Negra Beleza – além da luz vulgar
cujo poder as cores não acende
senão as mesmas com que a treva as rende –
invária és sempre a todo o contemplar
e qual objecto idêntico ao fitar
nem a noite te esconde ou dia acende –
quando as cor´s de que o mundo crê que esplende
e que os poetas sonhavam de imitar
co´a noite somem tão completamente
que de seu ser não resta nem figura –
sempre tu ficas una inteiramente:
porque saibamos que uma tal negrura
é luz inacessível, e somente
a nossa escuridão a julga escura.
Tradução de Jorge de Sena
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