Se se cala, o pobre é parvo;
um maçador, se é palreiro;
bisbilhoteiro, se sabe;
se afável, é embusteiro;
se é gentil, intrometido,
se não atura, é soberbo;
cobarde, quando é humilde,
se é audaz, não possui tento;
se é valente, é temerário;
presunçoso, se é discreto;
adulador, se obedece,
se algo recusa, é grosseiro;
com pretensões, atrevido;
com méritos, não ganha apreço;
sua nobreza é oculta,
sua veste sem esmero;
se trabalha, é ambicioso,
e, pelo contrário extremo,
um perdido, se descansa...
Vejam bem que privilégio!
sábado, 19 de setembro de 2009
JUAN DEL VALLE Y CAVIEDES (1652-1696) - PRIVILÉGIOS DO POBRE
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JOSÉ MARIA ALVES,
POESIA
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