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ARTE

sábado, 21 de maio de 2022

TEMPO MÉDIO DE EXTINÇÃO DAS ESPÉCIES






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Existem estudos com estimativas minimamente fundamentadas, que entre os animais, atribuem um valor médio de 10 milhões de anos aos invertebrados e um milhão de anos aos mamíferos.

Quanto às plantas, não é fácil estabelecer uma média, já que existem espécies com muitos milhões de anos, como a cavalinha que existirá há cerca de 400 milhões e a árvore mais antiga do mundo, a Gingko Biloba, que deve existir há mais de 250 milhões.


O tempo médio das espécies, animais ou vegetais, é estimada entre dois a cinco milhões de anos.




Nós, os humanos, estamos muito longe de atingir tais médias.

Vivemos neste planeta há mais de 200.000 anos – há quem se refira a 300.000 – e apenas em 270 anos de uma Revolução Industrial conseguimos exterminar um sem número de espécies e inviabilizar a muito curto prazo, e digo mesmo, a curtíssimo prazo, a permanência da nossa espécie no planeta, poluindo-o sem qualquer respeito pela vida, terra, mar e ar.

Extinguimos e continuamos a extinguir como superpredadores que somos.


Se por um mero acaso ocorrer O Sopro do Dragão de modo violento – metano –, podemos desaparecer em qualquer momento, daí o nome de Extinção em Massa Abrupta.


Consumimos a um ritmo avassalador recursos que não são renováveis, parecendo desconhecer os conceitos de finitude e infinitude.

Poluímos ar, solos e água num mundo já por si repleto de desigualdades e injustiças.

Desde que descemos das árvores habituámo-nos a matar gratuitamente e a gerar guerras intermináveis, pesando sobre todos nós a ameaça nuclear.

Julgamo-nos donos do planeta só porque temos inteligência – que em muito poucos casos é usada com sabedoria.

Interviemos sobre as espécies, directa ou indirectamente.

Destruímos e mutilámos ecossistemas.  

Não nos conseguimos aperceber que a plantação indiscriminada – sem uma profunda avaliação - de árvores em todo o mundo para obviar ao aumento de CO2 e resolver o problema das graves alterações climáticas e do aquecimento global, pode acarretar mais problemas do que benefícios. 

As consequências da intervenção nas espécies por prazer ou por via de interesses económicos são nas palavras de Darwin imprevisíveis. É como atirar um punhado de penas ao ar num dia de vendaval e prever onde cada uma irá cair. 


O Universo nasceu há 13.700 milhões de anos e a Terra há 4.500 milhões. Se reduzirmos a história da Terra a um único ano, o homem apareceu no último minuto do dia 31 de Dezembro. 


Após nove mil milhões de anos de desenvolvimento – com a matéria circulante –, numa fracção insignificante do Universo, no perímetro do super-enxame de Virgem, numa galáxia irrelevante a que chamamos Via Láctea, numa região ainda mais insignificante, denominada Braço de Órion, nasceu uma estrela irrelevante, o Sol, e um pequeno planeta que desenvolveu vida e onde apareceu há muito pouco tempo uma criatura inteligente, arrogante e maléfica, que maltrata o seu habitat, aniquilando as outras espécies e aniquilando-se a si.


A teoria da evolução de Darwin diz-nos que é o mais apto que sobrevive. Mas o mais apto não é sempre o mais forte ou o mais inteligente.

O homem não é o mais apto – pelo contrário é de uma enorme fragilidade e não obstante seja inteligente nada tem de sabedoria.

Os líquenes, resultado de uma simbiose entre um fungo e uma alga – o fungo utiliza os compostos orgânicos produzidos pela fotossíntese da alga, enquanto esta recebe protecção, água e sais minerais – são muito mais aptos do que o homem.

Um grande número de espécies de insectos conseguiram ultrapassar anteriores extinções e irão conseguir sobreviver à Sexta Extinção ou Extinção em Massa do Antropoceno.

O mesmo se diga das plantas, que com a sua imensa sensibilidade a inúmeros parâmetros – à gravidade, à luz, aos gradientes químicos, campos eléctricos e electromagnéticos, som, tacto, temperatura, entre outros – e à sua flexibilidade corporal, comummente denominada plasticidade fenotípica superam em muito os humanos. 

O mesmo se diga de bactérias, vírus e fungos.  


Aproximamo-nos da extinção e comportamo-nos como se estivéssemos perante um problema menor, quando se trata de uma verdadeira Emergência Mundial.


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Antes do aparecimento do homem na Terra, a taxa normal de extinção era igual a 0,1 espécies extintas por milhão de espécies ao ano.

Na actualidade a taxa é 1000 vezes superior.

Mas não ficaremos por aqui. Existem estudos que anunciam para os próximos anos uma taxa de extinção que pode ser 10.000 vezes superior à inicial.

Com estes números – mesmo que tenham de ser pontualmente revistos face ao desconhecimento do número de espécies que existem efectivamente no planeta – e num tão curto espaço de tempo, quem é que não pode prever uma catástrofe apocalíptica?

Quantos milhões de espécies não sucumbiram já, estão ameaçadas e irão ser exterminadas?


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Em 2017, depois de muitos avisos anteriores de cientistas independentes – bastas vezes maltratados por governos, organizações internacionais e pelos próprios colegas – e quarenta e cinco anos após a publicação do Relatório Meadows, The Limits to Grow, encomendado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) pelo denominado Clube de Roma, foi assinada uma declaração por mais de 15.000 cientistas de 184 países, World Scientists – Warning to Humanity: A Second Notice, onde se afirmava peremptoriamente que foi desencadeado um Evento de Extinção em Massa, o sexto em 540 milhões de anos, que conduziria à aniquilação de muitas das actuais espécies até ao final do século.


Resta-nos saber em que década. As notícias não são prometedoras.

Extinguem-se diariamente cerca de 200 espécies.

No início da Revolução Industrial a concentração média anual de CO2 na atmosfera era de 280 ppm (partes por milhão). Actualmente é superior a 400 ppm – estaremos provavelmente com a concentração mais elevada dos últimos 20 milhões de anos.

Os níveis de metano continuam a subir assustadoramente e estamos sujeitos a uma libertação massiva.

Entre outras calamidades, os Oceanos acidificam-se e as espécies marinhas desaparecem.


As extinções não são fenómenos actuais. Sempre existiram na história da Terra. Referimo-nos pelo menos a cinco grandes extinções em massa anteriores ao Antropoceno – há quem se refira a seis. Pequenas e grandes extinções. Provavelmente existem na actualidade 1% de todas as espécies que já habitaram o nosso planeta. No entanto, o problema é que estas extinções demoraram milhões de anos a consumarem-se, enquanto a actual progride exponencialmente em décadas.


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Esta é a Era do Antropoceno. Uma Era temporalmente insignificante, mas uma das mais destrutivas na história do planeta.

O fim de milhões de espécies e da humanidade.


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José Maria Alves



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