Quando as pessoas assumem a beleza
como emanação do belo
É porque a fealdade existe
E quando assumem a bondade
como ideia subjacente ao bom
É porque existe a maldade
Portanto como conceitos entre si recorrentes
Prevalecem a Existência e a Não-Existência
Conjugam-se o fácil e o difícil
O longo e o curto rivalizam-se
O alto e o baixo contrapõem-se
A voz e o eco harmonizam-se
A traseira e a dianteira não se distanciam
O sábio rege-se pela inacção
Ensinando sem falar
Deixando as dez mil coisas nascerem e crescerem
Sem reivindicar nisso a sua participação
Promove a sua evolução gradual
Sem nisso mencionar a sua contribuição
Nem reclamar por isso qualquer mérito
E como não se expõe
Permanece na mais absoluta solidão.
Tradução de João Reis e Maria Helena Reis
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