já não consigo dormir ou pouco durmo
nem os sonhos são inesperados
o papel branco cobre o teu rosto de texto
não tenho melhor imagem de ti
do que este silêncio sulcado pela noite de coral
os meus olhos percorrem as conchas escondidas no véu das dunas
um relâmpago atravessa os versos abandonados na berma
o céu respira infindáveis anjos devorados pela vertigem das crenças geométricas
a dor faz-me frio sempre o faz
a saudade sabe-me à lenta morte dos oceanos
nesta nocturna sede de infinito
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