
A dedicação constante à religião
é a melhor forma de ser eremita.

Tradução de Maria Jorge Figueiredo

MIAO-SI (séc. III) - O TEMPO FOGE, A CASCATA FLUI


O tempo foge, a cascata flui.
O carro de quatro corcéis desaparece.
O destino é sagaz.
Mas o que ele não consegue
é restituir-me a vida quando morto eu for.

Já vivi bastante.
Caem-me os dentes, caem-me os cabelos.
Sou como uma maçã murcha no Inverno.
É esta a lei dos homens.
De que serve revoltar-me?

Tradução de António Ramos Rosa

HITOMARO (640-690) - TAMBÉM OS HOMENS DE ANTIGAMENTE


Também os homens de antigamente
terão passado, como eu,
noites de insónia
com saudades da amada?

BAYAZID (séc. IX) - LIBERTEI-ME DE BAYAZID...


Libertei-me de Bayazid
como uma cobra da sua pele...
Apercebi-me então
que o amor a amada e o amante
se confundem... Eu sou o vinho
o bebedor e o escanção...

Tradução de Jorge Sousa Braga

BHARTRIHARI (séc. VII) - NESTE VÃO E FLUTUANTE MUNDO



Neste vão e flutuante mundo
O que resta a um homem?
Pode dedicar-se à oração
Mas se isso porventura não resulta
O melhor é refugiar-se entre os seios duma mulher
Acariciar as suas coxas quentes
E possuir o que entre elas se oculta

Tradução de Jorge Sousa Braga


ANÓNIMO - CHINA (séc. VI a.C.) - CANÇÃO DE BATER NO CHÃO


Nasce o sol trabalhamos.
Põe-se o sol descansamos.
Cavamos um poço, para beber,
Lavramos um campo, p´ra comer:
O imperador e o seu poder
- Queremos lá saber!

Tradução de Gil de Carvalho



AMÉRICA DO NORTE - TEWAS - CANÇÃO DO TEAR CELESTE



Pai-Céu, Mãe-Terra,
somos vossos filhos, e nas costas cansadas
trazemos as dádivas.
Para nós mesmos trazemos as vestes esplendorosas.
Que seja a urdidura a luz branca da aurora,
que a trama seja a luz vermelha da tarde,
que sejam as franjas a chuva que tomba,
que a orla seja o arco-íris que se levanta.
Para nós mesmos tecemos as vestes esplendorosas.
Para poder caminhar por onde cantam os pássaros,
para poder caminhar por onde é verde a erva,
Pai-Céu, Mãe-Terra.

Versão de Herberto Helder

sábado, 19 de setembro de 2009

JUAN DEL VALLE Y CAVIEDES (1652-1696) - PRIVILÉGIOS DO POBRE

Se se cala, o pobre é parvo;
um maçador, se é palreiro;
bisbilhoteiro, se sabe;
se afável, é embusteiro;
se é gentil, intrometido,
se não atura, é soberbo;
cobarde, quando é humilde,
se é audaz, não possui tento;
se é valente, é temerário;
presunçoso, se é discreto;
adulador, se obedece,
se algo recusa, é grosseiro;
com pretensões, atrevido;
com méritos, não ganha apreço;
sua nobreza é oculta,
sua veste sem esmero;
se trabalha, é ambicioso,
e, pelo contrário extremo,
um perdido, se descansa...
Vejam bem que privilégio!

IEHUDÁ LEVIN (1845-1925) - MISTÉRIO DO ALTO

Ó Deus! se existes, onde estás?
Em recesso e na escureza está o teu poder oculto?
Ou quem foi que te puniu pondo-te cego?
Não vês, não entendes tu o que sucede abaixo?
A terra se acha convulsa, o universo derruído,
a tua criação por inteiro dentro do sangue, submersa,
e o filho do homem não mais que fera, serpente,
amigo dos assassinos, dos destrutores, dos soberbos.
Este o homem que fizeste à tua imagem e semelhança?
Este o teu plano? Esta a tua essência?
Nunca possível! Em honra ao nome que a ti deu reverência
direi que tu, Deus, não formaste o homem,
bem ao contrário, o homem foi que veio a dar-te forma,
e à sua imagem e semelhança faz-se a tua natureza.

AMADO NERVO (1870-1919) - OFERTÓRIO

Deus dedit, Deus abstulit

Deus meu, eu te ofereço minha dor.
É tudo quanto tenho para te dar!
Deste-me um amor, um único amor,
que amor!
A morte veio-mo roubar
... e não me resta mais que minha dor.
Aceita-a, Senhor.
É tudo quanto tenho pra te dar!

Tradução de José Bento

ANÓNIMO (ÍNDIA) - EMBORA NÃO TENHAM LIMITE AS MINHAS CONQUISTAS




Embora não tenham limites as minhas conquistas
Para mim há apenas uma cidade
E nessa cidade um palácio
E nesse palácio um quarto
E nesse quarto uma cama
E nessa cama uma mulher
Adormecida
A jóia mais valiosa
De toda a minha coroa.

Tradução de Jorge Sousa Braga

SHUKRALLAH AL-JURR (1903-1975) - COMO EM SUA PRIMAVERA O PRADO...

como em sua primavera o prado
o ribeiro entrega-se às vagas da brisa.
corre como a tristeza, muito calada
no segredo de um nobre coração.
no alto eis o apelo do muezin
que, pé ante pé, alarga o Seu Império.
é que o apelo é o mesmo
venha ele da mesquita ou da igreja.
no vale, sobre a colina
a prece da ave é para sempre um cântico
o perfume das flores eternamente
aquele incenso nos ares se eleva.
de onde quer que a oração se eleve
Allâh a entende.
procurais o seu templo?
olhai os mares, as montanhas e o céu inteiro!

Tradução de Adalberto Alves

JOSÉ GOMES FERREIRA (1900-1985) - NÃO CHORO...



A dor não me pertence.

Vive fora de mim, na natureza,
livre como a electricidade.

Carrega os céus de sombra,
entra nas plantas,
desfaz as flores...

Corre nas veias do ar,
atrai nos abismos,
curva os pinheiros...

E em certos momentos de penumbra
iguala-me à paisagem,
surge nos meus olhos
presa a um pássaro a morrer
no céu indiferente.

Mas não choro. Não vale a pena!
A dor não é humana.

CHUANG TSU - TAO

Como pode um homem
atravessar paredes
permanecer no meio do fogo sem se queimar?
Não por causa da sua audácia
ou da sua astúcia

A sua vitalidade e o seu poder
residem no Tao
Quando um homem é todo um
não há falha nele
por onde possa ser atingido
Da mesma forma um homem embriagado
quando cai fica confuso mas mas não destruído
Os seus ossos são como os ossos dos outros homens
mas a sua queda é diferente
O seu espírito é completo. Não está consciente
de ter subido
nem de ter caído
A vida e a morte nada significam para ele
Desconhece o pânico enfrenta os obstáculos
sem preocupação
Esta segurança que existe no vinho
só é comparável à do Tao
O homem sábio esconde-se no Tao
Nada o pode atingir.

HU-HAN-TSING (685-762) - FANTOCHES FEITOS DE PAU E TRAPO...

Fantoches feitos de pau e trapo,
pareceis mesmo gente viva.
Manejando-vos com os dedos,
três voltinhas dais,
e assim se passa o tempo.

Mas quando as mãos do homem
vos recolhem atrás do pano,
desvanece-se a ilusão.
Nós somos todos fantoches:
sonhamos que existimos.

Tradução de António Ramos Rosa

MARIANO BRULL (1891-1956) - A CRIANÇA E A LUA

A lua e a criança jogam
um jogo que ninguém vê;
sem olhar vêem-se, falam
uma língua de pura mudez.
O que dizem, ou ocultam,
a contar um, dois, três,
ou três, dois, um
para voltar a contar?
Quem ficou dentro do espelho,
lua, para tudo ver?
A criança está feliz e só;
a lua roça os seus pés
como a neve na madrugada,

como o azul do amanhecer;
nas duas faces do mundo
- a que ouve, e a que vê -
cindiu-se o silêncio,
a luz cintila no outro lado
das mãos, que seguem a procurar quem sabe o quê
no instante de ninguém
que passa onde jamais foi.

A criança existe e joga
um jogo que ninguém vê.

ARANY JÁNOS (1817-1882) - CIVILIZAÇÃO

Nas guerras, antigamente,
não seguiam um princípio:
o mais forte ao mais fraco
roubava o que podia.

Agora, não é assim.
Mundo regem conferências.
Se mais forte faz sujeira,
reúnem-se – dão anuência.

Tradução de Ernesto Rodrigues

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

NEU YANG-SIU (1007-1072) - "OS MANDARINS"




Os aldeãos plantam e colhem o arroz,
o mandarim destila-o
para fabricar o vinho,
e deixa apodrecer o sarro.
Ele vende o vinho muito caro.

Os aldeãos que plantam e colhem o arroz
têm a panela vazia
Compram ao mandarim o sarro
e comem-no.

O mandarim diz:
«Eu bebo o vinho,
vocês, o sarro.»



Foi isto a que assisti enquanto criança. Criança que apenas devia brincar...
Foi o que assisti na “minha” pobre aldeia beirã. Lembrança que não se desvanece, que não desaparece.
Foi isto que me fez Homem e revolucionário. Revolucionário de uma revolução sem partido, ideologia, crença. Apenas revolucionário de uma revolução interior. Candeia que não ilumina a floresta, mas que a quer incendiar... Gota de orvalho que molha os lábios do naufrago na sua desesperança...
E, volto sempre à “minha” aldeia. A essa aldeia tão pequena, que tem a grandeza do padecimento do mundo.
Volto para que o desassossego aí não cesse, para que o fogo da revolta se não extinga, para que não se deslembre o sofrimento dos desvalidos.
Volto sempre.
Voltarei sempre.
Vivo ou morto voltarei.
E mesmo morto estarei à mesa dos mendigos comendo do seu pão e bebendo o seu vinho azedo. Mesmo morto estarei no leito dos agonizantes sofrendo as suas dores.
E amarei, nunca deixarei de amar, a serra, o rio, a nuvem, o mar. Amar-te-ei a ti e à minha gente. Essa gente que amargava e amarga sem pão, sem paz, sem instrução.
Essa, a verdadeira revolução. A única.
Túnica aconchegante dos que padecem.
E volto... volto contigo amigo, para que sejas o exemplo vivo das minhas palavras.


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org



Haverá um dia em que um crime contra um animal será um crime contra a humanidade.

LEONARDO DA VINCI

terça-feira, 15 de setembro de 2009

JOÃO DE DEUS - A VIDA É O DIA DE HOJE

A vida é o dia de hoje,
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai:
A vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!

A vida é flor na corrente,
a vida é sopro suave,
a vida é estrela cadente,
voa mais leve que a ave:
Nuvem que o vento nos ares,
onda que o vento nos mares
uma após outra lançou,
a vida – pena caída
da asa de ave ferida -
de vale em vale impelida,
a vida o vento a levou!

FREI ANTÓNIO DAS CHAGAS (1631-1682) - SE SOIS, RIQUEZA, COMO ESTAIS DESPIDO?



Se sois riqueza, como estais despido?
Se Omnipotente, como desprezado?
Se rei, como de espinhos coroado?
Se forte, como estais enfraquecido?

Se luz, como a luz tendes perdida?
Se sol divino, como eclipsado?
Se Verbo, como é que estais calado?
Se vida, como estais amortecido?

Se Deus? estais como homem nessa Cruz?
Se homem? como dais a um ladrão,
Com tão grande poder, posse dos céus?

Ah, que sois Deus e Homem, bom Jesus!
Morrendo por Adão enquanto Adão,
E redimindo Adão enquanto Deus.

ISABEL CRISTINA PIRES (1953) - ETERNO RETORNO

Daquela vez é que era.

Daquela vez era o amor a sério,
o dos poemas, dos filmes, das peças de teatro.

Parecia a paixão que esmaga o tempo
e embaraça a ordem do universo.

Parecia ser o amor, e talvez fosse:
inquisições e ironias,
beijos doces, ousadias
e outras maravilhas singulares.

Mas tudo o que existia de brilhante
foi sendo devorado pelos lobos,
os correctos lobos do tempo e dos lugares,

para que outro amor enfim viesse.


Cobra de Papel



GOMES LEAL (1848-1921) - DE NOITE



Ele vinha da neve, dos trabalhos
violentos, custosos, da enxada,
cantando a meia voz, pelos atalhos.

A mulher, loura, infeliz, resignada,
cosia junto à luz. O rijo vento
batia contra a porta mal fechada.

Ao pé havia um Cristo, um ramo bento
e uma estampa da Virgem, colorida,
cheia de mágoa, olhando o firmamento...

Uma banca de pinho, mal sustida.
vacilante nos pés; um candeeiro,
companheiros daquela negra vida.

O homem, alto, pálido, trigueiro,
entrou. Tinha as feições queimadas, duras.
dos que andam, com a enxada, o dia inteiro.

A mulher abraçou-o. As linhas puras
do seu rosto contavam já tristezas
de grandes e secretas amarguras.

Tinha chorado muito as estreitezas
daquela vida assim!... Talvez sonhado
um dia com palácios e riquezas!

Ele deitou-se a um canto, fatigado
de erguer-se, alta manhã, todos os dias.
mal voavam as pombas do telhado.

Lá fora, nuvens grossas e sombrias
no pesado horizonte. Ele assim esteve
– as noites eram ásperas e frias -.

Ela cobriu-o duma manta leve,
esburacada, velha. No telhado
ouvia-se cair, sonora, a neve.

Ela então meditou no seu passado;
no seu primeiro beijo, nas lembranças.
talvez, do seu vestido de noivado,

e nas tardes das eiras, e das danças
às estrelas, e aquela vez primeira
que a rosa lhe furtou das longas tranças;

e aquela tarde, junto da amoreira,
que trocaram as mãos; e na janela;
e quando olhavam, juntas, a ribeira;

e quando ela tímida e singela...

.....................

Lá fora, dava o vento nos caixilhos;
não brilhava no céu nem uma estrela.

E, àquela hora da noite, por que trilhos
andariam no mundo – ela cismava -
nas misérias, talvez, sem rumo, os filhos!...

Ele, na manta velha, ressonava.

Claridades do Sul

SOROR MARIA DO CÉU (1658-1753) - CIDRA, CIÚME




É ciúmes a Cidra,
E indo a dizer ciúmes disse Hidra,
Que o ciúme é serpente,
Que espedaça seu louco padecente,
Dá-lhe um cento de amor o apelido,
Que o ciúme é amor, mas mal sofrido,
Vê-se cheia de espinhos e amarela,
Que piques e desvelos vão por ela,
Já do forno no lume,
Cidra que foi zelo, se não foi ciúme,
Troquem, pois, os amantes e haja poucos,
Pelo zelo de Deus, ciúmes loucos.


FILINTO ELÍSEO (1734-1819) - CONTO

Saiu da Samardã certo pedreiro,
faminto de ouro, em busca da fortuna.
Embarca, vai-se ao Rio, deita às Minas
e lida e fossa e sua, arranca à Terra
o luzente metal, que o vulgo adora.
Vem rico à Samardã: vinhas, searas,
casas, móveis, baixela compra fofo;
brocados veste, vai-se nos domingos
espanejar à igreja, acompanhado
de lacaios esbeltos. Vem o Cura
saudá-lo coa água benta; os mais graúdos
do lugarejo a visitá-lo acorrem;
para ele os rapapés, as barretadas
se apostavam de longe, a qual mais prestes.
Falaram-lhe os vizinhos, e a gazeta
na célebre Paris, cidade guapa,
onde todo o estrangeiro, nobre ou rico,
vai fazer seu papel. Ei-lo azoado,
que deixa a Samardã, que se apresenta
na capital francesa; roda em coche,
alardeia librés, passeia Louvres,
Versalhes, Trianões. Volta enfadado
à sua Samardã. – «Gabam tal gente
de polida?! Oh, mal haja quem tal disse!
Corri casas, palácios, corri ruas;
não vi um só, nem grande, nem plebeu,
que ao passar me corteje co chapéu!»

MARQUESA DE ALORNA (1750-1839) - SOZINHA NO BOSQUE




Sozinha no bosque
com meus pensamentos.
calei as saudades,
fiz trégua aos tormentos.

Olhei para a Lua,
que as sombras rasgava,
nas trémulas águas
seus raios soltava.

Naquela torrente
que vai despedida,
encontro, assustada,
a imagem da vida.

Do peito, em que as dores
já iam cessar,
revoa a tristeza,
e torno a pensar.


TRINDADE COELHO (1861-1908) - PARÓDIA AOS LUSÍADAS

Os grandes paspalhões assinalados,
Que nas reuniões da Academia
Foram solenemente apepinados
Por sua telha ou sua fidalguia,
Que nas guerras das mocas esforçados
Mais do que a força humana permitia
No Teatro Académico asnearam
Tolices de que todos se espantaram;

E também as façanhas gloriosas
Dos Cabrais e Waldecks e quejandos,
Que à noite, com as vozes mais fanhosas,
andam o nível a pedir em bandos;
E as diabólicas fúrias deliciosas
De certos quintanistas memorandos,
Cantando espalharei por toda a parte.
Há-de-se rir o mundo até que farte.

Ó musa da ironia e da arruaça,
Que tens excepcionais o gesto e o peito,
Vira-te para mim e põe-te a jeito
De inspirar um poema de chalaça;
Quero um poema esplêndido, perfeito,
Que vos celebre e que subir vos faça,
Num pulo só, da glória à mor altura,
Cavaleiros da mais triste figura!

Haviam sido há pouco apepinados
Os meus heróis, que andavam murmurando
Que na Trindade ou para aqueles lados
Se estava contra eles conspirando,
Quando uma noite andando endiabrados
Pela Feira sobre isto conversando,
Uma moca que os ares escurece
Sobre as suas cabeças aparece.

Viu-se o Waldeck! Vinha carregado
Com a moca que pôs a todos medo.
"Ai rapazes!, bradou, venho estafado
Qual se trouxesse às costas um rochedo!
Deixai-me descansar só um bocado
Para depois contar-vos um segredo."
E diziam os outros: "Co'esta moca
'Stamos seguros, pois ninguém nos toca."



JOSÉ BLANC DE PORTUGAL (1914-2001) - CAMÕES


Passaste fome,
Dizem alguns que de tua vida comem
Vermes parasitas que vivem de inventar as tuas histórias...
Talvez um dia neles a mutação se opere
Quando os bichos mudem de alimentação e
Passem a roer a tua obra
E não a tua morta vida terreal.

Ah Camões! Luís Vaz, se visses
Como os vermes pastam tua glória!
Por um que ame apenas tua obra
Quantos te inventam a vida passada
P'ra explicar versos que não sentem
Ou sentem tão à epiderme
Que precisam de outra história
Que não a das palavras que escreveste!

Também eu li demais a tua inventada vida:
Tudo quero esquecer p'ra mais lembrar
Que poesia é só a tua glória
Eterna vida é só tua Poesia
E a vida que viveste é morta história.

Descompasso



SOROR VIOLANTE DO CÉU (1602-1693) - SE APARTADA DO CORPO A DOCE VIDA


Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte
Se ausente da alma estou, que me dá vida?

Não quero sem Silvano já ter vida,
Pois tudo sem Silvano é viva morte,
Já que se foi Silvano, venha a morte,
Perca-se por Silvano a minha vida.

Ah! suspirado ausente, se esta morte
Não te obriga querer vir dar-me vida,
Como não ma vem dar a mesma morte?

Mas se na alma consiste a própria vida,
Bem sei que se me tarda tanto a morte,
Que é porque sinta a morte de tal vida.




GUERRA JUNQUEIRO (1850-1923) - REGRESSO AO LAR


Ai, há quantos anos que eu parti chorando
deste meu saudoso, carinhoso lar!...
Foi há vinte?... Há trinta?... Nem eu sei já quando!...
Minha velha ama, que me estás fitando,
canta-me cantigas para me eu lembrar!...

Dei a volta ao mundo, dei a volta à vida...
Só achei enganos, decepções, pesar...
Oh, a ingénua alma tão desiludida!...
Minha velha ama, com a voz dorida.
canta-me cantigas de me adormentar!...

Trago de amargura o coração desfeito...
Vê que fundas mágoas no embaciado olhar!
Nunca eu saíra do meu ninho estreito!...
Minha velha ama, que me deste o peito,
canta-me cantigas para me embalar!...

Pôs-me Deus outrora no frouxel do ninho
pedrarias de astros, gemas de luar...
Tudo me roubaram, vê, pelo caminho!...
Minha velha ama, sou um pobrezinho...
Canta-me cantigas de fazer chorar!...

Como antigamente, no regaço amado
(Venho morto, morto!...), deixa-me deitar!
Ai o teu menino como está mudado!
Minha velha ama, como está mudado!
Canta-lhe cantigas de dormir, sonhar!...

Canta-me cantigas manso, muito manso...
tristes, muito tristes, como à noite o mar...
Canta-me cantigas para ver se alcanço
que a minha alma durma, tenha paz, descanso,
quando a morte, em breve, ma vier buscar!

domingo, 13 de setembro de 2009

CESÁRIO VERDE (1855-1886) - DE TARDE





Naquele pique-nique de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o Sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!

CESÁRIO VERDE (1855-1886) - O SENTIMENTO DE UM OCIDENTAL



I

AVE-MARIAS

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

O céu parece baixo e de neblina,
O gás extravasado enjoa-me, perturba-me;
E os edifícios, com as chaminés, e a turba
Toldam-se duma cor monótona e londrina.

Batem os carros de aluguer, ao fundo,
Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!

Semelham-se a gaiolas, com viveiros,
As edificações somente emadeiradas:
Como morcegos, ao cair das badaladas,
Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros.

Voltam os calafates, aos magotes,
De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos,
Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos,
Ou erro pelos cais a que se atracam botes.

E evoco, então, as crónicas navais:
Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado
Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado!
Singram soberbas naus que eu não verei jamais!

E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!
De um couraçado inglês vogam os escaleres;
E em terra num tinido de louças e talheres
Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

Num trem de praça arengam dois dentistas;
Um trôpego arlequim braceja numas andas;
Os querubins do lar flutuam nas varandas;
Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!

Vazam-se os arsenais e as oficinas;
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras,
Correndo com firmeza, assomam as varinas.

Vêm sacudindo as ancas opulentas!
Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.

Descalças! Nas descargas de carvão,
Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
E o peixe podre gera os focos de infecção!

II

NOITE FECHADA

Toca-se às grades, nas cadeias. Som
Que mortifica e deixa umas loucuras mansas!
O Aljube, em que hoje estão velhinhas e criancas,
Bem raramente encerra uma mulher de "dom"!

E eu desconfio, até, de um aneurisma
Tão mórbido me sinto, ao acender das luzes;
À vista das prisões, da velha Sé, das Cruzes,
Chora-me o coração que se enche e que se abisma.

A espaços, iluminam-se os andares,
E as tascas, os cafés, as tendas, os estancos
Alastram em lençol os seus reflexos brancos;
E a Lua lembra o circo e os jogos malabares.

Duas igrejas, num saudoso largo,
Lançam a nódoa negra e fúnebre do clero:
Nelas esfumo um ermo inquisidor severo,
Assim que pela História eu me aventuro e alargo.

Na parte que abateu no terremoto,
Muram-me as construções rectas, iguais, crescidas;
Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,
E os sinos dum tanger monástico e devoto.

Mas, num recinto público e vulgar,
Com bancos de namoro e exíguas pimenteiras,
Brônzeo, monumental, de proporções guerreiras,
Um épico doutrora ascende, num pilar!

E eu sonho o Cólera, imagino a Febre,
Nesta acumulação de corpos enfezados;
Sombrios e espectrais recolhem os soldados;
Inflama-se um palácio em face de um casebre.

Partem patrulhas de cavalaria
Dos arcos dos quartéis que foram já conventos;
Idade Média! A pé, outras, a passos lentos,
Derramam-se por toda a capital, que esfria.

Triste cidade! Eu temo que me avives
Uma paixão defunta! Aos lampiões distantes,
Enlutam-me, alvejando, as tuas elegantes,
Curvadas a sorrir às montras dos ourives.

E mais: as costureiras, as floristas
Descem dos magasins, causam-me sobressaltos;
Custa-lhes a elevar os seus pescoços altos
E muitas delas são comparsas ou coristas.

E eu, de luneta de uma lente só,
Eu acho sempre assunto a quadros revoltados:
Entro na brasserie; às mesas de emigrados,
Ao riso e à crua luz joga-se o dominó.

III

AO GÁS

E saio. A noite pesa, esmaga. Nos
Passeios de lajedo arrastam-se as impuras.
Ó moles hospitais! Sai das embocaduras
Um sopro que arrepia os ombros quase nus.

Cercam-me as lojas, tépidas. Eu penso
Ver círios laterais, ver filas de capelas,
Com santos e fiéis, andores, ramos, velas,
Em uma catedral de um comprimento imenso.

As burguesinhas do Catolicismo
Resvalam pelo chão minado pelos canos;
E lembram-me, ao chorar doente dos pianos,
As freiras que os jejuns matavam de histerismo.

Num cutileiro, de avental, ao torno,
Um forjador maneja um malho, rubramente;
E de uma padaria exala-se, inda quente,
Um cheiro salutar e honesto a pão no forno.

E eu que medito um livro que exacerbe,
Quisera que o real e a análise mo dessem;
Casas de confecções e modas resplandecem;
Pelas vitrines olha um ratoneiro imberbe.

Longas descidas! Não poder pintar
Com versos magistrais, salubres e sinceros,
A esguia difusão dos vossos reverberos,
E a vossa palidez romântica e lunar!

Que grande cobra, a lúbrica pessoa,
Que espartilhada escolhe uns xales com debuxo!
Sua excelência atrai, magnética, entre luxo,
Que ao longo dos balcões de mogno se amontoa.

E aquela velha, de bandós! Por vezes,
A sua traîne imita um leque antigo, aberto,
Nas barras verticais, a duas tintas. Perto,
Escarvam, à vitória, os seus mecklemburgueses.

Desdobram-se tecidos estrangeiros;
Plantas ornamentais secam nos mostradores;
Flocos de pós-de-arroz pairam sufocadores,
E em nuvens de cetins requebram-se os caixeiros.

Mas tudo cansa! Apagam-se nas frentes
Os candelabros, como estrelas, pouco a pouco;
Da solidão regouga um cauteleiro rouco;
Tornam-se mausoléus as armações fulgentes.

"Dó da miséria!... Compaixão de mim!..."
E, nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso,
Pede-me sempre esmola um homenzinho idoso,
Meu velho professor nas aulas de Latim!

IV

HORAS MORTAS

O tecto fundo de oxigénio, de ar,
Estende-se ao comprido, ao meio das trapeiras;
Vêm lágrimas de luz dos astros com olheiras,
Enleva-me a quimera azul de transmigrar.

Por baixo, que portões! Que arruamentos!
Um parafuso cai nas lajes, às escuras:
Colocam-se taipais, rangem as fechaduras,
E os olhos dum caleche espantam-me, sangrentos.

E eu sigo, como as linhas de uma pauta
A dupla correnteza augusta das fachadas;
Pois sobem, no silêncio, infaustas e trinadas,
As notas pastoris de uma longínqua flauta.

Se eu não morresse, nunca! E eternamente
Buscasse e conseguisse a perfeição das cousas!
Esqueço-me a prever castíssimas esposas,
Que aninhem em mansões de vidro transparente!

Ó nossos filhos! Que de sonhos ágeis,
Pousando, vos trarão a nitidez às vidas!
Eu quero as vossas mães e irmãs estremecidas,
Numas habitações translúcidas e frágeis.

Ah! Como a raça ruiva do porvir,
E as frotas dos avós, e os nómadas ardentes,
Nós vamos explorar todos os continentes
E pelas vastidões aquáticas seguir!

Mas se vivemos, os emparedados,
Sem árvores, no vale escuro das muralhas!...
Julgo avistar, na treva, as folhas das navalhas
E os gritos de socorro ouvir, estrangulados.

E nestes nebulosos corredores
Nauseiam-me, surgindo, os ventres das tabernas;
Na volta, com saudade, e aos bordos sobre as pernas,
Cantam, de braço dado, uns tristes bebedores.

Eu não receio, todavia, os roubos;
Afastam-se, a distância, os dúbios caminhantes;
E sujos, sem ladrar, ósseos, febris, errantes,
Amareladamente, os cães parecem lobos.

E os guardas que revistam as escadas,
Caminham de lanterna e servem de chaveiros;
Por cima, as imorais, nos seus roupões ligeiros,
Tossem, fumando sobre a pedra das sacadas.

E, enorme, nesta massa irregular
De prédios sepulcrais, com dimensões de montes,
A Dor humana busca os amplos horizontes,
E tem marés, de fel, como um sinistro mar!


JOÃO DE DEUS (1830-1896) - ADORAÇÃO





Vi o teu rosto lindo,
esse rosto sem par;
contemplei-o de longe, mudo e quedo,
como quem volta de áspero degredo
e vê ao ar subindo
o fumo do seu lar!

Vi esse olhar tocante,
de um fluido sem igual;
suave como lâmpada sagrada,
bem-vindo como a luz da madrugada
que rompe ao navegante
depois do temporal!

Vi esse corpo de ave,
que parece que vai
levado como o Sol ou como a Lua,
sem encontrar beleza igual à sua,
majestoso e suave,
que surpreende e atrai!

Atrai, e não me atrevo
a contemplá-lo bem;
porque espalha o teu rosto uma luz santa,
uma luz que me prende e que me encanta
naquele santo enlevo
de um filho em sua mãe!

Tremo, apenas pressinto
a tua aparição;
e, se me aproximasse mais, bastava
pôr os olhos nos teus, ajoelhava!
Não é amor que eu sinto,
é uma adoração!

Que as asas providentes
do anjo tutelar
te abriguem sempre à sua sombra pura!
A mim basta-me só esta ventura
de ver que me consentes
olhar de longe... olhar!

NICOLAU TOLENTINO (1741-1811) - VAI, MÍSERO CAVALO LAZARENTO

Vai, mísero cavalo lazarento,
Pastar longas campinas livremente;
Não percas tempo, enquanto to consente
De magros cães faminto ajuntamento.


Esta sela, teu único ornamento,
Para sinal da minha dor veemente,
De torto prego ficará pendente,
Despojo inútil do inconstante vento.


Morre em paz, que, em havendo algum dinheiro,
Hei-de mandar, em honra de teu nome,
Abrir em negra pedra este letreiro:


«Aqui piedoso entulho os ossos come
Do mais fiel, mais rápido sendeiro,
Que fora eterno, a não morrer de fome».




FREI JERÓNIMO BAÍA (1620-1688) - FALANDO COM DEUS





Só vos conhece, amor, quem se conhece;
Só vos entende bem quem bem se entende;
Só quem se ofende a si, não vos ofende,
E só vos pode amar quem se aborrece.

Só quem se mortifica em vós floresce;
Só é senhor de si quem se vos rende;
Só sabe pretender quem vos pretende,
E só sobe por vós quem por vós desce.

Quem tudo por vós perde, tudo ganha,
Pois tudo quanto há, tudo em vós cabe.
Ditoso quem no vosso amor se inflama,

Pois faz troca tão alta e tão estranha.
Mas só vos pode amar o que vos sabe,
Só vos pode saber o que vos ama.

FREI JERÓNIMO BAÍA (1620-1888) - AO MENINO-DEUS NASCIDO




Não choreis, belo Menino,
Se de amante vos prezais,
Porque amor que chora mais
É sempre amor menos fino:
Limpai o rosto divino,
A quem a minha alma adora,
Que se vossa Mãe vos chora,
Meu Deus, com tantos rigores,
É porque ao nascer das flores,
Costuma chorar a Aurora.

FERNANDO ECHEVARRIA (1929) - IN MEMORIAM



a meu pai

Cada dia te víamos andando
mais para dentro de ti mesmo. O tempo
ia ficando parado
à medida que o sangue, mais pequeno,
circulava num espaço
que já era seu próprio esquecimento.
A certa altura, a placidez do campo
lavrava teu rosto. Que terreno
era então ver-te olhando,
como se olhar e o fio do centeio
fossem a luz do ano
com nostalgia de parecer eterno.
Foi essa a idade em que haver sido amado
pelo pão, pelo vinho e pelo vento
te trouxe a crestação com que o trabalho
deu tez ao sonho, e honradez e peso
a ficares assim, em paz sentado,
marceneirando teu próprio pensamento.
E, aos poucos, por ele madrugando,
seguiste ainda mais por ele adentro,
de forma que, hoje, nem te vemos. O halo
onde foste minguando é só aceno
de quem se foi pensando
até ao outro lado de si mesmo.

Do outro lado de si mesmos, cantam.
Desde outra margem sua voz arriba,
imperceptivelmente alcandorada
nessa tensão em que o cristal é cima.
Como essa margem se está excedendo. Que alta
se cumpre a melodia
por onde a inteligência fundou haver montanhas
de que nos chega somente a nostalgia.
Que as vozes que, do outro lado de si mesmas, cantam
deixam os ecos propagar-se à santa
alcandoração da disciplina.

Sobre os Mortos

ALMEIDA GARRETT (1799-1854) - ÚLTIMO POEMA




Eu disse a Deus: – Que importa,
Senhor, à tua glória
que sobre mim se feche a eterna porta
do túmulo, e não tique mais memória
deste verme de um dia na terra que o sumia?

Não foi teu braço forte
que do seio do nada
tirou a vida, e mandou logo a morte
para trazer eterno equilibrado
entre o ser e o não ser
nossa força e poder?

Escrito nas estrelas,
clamado pelos ventos,
bradado pelos mares nas procelas
no céu, na terra, em imortais acentos
Por toda parte está
o nome de Jeová.

Na imensa natureza
a voz do homem é nada.

ABADE DE JAZENTE (1719-1789) - VERDADES SINGELAS


Estas verdades singelas,
Sem artifício e conceito,
Pode-as ler qualquer sujeito;
E, se vir que alguma delas
Lá pela roupa lhe toca,
Tape a boca.

Dizer um senhor fidalgo
Que tem três contos de renda;
E que gasta uma fazenda
Só em sustentar um galgo,
Que todas as lebres mata,
Patarata.

Querer outro senhoria
Quando tinham seus avós.
Um tu, um você, um vós,
Somente por cortesia
Do cura, ou do senhorio,
Desvario.

Trazer de luto os criados
Um senhor mui reverente,
E dizer a toda a gente
Que gastou três mil cruzados
De seu pai no mortuário,
Gabatório.

Andar outro embonecado,
Ter amores, ter afectos,
E depois de ter já netos,
Andar inda namorado
Sem se lembrar da velhice,
É tontice.

Dizer um por vários modos
Que nos seus antepassados
Tem trinta réis coroados
Do claro sangue dos Godos
Que pelas veias lhe gira,
É mentira.

Andar outro como brasa
Vendendo soberba a molhos,
E metendo pelos olhos
Os brasões de sua casa,
E de seus avós o foro,
Desaforo.

Andar um para casar,
Buscando uma entre mil
Senhora rica, e gentil;
E entender que há-de achar
Por cima disto donzela,
Bagatela.

Insultar sem causa a gente,
Dar empuxões em quem passa;
Querer que lhe façam praça,
Ser por ofício valente,
Ser carrancudo e severo,
Destempero.

O que consente à mulher
Andar na dança aos boléus,
Escrever a chichisbéus,
E que lhe deixa fazer
Em tudo a sua vontade,
Vá ser frade.

Na de amor louca contenda
Andar sempre em viva roda;
Gastar nisto a vida toda,
O tempo, a vida a fazenda,
Depois ficar pelitrate,
Disparate.

O ter sempre a mesa posta,
Jogar, andar em caçadas,
Ter dama, fazer jornadas,
E nunca tomar resposta
A quem lhe pede dinheiro,
Cavalheiro.

O que tendo filha ou filho,
Os vê fazer a miúdo,
Este calção de veludo,
Aquela rico espartilho,
E mostra que não entende.
Que pretende?

Sustentar doze cadelas,
Um sacador, um furão,
Só por numa ocasião
Sair ao monte com elas
E caçar coelhos poucos,
É de loucos.

Ficar um filho segundo
Sendo da casa embaraço;
E viver como madraço
Com um sossego profundo
Tocando frauta ou viola,
Mariola.

A viúva rica e nova,
Que na igreja muito atenta
Lança devota água benta
De seu marido na cova
Só com a ponta do dedo,
Casa cedo.

A que não conhece o mês
E que diz que tem catarro,
Ou é velha ou come barro;
Ou algum excesso fez,
Que a curar-lhe leva às vezes
Nove meses.

A que entende que nunca
Pode amor entrar com ela,
Seja ingrata, seja bela
Lá lhe há-de vir a maré
Em que caia a formosura
De madura.

A senhora a quem o criado
Descalça o sapato e meia,
Se ela não é muito feia
E o moço não for honrado,
Faz um bucho retorcido
A seu marido.

A que tem dores da madre,
Que remédio aos mestres pede,
Que vai ao padre da Rede,
Ou toma cedo compadre
E acrescenta a gente em casa,
Ou se casa.

Se não é rica uma dama
E estraga airosa veludos;
Se acaso os homens sisudos
Lhe lançam nódoas na fama
Pela ver com indecência,
Paciência.

A que dança de arremesso,
Que faz versos e é cortês,
Que joga e fala francês,
Enfim mulher, que eu conheço,
Seja clara, seja bela
Fugir dela.

A que lê livros de amores,
Que sabe deitar um mote,
Que estraga olandas a cote,
Que faz cortejo aos senhores,
Se por milagre é donzela,
Ter mão nela.

Sair sem causa da terra,
Ir vagar pelas estranhas,
Ir por vontade às campanhas
E trazer sempre na guerra
Pendente a vida de um fio,
Desvario.

Ser de damas confessor
E ser cónego em sé vaga,
E ter quem lhe cure a chaga
Do tirano e cego amor
Lá muito pela escondida,
Boa vida.

Servir a el-rei toda a vida,
E depois em recompensa
Ter trinta mil réis de tença
Que é somente recebida
Lá no cabo da velhice,
Parvoíce.

Trazer títulos de Roma
Sem primeiro ter que gaste,
E ter bispo de Tagaste
Sem ter já rendas que coma,
Pagar a bula e gabela,
Bagatela.

Uma fidalga noviça,
Que quer, com grande insolência,
Ser tratada de excelência,
Com chinelas de cortiça
E manto de tafetá,
Arre lá.

Jogar de abono, e perder,
E não ter com que pagar;
Ter amor e ver mudar
A dama que bem se quer,
E não ter lenha no Inverno,
É inferno.

Ministro que lê Descartes
Em vez de ler por Temudo,
Ou que faz na solfa estudo
Mais que nos feitos das partes,
Está mui bem premiado
Aposentado.

No que tem filhas bonitas,
E no dia dos seus anos
Consente que alguns maganos
Lhe façam não só visitas
Mas também algum calote,
Chicote.

A que bebe sem vergonha,
Que toma tabaco e dança,
Que do jogo não se cansa,
Que é toda guapa e risonha,
Se por milagre é donzela,
Ter mão nela.

Ser bispo sem jurisdição,
Capitão de auxiliares,
Cadete nos militares,
Cavalheiro de esporão,
E casar-se na velhice,
Parvoíce.

O que passeia montado
Sobre rocim muito podre,
Com xairel de pele de odre,
Com teliz esfarrapado
E lacaio de capote,
Dom Quixote.

A que tem só um amante
E lhe manda a consoada;
E, se o vê fazer jornada,
Nunca mais sobe ao mirante
Pelo respeitar ausente,
É inocente.

Ver uma dama noviça
Querer ela ser senhora
Tendo vindo de pastora,
Que de alguém o afecto atiça
Só por ter quem a sustente,
Não é gente.

Ver andar de ceia em ceia
Alguns, que aqui não nomeio,
Ir ao jogo, ir ao passeio,
E pretenderem que eu creia
Que vão só tomar café,
Não bofé.

Naquele que anda em carroça
E pretende senhoria,
Sem se lembrar que algum dia
Andava seu pai de croça
E sua mãe de tamanca,
Boa tranca.

Letrado que atrasa a causa
Com mui enredos astutos,
Que lê feitos circundutos,
E se passeia com pausa,
Falando só no escritório,
Farelório.

Mercador que faz rebates
Depois de casar as filhas,
Que manda navio às ilhas
E não paga aos calafates
Senão depois de citado,
Tem quebrado.

O que nega a mão direita
A todo o clérigo, e frade,
E o que por mais vaidade
A senhoria lhe aceita,
E lhe fala impessoal,
Animal.

O que namora a mulher
Na igreja ou camarote;
E que a deixa dar um mote
Em noite de baile, e quer
Que aos mais pareça discreta,
É pateta.

O que vai sempre ao café,
Que traz papéis no cabelo,
Que dá muito ao cotovelo
E que em passo de cupé
Caminha pelo ladrilho,
Peralvilho.

Se às vezes traz a verdade
Algum dissabor consigo,
Aquele que das que digo
Não mostrar nunca vontade,
Tenha ao menos por prudência
Paciência.

ABADE DE JAZENTE (1719-1789) - AMOR É UM ARDER, QUE SE NÃO SENTE



Amor é um arder, que se não sente;
É ferida, que dói, e não tem cura;
É febre, que no peito faz secura;
É mal, que as forças tira de repente.

É fogo, que consome ocultamente;
É dor, que mortifica a Criatura;
É ânsia a mais cruel, e a mais impura;
É frágoa, que devora o fogo ardente.

É um triste penar entre lamentos,
É um não acabar sempre penando;
É um andar metido em mil tormentos.

É suspiros lançar de quando, em quando;
É quem me causa eternos sentimentos:
É quem me mata, e vida me está dando.

sábado, 12 de setembro de 2009

VIAS BILIARES, PROTECÇÃO - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

CARDUUS MARIANUS 3 DH;
CHELIDONIUM 4 DH;
LYCOPODIUM 4 DH;
NUX VOMICA 4 DH;
PODOPHYLLUM 4 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

SONO, PERTURBAÇÕES - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



Ansiedade com perturbações do sono.

COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACONITUM 5 CH;
ARSENICUM ALBUM 6 CH;
BELLADONNA 5 CH;
GELSEMIUM 6 CH;
NUX VOMICA 5 CH;
RHUS TOXICODENDRON 5 CH.

3 gotas 3 vezes por dia. A toma da noite – antes de dormir - pode ser aumentada para 5 gotas.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

SINUSITE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
CALCAREA CARBONICA 3 DH;
KALIUM BICHROMICUM 5 DH;
SILICEA 4 DH;
THUYA 3 DH.

3 gotas várias vezes ao dia em conformidade com a intensidade dos sintomas, espaçando-se em função das melhorias.



VER O ARTIGO SINUSITE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

NEVRALGIA FACIAL - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
HYPERICUM 1 DH;
RHUS TOXICODENDRON 4 DH;
VIBURNUM OPULUS 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia, em função da intensidade da patologia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

NEVRALGIA DENTÁRIA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
HYPERICUM 1 DH;
RHUS TOXICODENDRON 4 DH;
VIBURNUM OPULUS 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia, em função da intensidade da patologia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

NEVRALGIAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
HYPERICUM 1 DH;
RHUS TOXICODENDRON 4 DH;
VIBURNUM OPULUS 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia, em função da intensidade da patologia.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

NÁUSEAS APÓS REFEIÇÕES - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ABSINTHIUM 3 DH;
NUX VOMICA 4 DH.

3 gotas 15 minutos após as refeições.



VER O ARTIGO NÁUSEAS » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

MENOPAUSA, COMPLICAÇÕES - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




Afrontamentos, agitação, irritabilidade, palpitações, reumatismo, transpiração...
COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACTEA RACEMOSA 4 DH;
BRYONIA 4 DH;
GLONOINUM 8 DH;
LACHESIS 12 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.



VER O ARTIGO MENOPAUSA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org


LÍBIDO DIMINUÍDA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AGNUS CASTUS 4 DH;
DAMIANA 4 DH ;
LYCOPODIUM 8 DH;
SELENIUM 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo » IMPOTÊNCIA
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

LARINGITE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)


ADRENALINUM;
BELLADONNA;
EPHEDRA;
IPECA;
LOBELIA;
SOLIDAGO;
STRAMONIUM.
Todos os medicamentos em 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia em função da gravidade da patologia, espaçando-se em função das melhorias.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org


INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACIDUM SALICYLICUM 4 DH;
NATRUM CARBONICUM 4 DH;
NATRUM MURIATICUM 4 DH;
NATRUM PHOSPHORICUM 4 DH;
PODOPHYLLUM 8 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



VER OS ARTIGOS INSUFICIÊNCIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INSUFICIÊNCIA DIGESTIVA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACIDUM SALICYLICUM 4 DH;
NATRUM CARBONICUM 4 DH;
NATRUM MURIATICUM 4 DH;
NATRUM PHOSPHORICUM 4 DH;
PODOPHYLLUM 8 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



VER OS ARTIGOS INSUFICIÊNCIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INSÓNIA POR ANSIEDADE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ASA FOETIDA 5 CH;
IGNATIA 5 CH;
VALERIANA 6 CH.

3 gotas 3 vezes por dia. A toma da noite – antes de dormir - pode ser de 5 gotas.



VER O ARTIGO INSÓNIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INSÓNIA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AVENA SATIVA 1 DH;
PASSIFLORA 1 DH;
VALERIANA 1 DH.

3 gotas 3 vezes por dia e uma toma de 10 gotas antes de dormir.



VER O ARTIGO INSÓNIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INFLAMAÇÕES, VIAS AÉREAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 4 DH;
BRYONIA 4 DH;
KALIUM MURIATICUM 4 DH;
MERCURIUS CORROSIVUS 4 DH;
STAPHYSAGRIA 4 DH;
VINCA MINOR 1 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



VER O ARTIGO INFLAMAÇÕES » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INFLAMAÇÕES URINÁRIAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO





COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 4 DH;
BRYONIA 4 DH;
KALIUM MURIATICUM 4 DH;
MERCURIUS CORROSIVUS 4 DH;
STAPHYSAGRIA 4 DH;
VINCA MINOR 1 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



VER O ARTIGO INFLAMAÇÕES » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org


INFLAMAÇÕES, RINS E BEXIGA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACIDUM BENZOICUM 4 DH;
APOCYNUM CANNABINUM 8 DH;
COLCHICUM 4 DH;
SOLIDAGO 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.



VER O ARTIGO INFLAMAÇÕES » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

INFLAMAÇÕES DIGESTIVAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 4 DH;
BRYONIA 4 DH;
KALIUM MURIATICUM 4 DH;
MERCURIUS CORROSIVUS 4 DH;
STAPHYSAGRIA 4 DH;
VINCA MINOR 1 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



VER O ARTIGO INFLAMAÇÕES » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

HISTERIA, PAROXISMO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



MOSCHUS 3 CH, 3 gotas de 15 em 15 minutos.


VER O ARTIGO HISTERIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

HEMORRÓIDAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AESCULUS 4 DH;
HAMAMELIS 4 DH;
NUX VOMICA 4 DH;
PAEONIA 4 DH;
RATANHIA 4 DH;
VERBASCUM 4 DH;
SULPHUR 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.



VER O ARTIGO HEMORRÓIDAS » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

GRIPE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACONITUM 4 DH;
BELLADONNA 4 DH;
BRYONIA ALBA 4 DH;
CHINA RUBRA 4 DH;
DROSERA 3 DH;
EUPATORIUM PERFOLIATUM 3 DH;
GELSEMIUM 6 DH.

PREVENÇÃO
3 gotas 1 ou 2 vezes por dia.

GRIPE DECLARADA
3 gotas até 12 vezes dia, espaçando-se em função das melhorias.

Crianças com mais de 2 anos – de preferência com acompanhamento de médico pediatra – ¼ da dose de adulto.



VER O ARTIGO GRIPE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/

FÍGADO E VIAS BILIARES, PROTECÇÃO - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

CARDUUS MARIANUS 3 DH;
CHELIDONIUM 4 DH;
LYCOPODIUM 4 DH;
NUX VOMICA 4 DH;
PODOPHYLLUM 4 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

FADIGA POR ANSIEDADE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ASA FOETIDA 5 CH;
IGNATIA 5 CH;
VALERIANA 6 CH.

3 gotas de 3 a 6 vezes por dia, em conformidade com a sintomatologia.




Veja-se neste blogue o artigo » FADIGA » e
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVEShttp://www.homeoesp.org

FADIGA INTELECTUAL - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AGNUS CASTUS 4 DH;
DAMIANA 4 DH ;
LYCOPODIUM 8 DH;
SELENIUM 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.



Veja-se neste blogue o artigo » FADIGA »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

FADIGA GERAL - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


Fadiga geral com líbido diminuída.

COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AGNUS CASTUS 4 DH;
DAMIANA 4 DH ;
LYCOPODIUM 8 DH;
SELENIUM 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo » FADIGA e »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ESTOMATITE - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




MERCURIUS SOLUBILIS 8 DH, 3 gotas 3 vezes por dia e,
NATRUM SULPHURICUM, 3 gotas 3 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ENXAQUECA, LEVANTAMENTO DE BARREIRAS DIGESTIVAS - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

CARDUUS MARIANUS 3 DH;
CHELIDONIUM 4 DH;
LYCOPODIUM 4 DH;
NUX VOMICA 4 DH;
PODOPHYLLUM 4 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.




Veja-se neste blogue os artigos » ENXAQUECA e »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

DOR QUEIMANTE, TIPO ZONA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
HYPERICUM 1 DH;
RHUS TOXICODENDRON 4 DH;
VIBURNUM OPULUS 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia, em função da intensidade da patologia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

DOR AGUDA, INTENSA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

BELLADONNA 3 DH;
HYPERICUM 1 DH;
RHUS TOXICODENDRON 4 DH;
VIBURNUM OPULUS 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia, em função da intensidade da patologia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

DISPEPSIA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

CARDUUS MARIANUS 3 DH;
CHELIDONIUM 4 DH;
LYCOPODIUM 4 DH;
NUX VOMICA 4 DH;
PODOPHYLLUM 4 DH.

3 gotas 3 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

DIGESTÃO DIFÍCIL - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ABSINTHIUM 3 DH;
NUX VOMICA 4 DH.

3 gotas 15 minutos após as refeições.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

DIARREIA CRÓNICA - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO





Evacuações aquosas, sem dor –
CHINA 1 CH, 3 gotas 5 a 6 vezes por dia.

Fezes ácidas, aquosas, amarelas ou escuras –
ARSENICUM ALBUM 3 CH, 3 gotas 5 a 6 vezes por dia.


VER O ARTIGO DIARREIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org


CONCENTRAÇÃO, FALTA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


Adultos -

COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AGNUS CASTUS 4 DH;
DAMIANA 4 DH ;
LYCOPODIUM 8 DH;
SELENIUM 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org


CISTITE - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)


ACIDUM BENZOICUM 4 DH;
APOCYNUM CANNABINUM 8 DH;
COLCHICUM 4 DH;
SOLIDAGO 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.



VER O ARTIGO CISTITE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

BRONQUITE TIPO ASMÁTICA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)


ADRENALINUM;
BELLADONNA;
EPHEDRA;
IPECA;
LOBELIA;
SOLIDAGO;
STRAMONIUM.
Todos os medicamentos em 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia em função da gravidade da patologia, espaçando-se em função das melhorias.

Como preventivo – 3 gotas 3 vezes por semana.



VER O ARTIGO BRONQUITE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

AZIA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ABSINTHIUM 3 DH;
NUX VOMICA 4 DH.

3 gotas 15 minutos após as refeições.



VER O ARTIGO AZIA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ASTENIA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




Fadiga geral, com diminuição da líbido.

COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

AGNUS CASTUS 4 DH;
DAMIANA 4 DH ;
LYCOPODIUM 8 DH;
SELENIUM 4 DH.

3 gotas de 3 a 5 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ASMA - COMPLEXO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)


ADRENALINUM;
BELLADONNA;
EPHEDRA;
IPECA;
LOBELIA;
SOLIDAGO;
STRAMONIUM.
Todos os medicamentos em 4 DH.

3 gotas várias vezes ao dia em função da gravidade da patologia, espaçando-se em função das melhorias.

Como preventivo – 3 gotas 3 vezes por semana.



VER O ARTIGO ASMA » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ANSIEDADE - COMPLEXO II - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ASA FOETIDA 5 CH;
IGNATIA 5 CH;
VALERIANA 6 CH.

3 gotas de 3 a 6 vezes por dia, em conformidade com a sintomatologia.



VER O ARTIGO ANSIEDADE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ANSIEDADE - COMPLEXO I - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



Ansiedade, depressão por esgotamento, perturbações do sono, stress.

COMPLEXO – (os medicamentos são preparados e ministrados no mesmo frasco)

ACONITUM 5 CH;
ARSENICUM ALBUM 6 CH;
BELLADONNA 5 CH;
GELSEMIUM 6 CH;
NUX VOMICA 5 CH;
RHUS TOXICODENDRON 5 CH.

3 gotas de 3 a 6 vezes por dia, em conformidade com a sintomatologia.




VER O ARTIGO ANSIEDADE » UTILIZE O PESQUISADOR DO BLOGUE

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

ADENÓIDES, VEGETAÇÕES - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



Em crianças gordas, com palidez de rosto, pés frios e húmidos, que suam da cabeça durante a noite –
CALCAREA CARBONICA 30 CH, 3 gotas 3 vezes por dia.

Em crianças magras com amígdalas grandes e descoradas –
CALCAREA PHOSPHORICA 3 DH, 3 gotas 3 vezes por dia.

Em crianças que estão sempre com fome, pele com irritações e, que não gostam de tomar banho –
SULPHUR 30 CH, 3 gotas 3 vezes por dia.

Em crianças de olhos e cabelos escuros –
IODUM 4 DH, 3 gotas 3 vezes por dia.




Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

ISUMI SHIKIBU - TANKA


É fácil detestar
este mundo de tristeza;
mas como deixar
um mundo que tem em si
incluída esta criança?

PABLO NERUDA - A POESIA

A poesia acompanhou os agonizantes e estancou as dores,
conduziu às vitórias, acompanhou os solitários,
foi ardente como fogo, ligeira e fresca como a neve,
teve mãos, dedos e punhos, teve brotos como a Primavera:
fincou raízes no coração do homem.

BLAISE CENDRARS (1887-1961) - ÉS MAIS BELA DO QUE O CÉU E O MAR (excerto)


Quando amas tens de partir
Deixa a tua mulher o teu filho
Deixa o teu amigo a tua amiga
Deixa a tua amante o teu amante
Quando amas tens de partir

(...)

Ele há o ar e há o vento
As montanhas a água o céu a terra
As crianças os animais
As plantas e o carvão mineral

(...)

Quando amas tens de partir
Não chores sorrindo
Não te aconchegues entre dois seios
Respira anda parte vai-te embora

(...)

Amo-te

Folhas de Viagem


ENOMOTO SEIFU (1732-1815) - BONECAS SEMPRE IGUAIS




Bonecas sempre iguais –
eu não tive outro remédio
senão envelhecer.

(Haiku)

INAHATA TEIKO (1931) - EIS A ERVA MORTA






Eis a erva morta –
a vida a jazer dormente
no rosto da terra.

(Haiku)

ISUMI SHIKIBU (974-1034) - TANKA





Porque não terei
pensado nisto já antes?
Este corpo meu
ao recordar tanto o teu
tem a marca que deixaste.

(Tanka)

MAL-AVENTURANÇAS E BEM-AVENTURANÇAS

Mal-aventurados os pobres de espírito
Porque serão embromados
Mal-aventurados os mansos
Porque serão objecto de agressão e calúnia
Mal-aventurados os que choram
Porque serão destruídos pela melancolia
Mal-aventurados os que têm fome e sede de justiça
Porque serão injustiçados
Mal-aventurados os misericordiosos
Porque todos deles se aproveitarão
Mal-aventurados os limpos de coração
Porque serão vilipendiados
Mal-aventurados os pacíficos
Porque serão sempre agredidos
Mal-aventurados os que padecem perseguição por causa da justiça
Porque nunca serão recompensados com a semente divina

Bem-aventurados
Os que tiverem coração de pomba
E espírito de serpente
Neste mundo doente
E do Céu ausente.


JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/


terça-feira, 8 de setembro de 2009

KHALIL GIBRAN - QUANDO O AMOR TE ACENAR



Quando o amor te acenar
segue-o ainda que por caminhos
ásperos e íngremes.
Debulha-o até que nu o deixes.
Transforma-o,
libertando-o da sua palha.
Tritura-o,
até que se torne branco.
Amassa-o,
até que o deixes macio;
e, então, submete-o ao fogo
para que se transforme em pão
que alimente o corpo e o coração!


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

BORIS VIAN - NÃO SE CASEM RAPARIGAS


Copla 1

Já viram um homem em pêlo
Sair de repente da casa de banho
Escorrendo por todos os pêlos
Com o bigode cheio de pena
Já viram um homem muito feio
A comer esparguete
Garfo em punho e ar de bruto
Com molho de tomate no colete
Quando são bonitos são idiotas
Quando são velhos são horríveis
Quando são pequenos são maus
Já viram um homem gordo à beça
Extrair as pernas do ó-ó
Massajar a barriga e coçar as guedelhas
Olhando pensativo para os pés

Refrão 1

Não se casem raparigas não se casem
Façam antes cinema
Fiquem virgens em casa do papá
Sejam serventes no carvoeiro
Criem macacos criem gatos
Levantem a pata na Ópera
Vendam caixas de chocolate
Professem ou não professem
Dancem em pêlo para os gagás
Sejam matadoras na avenida do Bois
Mas não se casem raparigas
Não se casem

Copla 2

Já viram um homem à rasca
Chegar tarde para o jantar
Com baton no colarinho
E tremeliques nas gâmbias
Já viram no cabaret
Um senhor não muito fresco
Roçar-se com insistência
Numa florzinha de inocência
Quando são burros aborrecem
Quando são fortes fazem sports
Quando são ricos guardam o milho
Quando são duros torturam
Já viram ao vosso braço pendurado
Um magrizela de olhos de rato
Frisar os três pêlos do bigode
E empertigar-se com um ar de bode

Refrão 2

Não se casem raparigas não se casem
Vistam os vossos vestidos de gala
Vão dançar ao Olímpia
Mudem de amante quatro vezes por mês
Peguem na massa e guardem-na
Escondam-na fresca debaixo do colchão
Aos cinquenta anos pode servir
Para sacar belos rapazes
Nada na cabeça tudo nos braços
Ah que bela vida será
Se não se casarem raparigas
Se não se casarem

Canções e Poemas


BORIS VIAN - UM POETA



Um poeta
É um ser único
Em montes de exemplares
Que só pensa em versos.
E só escreve em música
Sobre assuntos diversos
Uns vermelhos outros verdes
Mas sempre magníficos

Não Queria Patear


HAROLD PINTER - À MINHA MULHER


Eu estava morto e vivo agora
Tu pegaste-me na mão

Eu morri cegamente
Tu pegaste-me na mão

Tu viste-me morrer
E encontraste-me a vida

Tu foste a minha vida
Quando eu morri

Tu és a minha vida
E assim eu vivo

Várias Vozes

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

GRIPE, SEQUELAS - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


VER neste blogue, no fim da página, VERBETE » GRIPE - PREVENÇÃO - TRATAMENTO - SEQUELAS.


CLARKE


Doença crónica decorrente de um ataque de gripe –
TUBERCULINUM KOCH de 30 a 200 CH, uma ou duas vezes por semana.

Debilidade –
BAPTISIA TINCTORIA 1 DH, a cada 4 horas.

Perda de olfacto e do paladar –
MAGNESIA MURIATICA 5 CH, de 2 em 2 horas.



TETAU –


Para assegurar uma melhor e mais rápida convalescença, logo que os sintomas gripais terminem –
SARCOLACTIC ACIDUM 9 CH.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/

GRIPE, PREVENÇÃO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




VER GRIPE SUÍNA OU GRIPE A H1N1 – HOMEOPATIA – PREVENÇÃO E TRATAMENTO » VERBETE de fim de página do blogue » GRIPE – PREVENÇÃO – TRATAMENTO – SEQUELAS.

CLARKE aponta como medida profiláctica:
ARSENICUM 3 CH;
Também »
BACILLINUM 30 CH e,
INFLUENZINUM 30 CH,
tomados juntos ou como medicação combinada uma vez por semana, durante a epidemia.


TETAU aponta como prevenção durante o Inverno, de Outubro a Março,
INFLUENZINUM 9 CH, uma dose por mês.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

GRIPE - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO




GRIPE SUÍNA OU GRIPE A H1N1
Ver neste blogue o artigo:
GRIPE SUÍNA OU GRIPE A H1N1 – HOMEOPATIA – PREVENÇÃO E TRATAMENTO
Utilize o pesquisador do blogue ou o VERBETE no fim da página do mesmo blogue » GRIPE – PREVENÇÃO-TRATAMENTO-SEQUELAS.



Gripe em que os sintomas aparecem de forma súbita e brutal, depois de o enfermo estar exposto ao frio seco, ao vento do Norte. Por vezes, os sintomas manifestam-se por sucessão de dias quentes com noites frias.
A pele está quente, avermelhada, seca.
Sede.
Dores na região do coração, com palidez e, por vezes com desmaios.
Grande agitação física com ansiedade, e agravação dos sintomas por volta da meia noite. A ansiedade, por vezes, é acompanhada pelo medo da morte; o paciente chega a prever o momento exacto em que irá morrer.
ACONITUM 7 CH, 3 gotas de hora a hora.
(Este medicamento pode ser ministrado à noite, no intervalo de outros remédios, quando há agitação nocturna e insónia)



Gripe com tosse exasperante, fazendo desesperar o enfermo, que agrava durante a noite.
Sede. Dor de cabeça reumática.
Agitação, angústia, medo da morte.
ARSENICUM ALBUM 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com bronquite, com indícios de tuberculose.
AVIARE 30 CH, 3 gotas de hora a hora.



Gripe com dores nos membros, dor de cabeça, dores nos olhos.
Língua saburrosa.
Febre, agitação.
Dores por todo o corpo. Lassidão e sonolência.
BAPTISIA 5 CH, 3 gotas de hora a hora.



Gripe com temperatura elevada com transpiração, suores, pele muito vermelha e seca, boca e garganta seca.
A cabeça lateja, parece que vai explodir. Inflamação dos ouvidos.
Tosse com dor. Sede muito intensa. Abatimento com tendência ao delírio.
BELLADONNA 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.
(Se os sintomas mencionados se seguirem aos indicados em ACONITUM, ministrar BELLADONNA – medicamento que segue bem)
(Depois de Belladonna, muito em especial se houver supuração, MERCURIUS SOLUBILIS 6 CH, segue bem).



Gripe com febre, com boca seca e sede de grandes quantidades de água fria. Língua suja, saburrosa.
Tosse seca e dolorosa, que agrava pelo calor e ao menor movimento.
Dor de cabeça ao tossir. Dor de cabeça que agrava quando o enfermo tosse ou quando mexe a cabeça.
Dores musculares que agravam pelo menor movimento. O paciente melhora e quer ficar imóvel.
BRYONIA ALBA 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com grande fadiga e abatimento com arrepios. Sensação de frio com frialdade do corpo.
Desejo de se cobrir quando a febre aparece. Febre sem suor.
CAMPHORA 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe por frio frio húmido, com calafrios.
Sede e ausência de transpiração.
DULCAMARA 7 CH, 3 gotas 3 a 5 vezes por dia.



Gripe com dores ósseas. Dor de cabeça e dos globos oculares. Quase ausência de suores. Sede.
Calafrios nas costas.
Agravação de todos os sintomas pelo frio.
EUPATORIUM PERFOLIATUM 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe em indivíduo manifestamente fraco, com arrepios (calafrios) e tremores. Os calafrios percorrem a espinha.
Grande abatimento, fraqueza, prostração, sonolência.
Dor de cabeça com sensação de peso.
Febre sem sede (nenhuma sede).
GELSEMIUM 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com dor de garganta herpética ou “diftérica”.
PHYTOLACCA 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com calafrios nas costas. O pulso está muito rápido. A cama parece estar demasiadamente dura.
Todas as secreções do enfermo têm um péssimo odor.
PYROGENIUM 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com febre, com a face muito avermelhada. A língua tem um triângulo avermelhado na sua ponta.
Dores musculares intensas que melhoram pelo movimento com início lento. O paciente move-se constantemente.
Tosse seca que agrava pelo frio.
RHUS TOXICODENDRON 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com tosse, com expectoração estriada de sangue, difícil de ser eliminada.
Dificuldade em respirar.
As dores são piores do lado direito.
SANGUINARIA 5 CH, 3 GOTAS 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com sensação de nariz entupido, cheio, com espirros. Necessidade constante e ineficaz de se assoar.
As dores de cabeça frontais desaparecem quando o corrimento nasal surge.
STICTA PULMONARIA 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com dores pleuríticas, que agravam quando o paciente tosse. A tosse provoca dores de cabeça.
Por vezes, tosse dilacerante, calor na cabeça, transpiração nocturna, diarreia de manhã cedo.
SULPHUR 6 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.



Gripe com evacuação abundante, muita dor, transpiração, suores frios na testa.
VERATRUM ALBUM 5 CH, 3 gotas 4 a 6 vezes por dia.






Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org/

terça-feira, 1 de setembro de 2009

MEDO, EFEITOS - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


Perda de consciência –
Evacuações involuntárias –
OPIUM 3 CH, 3 gotas de hora a hora.

Efeitos de susto, tristeza profunda, perturbações gástricas, dor de cabeça, convulsões – especialmente em crianças. –
IGNATIA 3 CH, 3 gotas de hora a hora.

Diarreia causada por medo –
PULSATILLA 3 CH, 3 gotas de hora a hora.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

MEDO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO


Medo muito intenso, com congestão da cabeça, calor do tipo febril, agitação –
ACONITUM 3 CH, 3 gotas de hora a hora.

Medo de animais –
HYOSCIAMUS NIGER
STRAMONIUM

Medo da multidão –
ACONITUM
ARGENTUM NITRICUM

Medo da morte –
ACONITUM
ARSENICUM ALBUM

Medo da morte, na gravidez –
ACTEA RACEMOSA

Medo com angústia constante, gritos e choro –
BELLADONNA 3 CH, 3 gotas de hora a hora.

Medo de ficar sozinho, especialmente à noite –
KALIUM CARBONICUM 6 CH, 3 gotas de 4 em 4 horas.

Medo das doenças –
LUESINUM
PHOSPHORUS
VERATRUM ALBUM

Medo muito intenso da morte, acompanhado de tristeza –
PLATINA 30 CH, 3 gotas 3 vezes por dia.

Medo de ter um cancro –
LUESINUM
PHOSPHORUS
VERATRUM ALBUM

Medo do escuro –
STRAMONIUM 6 CH, 3 gotas 4 a 5 vezes por dia;
Se não resultar »
ver –
CAUSTICUM
PHOSPHORUS
LUESINUM

Medo do palco –
ANACARDIUM 3 CH, 3 gotas 5 vezes por dia.

Medo de ladrões –
ARSENICUM ALBUM
NATRUM MURIATICUM

Medo da tempestade –
PHOSPHORUS
RHODODENDRON
GELSEMIUM

Medo de aparecer em público –
AMBRA GRISEA
GELSEMIUM

Medo de aranhas –
ABELMOSCHUS

Medo de insectos, moscas –
ABELMOSCHUS


NOTA -
Sempre que num item seja nomeado mais do que um medicamento, deve ser feito o diagnóstico diferencial, de molde a obter a melhor correspondência possível de sintomas – entre paciente e patogenesia.
Quando não forem indicadas as doses, os medicamentos podem ser ministrados na 6.ª CH – 3 gotas 3 vezes por dia.


Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org

TRISTEZA, MELANCOLIA, DEPRESSÃO - TRATAMENTO HOMEOPÁTICO



Tristeza por sofrimentos ou preocupações –
Triteza durante a menopausa –
IGNATIA 3 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza com prostração, inquietação, tremores do tipo convulsivo –
TARENTULA 3 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza com desespero, inquietude e ideias de suicídio –
Tristeza que agrava do crepúsculo ao nascer do sol –
AURUM METALLICUM 3 CH, 3 gotas 3 vezes por dia.

Tristeza, agitação, irritabilidade, ansiedade, angústia –
ARSENICUM ALBUM 3 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza religiosa com prisão de ventre –
PLUMBUM ACETICUM 6 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza durante a menstruação –
Depressão com palpitação, quando se deita à noite ou depois das refeições –
NATRUM MURIATICUM 6 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza com ninfomania –
PLATINA 6 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza com dor no coração –
SPIGELIA 3 CH, 3 gotas 4 vezes por dia.

Tristeza como se um véu negro cobrisse tudo –
Tristeza com medo de enlouquecer –
Tristeza com ideias suicidas –
Tristeza com visões de ratos –
ACTEA RACEMOSA 3 CH, 3 gotas 5 vezes por dia.



Veja-se neste blogue o artigo »
TRATAMENTO HOMEOPÁTICO II –utilize o pesquisador do blogue.

JOSÉ MARIA ALVES
http://www.homeoesp.org