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ARTE

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

NOCTURNA SEDE DE INFINITO



já não consigo dormir        ou pouco durmo
nem os sonhos são inesperados

o papel branco cobre o teu rosto de texto

não tenho melhor imagem de ti
do que este silêncio sulcado pela noite de coral

os meus olhos percorrem as conchas escondidas no véu das dunas
um relâmpago atravessa os versos abandonados na berma
o céu respira infindáveis anjos devorados pela vertigem das crenças geométricas

a dor faz-me frio      sempre o faz
a saudade sabe-me à lenta morte dos oceanos
nesta nocturna sede de infinito




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