levanto-me e vou ao terraço o frio geme nas águas do rio e há crisântemos nas luzes de navegação das embarcações suadas
penso nas paixões de outrora no tempo em que nos olhávamos nas tardes rubras numa realidade sem fragmentos passo os dedos pelos meus lábios ressequidos por momentos sinto as bocas apaixonadas e silentes de todas as mulheres
um gosto salgado percorre-me as entranhas
na nostalgia dos insectos que tacteiam a epiderme indiferentes ao labirinto do corpo sofrido
não esperava a tua imagem o dia curvo sulcado no círio da algazarra não fazia prever a sinuosa ilusão do teu corpo intocado
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