deitas-te comigo no meu corpo sorvido de azul vazio como a desolação da incerteza
o sono arroja-se no espaço da insónia
há uma dádiva em cada gesto em cada cigarro que se acende
já não uso isqueiro queimei as fotografias no lusco-fusco do passado fósforos inacessíveis ao medo
toda a obra devora o presente nos lençóis de todos os mares
de braços abertos o quarto repousa canibaliza-se e na janela onde está a linha do horizonte
secou o olhar do teu corpo intocado
uma gaivota sobrevoa-me na madrugada enquanto disserto na minha incapacidade para amar com a paixão que amedronta os olhares acutilantes dos videntes
ponho alguns objectos sem significado no canto da sala hoje é domingo
e sem saber sem o querer sonho contigo
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