Sem que queira fazer um historial dos “alertas” que têm sido inseridos em múltiplos trabalhos científicos – evitando maçar o leitor com literatura científica –, quero relembrar o RELATÓRIO MEADOWS, que praticamente foi esquecido.
No ano de 1972, há 50 anos atrás (são cinquenta, não são cinco nem dez…), o CLUBE DE ROMA* – associação não-governamental – encomendou ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) um estudo que veio a ser denominado The Limits to Grow, estudo esse, que chegou à conclusão de que se as taxas de crescimento de população, a industrialização, a poluição e a exploração dos recursos da Terra não sofressem alterações, os limites do desenvolvimento no planeta acabariam por ser alcançados numa data indeterminada, mas no espaço referente aos 100 anos seguintes – partindo de 1972, até 2072.
O estudo foi assinado por Dennis Meadows e Donella Meadows e pelo académico norueguês Jorgen Randers, membros do clube, que entrariam para a História da Ciência ao utilizar sistemas de informática para simular a interacção do homem com o meio ambiente, tomando em consideração o número de habitantes e o esgotamento dos recursos naturais.
A conclusão do estudo, como já foi dito: se a população mundial continuasse a consumir como na época, como consequência da industrialização, os recursos esgotar-se-iam em menos de 100 anos.
Há mais de 50 anos que a ONU, os líderes dos países mais ricos, os governantes, os especialistas e a comunicação social têm vindo a ser prevenidos quanto às brutais consequências da actividade humana no período que denominamos ANTROPOCENO.
No entanto, o Navio dos Poderosos continua – como continuará – a rumar na direcção dos icebergues e do consequente naufrágio e morte da “tripulação e passageiros”.
*(O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres, políticos, físicos, industriais e cientistas que se reúnem para debater um vasto conjunto de assuntos relacionados com a política, economia internacional e, sobretudo, com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Foi o primeiro grupo organizado a discutir sustentabilidade, meio ambiente e limites de desenvolvimento.
Foi fundado em 1968 pelo industrial italiano Aurelio Peccei e pelo cientista escocês Alexander King.)
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Fazem-se cimeiras do clima, apresentam-se relatórios uns atrás dos outros, curtas conferências de imprensa, como se a situação actual do planeta permita quaisquer veleidades.
Enfim…
De que vale a “oratória” do secretário-geral e as “oratórias dos líderes mundiais”?
Nada!
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José Maria Alves
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