os caminhos do reino entorpecido nas esquinas dos prédios altos orações que não foram ciciadas pela máscara da cidade onde o rio fazia desaguar o odor pútrido a monstros marinhos
os vícios da noite segregados pelos nomes das mulheres embriagadas a tristeza arremessada pelas conchas espalhadas nas margens da ilusão heliantos do desejo ardem no silêncio da bruma
passa um humano molhado dos pés à cabeça protegendo-se da urtiga-do-mar do tempo na mão envelhecida o cigarro apagado das paixões de outrora e o cuspo dos astros impregnado de palavras violentas sem destino o olhar absorto na transpiração animal sem tino ergueu a taça ao império dos sentidos da cidade enlouquecida vinho e sémen furtivos na partição do pão de cada dia
chovem anúncios luminosos e portas por resinar à vista das árvores doentes e translúcidas o sussurro da dormência afectiva da destruição
o deus da misericórdia era uma crisálida abandonada à angústia dos escombros cauterizados segregando da vida as máquinas mutantes da lascívia transmitida a cada gesto pelos curandeiros do sexo justiça divina na mortalha cega da desilusão
a imprudência consome as últimas letras do ofício coladas à voragem do corpo e da sua verdade indiferente e confiante
como sinceridade agressiva e tumultuosa do riso nocturno
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